sexta-feira, 5 de agosto de 2022

os 11 Supremos - Versão Completa


 

Desesperado, Bolsonaro descobre só agora ligação de Moro com doleiro Alberto Youssef


Se fazendo de vítima, Bolsonaro revela só agora a relação de seu ex-ministro com o doleiro. Presidente ainda diz que Dallagnol teria tentado chantageá-lo para ser o PGR.

Jair Bolsonaro (Reprodução/Facebook Jair Bolsonaro)

Escrito en POLÍTICA el 12/12/2021 · 11:39 hs

Desesperado com o desempenho nas pesquisas, vendo a aproximação de Sergio Moro (Podemos) e a possibilidade cada dia maior de Lula (PT) vencer a disputa presidencial no primeiro turno, Jair Bolsonaro (PL) atacou Deltan Dallagnol, recém filiado ao Podemos, em suas redes sociais e indicou um vídeo em que um youtuber aliado mostra só agora a relação entre o ex-juiz da Lava Jato e o doleiro Alberto Youssef.


Fazendo-se de vítima, Bolsonaro faz um apelo aos apoiadores para assistirem ao vídeo, que mostra algo que é conhecido e divulgado - inclusive pela defesa do ex-presidente Lula - desde 2015 como se fosse uma grande novidade.

"Você tem que assistir e repassar para você entender de vez o que eu passo, a minha função e o que querem para o nosso Brasil", diz.

Bolsonaro ainda sinaliza que teria sido vítima de uma tentativa de chantagem de Deltan Dallagnol que, segundo ele, buscava ser alçado à Procuradoria-Geral da República (PGR).

"Uma das passagens que não está ali [no vídeo]. Estava em 2019, há poucas semanas para eu indicar o PGR para o Senado e um ajudante de ordem trouxe o telefone e falou: 'Deltan Dallagnol quer falar contigo'. Eu falei: 'eu não vou falar com ele'. Por que eu não queria falar com ele? Nunca tinha falado antes… Por um motivo muito simples. Ele queria uma audiência comigo porque ele era, no momento, cotado nas mídias sociais como ir para o PGR, né? (SIC) A pessoa certa para o PGR, como naquele momento também a pessoa certa para o Supremo seria Sergio Moro. E se eu tivesse audiência com ele, com toda a certeza, eu não iria indicá-lo para a PGR, mas iria sair uma história pronta, como eles faziam por ocasião de alguns depoimentos da Lava Jato: escreviam o depoimento e chamavam o cara para assinar. E ia falar que eu fiz uma proposta indecorosa para ele, para salvar um amigo, um parente. Como ele não aceitou, Deltan Dallagnol iria me acusar de parcial", acusa.

No início do vídeo, no entanto, Bolsonaro diz que "em grande parte sabia tudo aquilo que eu vivia como presidente", mas ressalta que "obviamente não tinha como agir".
Yousseff, Moro, Álvaro Dias e o conluio na Lava Jato

O vídeo do youtuber bolsonarista, que está sendo turbinado nas redes de apoio pelo próprio presidente, conta uma história que já é conhecida desde 2015 e em grande parte foi confirmada pelo advogado Tacla Duran e pelo próprio Alberto Youssef até mesmo em depoimento na Câmara dos Deputados

Anunciado pelo presidente como novidade, o conluio que, entre outros blindou o senador Álvaro Dias (Podemos), já foi amplamente divulgado.

Embora soubesse de tudo - já que era deputado - antes mesmo das revelações da Vaza Jato, Bolsonaro calou até o momento pois sabe que se beneficiou diretamente da omissão do fato pela mídia liberal em sua eleição à Presidência.

A divulgação acontece no momento em que o seu ex-super ministro da Justiça se apropria de parte do eleitorado ultraconservador que o elegeu e que se mostra decepcionado com seu governo.

