by Estadão.com.br
A defesa do contraventor Carlinhos Cachoeira pretende usar o
vínculo com o senador Demóstenes Torres (sem partido) para tentar anular na
Justiça a investigação da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Pelos
argumentos dos advogados de Cachoeira, a investigação envolve um parlamentar e
por isso deveria passar pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ou seja, por
Demóstenes ser congressista e
ter foro privilegiado, as provas obtidas com autorização da
Justiça de 1ª instância não teriam validade. O parlamentar responde por quebra
de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, é a primeira
manifestação oficial do contraventor no caso. No pedido protocolado na 11ª Vara
Federal de Goiás, além de pedir a anulação das provas, a defesa de Cachoeira
contesta as acusações do Ministério Público. O documento é assinado pelos dois
advogados de Cachoeira, Marcio Thomaz Bastos e Dora Cavalcanti.
A manifestação que Cachoeira usa é a mesma de Demóstenes para
anular a investigação. Caso seja bem sucedida, a manobra da defesa de Cachoeira
pode representar obstáculos para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) recém
criada para investigar os tentáculos do contraventor, já que as interceptações
telefônicas que evidenciaram ligações diárias entre Demóstenes e Cachoeira são o
principal fator que motivou a criação da CPI.
O Ministério Público trabalha para evitar a anulação das provas
sustentando que Demóstenes não era o objeto de investigação e que seu nome
surgiu por acaso. A defesa, no entanto, diz que em agosto de 2011, o juiz pediu
à PF um relatório com o envolvimento de políticos com foro privilegiado.
No exterior. Na investigação, a PF diz ainda que o grupo de
Cachoeira tinha empresas no exterior para a prática de lavagem de dinheiro. O
grupo teria criado um site de jogos online em sociedade com o argentino Roberto
Coppola, que auxiliou o grupo a criar empresas no Uruguai e na Argentina. A PF
identificou um esquema para cadastrar clientes de bingos clandestinos em
Brasília para jogar nesse site. A comissão para cada jogador cadastrado daria ao
interceptador 40% do arrecadado. Um navio cassino ancorado em Palm Beach, na
Flórida, também seria usado no esquema de jogos ilegais.
A PF encontrou também indícios de uso de empresas fantasmas em
Foz do Iguaçu (PR) para a lavagem de pelo menos US$ 500 mil em 2010. A fonte
pagadora era a Alberto e Pantoja, empresa que recebia recursos da Delta
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