Entenda na série de reportagens da Fórum sobre o caso

Bolsonaro diz não saber se recebeu dinheiro de Youssef


Às vésperas de o procurador-geral da República revelar lista de parlamentares envolvidos com o doleiro Alberto Youssef, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) declara que não sabe se ele recebeu dinheiro sujo
Por Helena Sthephanowitiz

Publicado 18/02/2015 - 17h10
Arquivo ABr

Bolsonaro é defensor de financiamento privado de campanhas

“O Alberto Youssef já disse que no meu partido (PP) só sobrariam dois que não receberam. Eu não sei quem são os dois, mas, se eu recebi algum dinheiro, o partido não levou meu voto para o Executivo”, diz Bolsonaro à coluna Poder Online, do Portal IG. Deputado dizer que não sabe o que os outros fizeram pode ser verdade, afinal quem participa de esquemas mantém segredo entre os participantes. Agora, dizer que não sabe se ele próprio fez uso do dinheiro que ele mesmo tem falado que é de corrupção, já é um pouco demais.

A declaração de Bolsonaro mostra que, para financiar campanhas e se eleger, o deputado conviveu bem melhor do que se imaginava com o dinheiro da corrupção. Na melhor das hipóteses, fechando os olhos para a real origem do dinheiro que financiava suas campanhas.

Desde 1993, Bolsonaro é filiado ao PP (a sigla já mudou de nome algumas vezes), com um intervalo entre 2003 e 2005, quando integrou o PTB de Roberto Jefferson, e de uma brevíssima passagem pelo PFL, retornando ao PP ainda em 2005.

Durante todo esse tempo, Bolsonaro conviveu muito bem com Paulo Maluf, José Janene, entre outros nomes de seu partido envolvidos em escândalos. Só se manifesta contra a corrupção, ou a suspeita de, quando atinge seus adversários políticos.

Sua dissidência dentro do PP se limita a atacar o governo petista em discursos e os partidos de esquerda cujos parlamentares são engajados em causas dos direitos humanos e das minorias. Mas não se vê Bolsonaro atacando casos suspeitos de aliados que o ajudaram a se eleger deputado pela sétima vez. Também sempre ficou na zona de conforto de manter-se no PP durante todo o tempo em que este partido participou de governos que ele criticava. Curioso que em 2003 ele migrou para o PTB quando este partido já compunha a base governista e estava em crescimento recebendo muitos adesistas fisiológicos que não queriam ficar na oposição.

Esse benefício de se aproveitar de uma estrutura partidária incoerente com seu discurso se estendeu a quatro parentes. Sua ex-mulher já foi vereadora no Rio de Janeiro, quando ainda eram casados. Seus filhos, Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, são deputado estadual e vereador no Rio de Janeiro, ambos pelo PP. Outro filho residente em São Paulo, Eduardo Bolsonaro – aquele que apareceu com uma pistola na cintura sobre um caminhão de som em manifestação pedindo golpe militar, em novembro –, se elegeu deputado federal, este pelo PSC.

Só agora Jair Bolsonaro diz defender que seu partido expulse os envolvidos na Lava jato. Isso quando lideranças de seu partido se perguntam se o próprio partido sobreviverá. Parece mais o que se chama “jogar para a plateia”, além de instinto de sobrevivência política para salvar a própria pele.

Em seu blog, em 2012, Bolsonaro também defendeu o financiamento privado de campanhas, a raiz da corrupção. Alega que “quanto menos o governo gastar com o financiamento público, melhor ficará junto à opinião pública”, como se o povo não pudesse mudar de opinião quando esclarecido através de um debate amplo. Diz que o caixa 2 continuaria existindo (um argumento estúpido, como se leis não pudessem ser feitas porque alguém não iria cumpri-la), mas se esquece de dizer que a corrupção também continuará correndo solta enquanto empreiteiras, bancos, planos de saúde, fabricantes de armas, empresas de comunicação patrocinarem bancadas corruptíveis no Congresso.




Vamos aguardar agora o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ajudar o deputado Jair Bolsonaro a descobrir o que ele próprio fez na eleição passada.

Denunciado.

O mais recente arroubo autoritário de Bolsonaro, para quem não lembra, levou a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, a denunciá-lo por incitar publicamente a prática de crime de estupro. A denúncia foi protocolada em 15 de dezembro, no Supremo Tribunal Federal (STF), e será analisada pelo ministro Luiz Fux.

Em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora, ao ser questionado sobre a declaração de que não iria estuprar a deputada federal Maria do Rosário porque ela não mereceria, ele reiterou a afirmação. De acordo com Ela Wiecko, “ao dizer que não estupraria a deputada porque ela não ‘merece’, o denunciado instigou, com suas palavras, que um homem pode estuprar uma mulher que escolha e que ele entenda ser merecedora do estupro”.

Em vídeo, Youssef diz que 6 políticos do RS recebiam dinheiro da Petrobras


Imagens obtidas pelo Grupo RBS mostram trecho de depoimento do doleiro.
Ele isenta Ana Amélia, Maluf e Bolsonaro de envolvimento em esquema.

Rodrigo SacconeDa RBS TV



Imagens mostram o momento em que o doleiro Alberto Youssef afirma, em depoimento da Operação Lava-Jato, que seis políticos do Rio Grande do Sul recebiam valores desviados da Petrobras. Nos vídeos cedidos pelo Supremo Tribunal Federal ao Grupo RBS, Youssef também fala que cada líder de bancada recebia mensalmente um valor entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, conforme o que foi arrecadado pelo esquema, e isenta de envolvimento a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), além dos deputados Paulo Maluf (PP-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ).

No último dia 6, o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu um pedido de abertura de inquérito para investigar 47 políticos por suposto envolvimento com o esquema na Petrobras. Entre eles estão os deputados federais Afonso Hamm, Renato Molling, Luiz Carlos Heinze, Jerônimo Goergen e José Otávio Germano, e o ex-deputado Vilson Covatti, todos do PP gaúcho.

"As entregas eram feitas mensalmente, semanalmente. Aqueles líderes do partido recebiam valores maiores, em média por mês, vou dizer, entre R$ 250 mil e R$ 500 mil cada um", explica o doleiro. "Em média, para a bancada, que ia para o líder fazer a divisão entre os que faziam parte dessa bancada, era uma média de R$ 1,2 milhões a R$ 1,5 milhões por mês", acrescenta.

No primeiro trecho do vídeo, Youssef é questionado sobre seis deputados gaúchos do PP que tiveram o inquérito autorizado, e responde afirmativamente. 

No segundo trecho, ele fala que Maluf e Bolsonaro e "aquela gaúcha que agora é senadora" não participaram do esquema. Questionado se trata-se de Ana Amélia, responde afirmativamente. 

O presidente do PP no Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, afirma que o diretório estadual ingressará na Justiça com um pedido de interpelação a Youssef e ao ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. "[Queremos saber] se eles tinham certeza de que este dinheiro chegava aos deputados, e quem informou isso", explica.

Segundo Bernardi, as imagens mostram Youssef afirmando que o dinheiro desviado da estatal era repassado por lideranças do partido, para dividir com correligionários, sem aparentar estar certo de que esta divisão realmente acontecia. "Qual é a certeza que ele tinha de que efetivamente essa divisão era feita e todos aqueles realmente foram beneficiados? E de qual forma chegava este dinheiro?", questiona o progressista.

Bernardi ainda destacou que, se for comprovado que algum dos seis integrantes do PP gaúcho tinha envolvimento com o esquema, o partido buscará uma punição por meio do Conselho de Ética. "Não daremos guarida a desvios de conduta", destacou.


Jô Soares morre em São Paulo aos 84 anos

Apresentador e humorista estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o dia 28 de julho. Causa da morte não foi divulgada.
Por g1 — São Paulo
05/08/2022 05h23 Atualizado há 49 minutos



Jô Soares — Foto: TV Globo/Zé Paulo Cardeal



O apresentador, humorista, ator e escritor Jô Soares morreu às 2h30 desta sexta-feira (5), aos 84 anos. Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, o apresentador do “Programa do Jô”, exibido na TV Globo de 2000 a 2016, estava internado desde 28 de julho no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo, onde deu entrada para tratar de uma pneumonia.

A causa da morte não foi divulgada. O enterro e velório serão reservados à família e aos amigos, em data e local ainda não informados.

O anúncio da morte foi feito por Flávia Pedra, ex-mulher de Jô, e confirmada em nota pela assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês.

"Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo”, escreveu Flávia em uma rede social. Leia a íntegra do texto aqui.

Jô Soares morre aos 84 anos, em São Paulo

Humor como marca registrada

Em todas as suas inúmeras atividades artísticas – entrevistador, ator, escritor, dramaturgo, diretor, roteirista, pintor... –, Jô Soares teve o humor como marca registrada. Foi seu ponto de partida e sua assinatura no teatro, na TV, no cinema, nas artes plásticas e na literatura. Ele próprio gostava de admitir isso.

"Tudo o que fiz, tudo o que faço, sempre tem como base o humor. Desde que nasci, desde sempre", afirmou em depoimento ao site Memória Globo.


Jô Soares se emociona ao se despedir do 'Programa do Jô' — Foto: Carol Caminha / Gshow

Jô Soares no JG, em 1984 — Foto: Reprodução



Nos últimos 25 anos, Jô ficou conhecido por ser o apresentador do talk-show mais famoso do país. Na TV Globo, estrelava o “Programa do Jô”, exibido de 2000 a 2016.


Considerado pioneiro do stand-up, também se destacou por ser um dos principais comediantes da história do Brasil, participando de atrações que fizeram história na TV, como “A família Trapo” (1966), “Planeta dos homens” (1977) e “Viva o Gordo” (1981). Além disso, escreveu livros e atuou em 22 filmes.

Adolescência na Suíça

José Eugênio Soares nasceu no Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1938. Era o único filho do empresário Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Leal Soares. Em entrevista ao Fantástico em 2012, Jô disse que “pelo fato de sempre ter sido gordo, preferia ser mais conhecido pelo espírito do que pelo físico”.

“Então, eu era muito, muito exibido”, assumiu. “Sou muito vaidoso, nunca escondi isso. Qual é o artista que não é vaidoso? Todos. É uma profissão de vitrine de exibidos. Você nasce querendo seduzir o mundo.”

Na infância, Jô estudou em colégio interno. “Chorava muito. Era uma coisa excessiva, uma coisa de sensibilidade quase gay”, disse ao Fantástico. O motivo era o medo de tirar nota baixa e não ter direito a voltar para casa nos finais de semana. Na escola, seu apelido era poeta. “Sendo gordo e ter o apelido de poeta – acho que já era uma vitória.”

Aos 12 anos de idade, foi estudar na Suíça, onde ficou até os 17. Lá, passou a se interessar por teatro e shows. Mas o plano original não era seguir carreira nos palcos.

"Eu pensei que ia seguir a carreira diplomática”, explicou ao Memória Globo. “Mas sempre ia ao teatro, sempre ia assistir a shows, ia para a coxia ver como era. E já inventava números de sátira do cinema americano; fazia a dança com os sapatinhos que eu calçava nos dedos."



Jô Soares — Foto: TV Globo




Volta para o Brasil




Como os negócios do pai Orlando fracassaram, a família teve de retornar ao Rio. Nesta época, Jô estava disposto a encarar a vocação recém-descoberta nas artes. "Imediatamente comecei a frequentar a turma do teatro, a mostrar meus números, e a coisa engrenou quase que naturalmente", lembrou.

O portal IMDb lista ainda que, no período, ele esteve nos filmes musicais “Rei do movimento” (1954), “De pernas pro ar” (1956) e “Pé na tábua” (1957). Naquele princípio de carreira cinematográfica, destacou-se, como ator, na chanchada “O homem do Sputnik” (1959), de Carlos Manga.

A estreia na TV aconteceu em 1958. Naquele ano, participou do programa “Noite de gala” e passou a escrever para o “TV Mistério”, que tinha no elenco Tônia Carreiro e Paulo Autran. Eles eram exibidos pela TV Rio. Na emissora, Jô esteve ainda no “Noites cariocas”. Em seguida, escreveu e atuou em humorísticos da TV Continental.

Já na TV Tupi, fez participações no “Grande Teatro Tupi”, do qual faziam parte nomes como Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Sérgio Brito e Aldo de Maia. “Eu consegui trabalhar ao mesmo tempo nas três emissoras que existiam no Rio”, declarou ao Memória Globo.

Em 1960, Jô mudou-se para São Paulo para trabalhar na TV Record.

“Vim descobrir São Paulo, era casado com a Teresa, tinha 22 anos. Vim para passar 12 dias e fiquei 12 anos”, lembrou ao Fantástico ao mencionar o casamento com a atriz Therezinha Millet Austregésilo (1934-2021), com quem teve seu único filho, Rafael, que era autista e morreu aos 50 anos.

A partir daí, atuou e escreveu para diversas atrações, como “La reuve chic”, “Jô show”, “Praça da alegria”, “Quadra de azes, “Show do dia 7” e “Você é o detetive”.

O grande destaque da época foi “A família trapo”, exibido entre 1967 e 1971 todos os domingos. No princípio, Jô apenas escrevia o roteiro – seu parceiro era Carlos Alberto Nóbrega. Depois, ganhou um papel: o mordomo Gordon. O elenco tinha ainda nomes como Otelo Zeloni, Renata Fronzi, Ricardo Corte Real, Cidinha Campos e Ronald Golias.


Jô costumava celebrar o pioneirismo da atração. “Acho que foi a primeira sitcom que se fez”, afirmou ao Memória Globo. Ao Fantástico, comentou que “foi o primeiro grande sucesso nacional da TV". “Saí um ano antes [do fim do programa], em 1970. Assinei contrato com a Globo, onde estavam o Boni, que já me conhecia e de quem já era amigo, e o Walter Clark.”

Trajetória na Globo

Pelos 17 anos seguintes, a partir de 1970, Jô Soares ficou na TV Globo. A estreia foi no programa “Faça humor, não faça a guerra”, ao lado de Renato Corte Real (ambos eram roteiristas e protagonistas). Os textos eram também assinados por Max Nunes, Geraldo Alves, Hugo Bidet e Haroldo Barbosa. “Criávamos uma média de 20 e tantos personagens por ano. Quando terminou o último programa, havia mais de 260 personagens criados”, enumerou Jô ao Memória Globo.

Em 1973, surgiu um novo humorístico, “Satiricom”. “Era um programa no estilo do extinto "Casseta & Planeta", de sátira à comunicação. A gente brincava com as novelas, com o noticiário. Então, não tinha quadros fixos”, comparou.

Já em 1977, foi a vez de “O planeta dos homens”, em que novamente se dividiu entre as funções de ator e redator, com a colaboração de dois de seus parceiros habituais: Max Nunes e Haroldo Barbosa. O elenco, uma vez mais, chamava atenção: Agildo Ribeiro, Paulo Silvino, Luís Delfino, Sonia Mamede, Berta Loran, Costinha, Eliezer Motta e Carlos Leite.

Embora “O planeta dos homens” tenha ido ao ar até 1982, Jô se desligou um ano antes, para se dedicar ao seu próximo projeto: o “Viva o gordo”.

"O meu humor tem sempre um fundo político, sempre tem uma observação do cotidiano do Brasil", dizia.

"Os meus personagens são muito mais baseados no lado psicológico e no social do que na caricatura pura e simples. Eu nunca fiz um personagem necessariamente gordo. Eles são gordos porque eu sou gordo."

Desta galeria de figuras, destacaram-se o Reizinho (monarca de um reino que satirizava o Brasil da época), o Capitão Gay (um super-herói homossexual) e o Zé da Galera (do bordão “Bota ponta, Telê!”).


Jô Soares durante entrevista com Roberto D’Avila em julho de 2014 — Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo

Talk-show

Quando seu contrato com a Globo venceu, em 1987, Jô Soares foi para o SBT. Ele atribuiu a mudança à possiblidade de apresentar um programa de entrevistas na nova emissora.

"No fim do contrato, falei com o Boni, meu amicíssimo... Na época ficou um ódio, claro. Porque falei ‘não’ [à proposta de renovação com a TV Globo]", admitiu Jô ao Fantástico em 2012. Durante os seus 11 anos de exibição, o talk-show "Jô Soares onze e meia" rendeu mais de 6 mil entrevistas.

“E durante o processo do impeachment do presidente Fernando Collor, o ‘Jô Soares Onze e Meia’ funcionou como uma espécie de tribuna popular, com o apresentador entrevistando alguns dos principais implicados e testemunhas do caso", aponta o Memória Globo.

“Acho que descobri, também sem querer, a grande vocação da minha vida, a coisa que me dá mais prazer, mais alegria de fazer. Eu me sinto muito vivo ali. A maior atração do mundo é o bate-papo, a conversa”, afirmava o próprio Jô.

Ele retornou à Globo em 2000, quando estreou o “Programa do Jô”.

"Não foi por uma questão salarial, porque a contraproposta do SBT era muito alta. Voltei pela possibilidade de fazer mais entrevistas internacionais, pelas facilidades de gravação, pelo apoio do jornalismo."

Literatura e teatro

Jô Soares também foi autor best-sellers e escreveu para jornais e revistas.

Nos anos 1980, escreveu com regularidade nos jornais “O Globo” e “Folha de S.Paulo” e para a revista “Manchete”. Entre 1989 e 1996, assinou uma coluna na “Veja”.

Também escreveu cinco livros, sendo quatro romances. A estreia foi "O astronauta sem regime" (1983), coletânea de crônicas publicadas originalmente em "O Globo". O romance "O Xangô de Baker Street" (1995) liderou as listas dos mais vendidos e foi adaptado para o cinema em 2001. As obras seguintes foram "O homem que matou Getúlio Vargas" (1998), "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" (2005) e "As esganadas" (2011).

No teatro, Jô ficou célebre por seus monólogos, todos marcados pelo tom cômico e crítico, com sátiras da vida cotidiana e política do Brasil. Os mais conhecidos foram “Ame um gordo antes que acabe” (1976), “Viva o gordo e abaixo o regime!” (1978), “Um gordoidão no país da inflação” (1983), “O gordo ao vivo” (1988), “Um gordo em concerto” (1994) – que ficou em cartaz por dois anos – e “Na mira do gordo” (2007).

Dentre os espetáculos em que trabalhou como ator nos palcos, estão ainda uma montagem de “Auto da compadecida” e “Oscar” (1961), com Cacilda Becker e Walmor Chagas. Como diretor, esteve à frente de “Soraia, Posto 2” (1960), “Os sete gatinhos” (1961), “Romeu e Julieta” (1969), “Frankenstein” (2002), “Ricardo III” (2006).

Jô Soares no JG, em 1984 — Foto: Reprodução

De seus mais de 20 trabalhos no cinema, Jô apareceu em alguns clássicos do cinema nacional, caso de “Hitler IIIº Mundo” (1968), de José Agripino de Paula”, e de “A mulher de todos” (1969), de Rogério Sganzerla. Além disso, dirigiu um filme, “O pai do povo” (1976).

'Hipocondríaco de doenças exóticas'

Ao Fantástico em 2012, Jô falou sobre a morte, sempre com bom humor. Relembre no vídeo abaixo:


Jô Soares conta o que viu da vida

"Sou um hipocondríaco de doenças exóticas. Beriberi – eu nem sei o que é, mas tenho pavor de pegar isso”, brincou.

"O medo da morte é um sentimento inútil: você vai morrer mesmo, não adianta ficar com medo. Eu tenho medo de não ser produtivo. Citando meu amigo Chico Anysio, [uma vez] perguntaram para ele: ‘Você tem medo de morrer?’. Ele falou: ‘Não. Eu tenho pena’. Impecável."


quinta-feira, 4 de agosto de 2022

A Rainha da Inglaterra e o STF



Em 1977, quando a Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, celebrava seu Jubileu de Prata, os 25 anos de seu reinado, a então novata banda inglesa Sex Pistols lançava seu segundo single, chamado "God Save the Queen".

A música já no segundo verso chama a monarquia britânica de "regime fascista". E segue dizendo que os súditos se tornaram idiotas, que a Rainha não é um ser humano e que não haveria futuro, para a Rainha ou para a monarquia.

E o que aconteceu? Nada.

Para ser mais preciso, a BBC se recusou a tocar a música. Mas, além disso, nada. A música alcançou o segundo lugar nas paradas de sucesso britânicas, foi tocada e ouvida por quem assim quisesse, e não recebeu nenhuma censura, senão aquela natural e legítima, advinda de quem não quisesse compartilhar daquela mensagem.

A Coroa, aliás, manteve a mais completa inércia a respeito da canção, como se ela nunca tivesse existido.

Já no Brasil, nesta semana um advogado foi preso em um voo de carreira em que estava presente o Ministro do STF, Ricardo Lewandowski.

Lewandowski pediu a presença da polícia para conduzir o homem porque esse, dirigindo-se àquele, afirmou: "o STF é uma vergonha".

O ministro ainda "se defendeu" em uma entrevista posterior, dizendo que poderia relevar uma ofensa pessoal, mas não uma ofensa ao STF.

Com toda evidência, Lewandowski deu voz de prisão a um homem que não cometeu crime algum. Dizer que há uma ofensa à "honra" do STF é mais ou menos como o quadrado redondo, pois somente pessoas naturais podem ser vítimas de crimes como injúria, calúnia ou difamação.

Faltando aptidão da suposta vítima para sofrer crime, estamos diante de "crime impossível", por ser inviável a consumação da conduta tida por criminosa.

O crime, ao revés, pode ter apontado contra o próprio Ministro, que obviamente abusou da autoridade, e da autoridade que o obedeceu, por ter obedecido ordem manifestamente ilegal.

Mais ainda, mesmo que a fala do advogado preso fosse dirigida a uma pessoa, talvez não se encontrasse nessa conduta crime algum.

Quem viu o vídeo que contém todo o evento com toda certeza percebeu a arrogância de Lewandowski, ameaçando desde logo com prisão o interlocutor.

A falta de autoridade natural que existe no país (já que falávamos do Sex Pistols, talvez seja uma espécie de "Anarchy in the Brazil?) só faz tornar mais evidente o autoritarismo que lhe pretende substituir.

Mas, como não poderia deixar de ser, a presidência do STF pediu mais investigações sobre o caso, envolvendo, agora a Procuradoria Geral da República.

Diversas organizações de puxa sacos formadas por juízes, advogados e outros atores dos processos já manifestaram apoio a Lewandowski. Mesmo assim, as notas foram em tom de lamento pelo fato. Nenhum teve coragem de dizer que a conduta do ministro foi correta, nem mesmo confirmou ter entendido que ocorreu crime.

Ou seja, as notas acabaram dizendo, nas entrelinhas, que a conduta do ministro foi pior do que a do sujeito que disse que o STF era uma vergonha.

Fato é que parece que houve uma confusão sobre o significado do vocábulo" Supremo ", quando se fala em Supremo Tribunal Federal.

Olhando as definições do Michaelis a esse respeito, a primeira parece ser a mais adequada. Supremo é" Que está no ponto mais alto ou elevado, acima de qualquer coisa. ". Como é o tribunal mais elevado do país, parece estar de acordo.

O problema é que muitos já estão confundindo com o segundo significado do dicionário para o vocábulo:"Relativo a ou pertencente a Deus; divino.".

O injustiçado advogado, afinal, estava errado. O STF não é uma vergonha. É apenas parte de uma outra vergonha muito maior, alicerçada, em grande parte, pelas diversas instituições ligadas intimamente à administração da justiça no Brasil.

Por Bruno Barchi Muniz
Advogado
há 4 anos
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Nova moda: jovens fervem camisinhas, bebem o líquido e ficam drogados

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Foto: Shutterstock

Ser estúpido é parte do processo que faz o jovem chegar à vida adulta. Mas, a cada nova geração, a gente sempre fica com uma sensação de que o nível de estupidez está ficando ainda mais alto. Quer um exemplo? Supostamente, a juventude da Índia está cozinhando preservativos com sabor e tomando a água como se fosse chá, tudo isso para se entorpecer.

De acordo com o Gizmodo, o caso foi contado pela CNN-News 18, um canal de notícias indiano. Segundo a emissora, desde a metade de julho, as vendas de camisinhas saborizadas dispararam na cidade de Durgapur. Ainda de acordo com o canal, um cliente questionou os motivos disso e recebeu a bizarra prática como resposta de um vendedor: os jovens estavam buscando essa nova forma de ficarem “doidões”.

Para conseguir tal proeza, eles estariam fervendo as camisinhas e bebendo a água. Ainda que a gente recomende muito que você NÃO tente isso em casa, há sim um tanto de verdade na experiência.

Os efeitos do chá
Pesquisador de polímeros entrevistado pela revista Vice, Udayan Basak afirmou à publicação que, sim, teoricamente dá para ficar “chapado” bebendo o chá de camisinhas. Basak afirma que esses produtos contém resinas de poliuretano, usados para garantir que eles durem muito e estiquem mais ainda. A glicerina também é componente, garantindo o sabor.

“Acredita-se que o etilenoglicol, um tipo de álcool, é produzido quando o poliuretano se decompõe após ferver os preservativos com sabor em água por seis a oito horas”, disse Basak, conforme relatado pela Vice.

Uma comparação feita por especialistas ouvidos pela CNN-News18 é de que a sensação causada seria como cheirar cola, criando uma sensação eufórica e alucinógena que dura alguns minutos. Claro, há efeitos adversos, como intoxicação e mesmo o vício.

Ainda que a história contada pelo canal indiano tenha surgido de um vendedor afirmando que ouviu isso de um adolescente, é possível que os jovens que colocavam vodka nos olhos possam, também, achar que tomar chá de camisinha é algo que mereça uma chance.

Metrópoles

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Em prisão domiciliar, Roberto Jefferson é lançado pelo PTB como candidato ao Planalto

Ex-deputado, Jefferson foi preso no inquérito que apura atuação de milícia digital contra democracia. Candidato já apoiou Lula, foi condenado no mensalão e se diz 'fã' de Bolsonaro.
Por Marcela Mattos, g1 — Brasília
01/08/2022 13h51



Ex-deputado Roberto Jefferson aparece em vídeo exibido na convenção do PTB nesta segunda (1º) — Foto: Reprodução

O PTB fez nesta segunda-feira (1º) em Brasília a convenção nacional do partido e lançou o ex-deputado Roberto Jefferson como candidato a presidente da República nas eleições deste ano.

A convenção foi feita um hotel na cidade, e Roberto Jefferson não compareceu porque cumpre prisão domiciliar desde janeiro deste ano. O candidato a presidente enviou um vídeo ao evento (leia detalhes mais abaixo).

Ex-apoiador de Lula (PT) e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão, Roberto Jefferson se diz "fã" das ideias do presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi preso no ano passado no inquérito que apura a atuação de uma milícia digital contra a democracia.

A Polícia Federal apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito.

Essa organização, segundo as investigações, se dividiria em núcleos: de produção, de publicação, de financiamento e político. Outra suspeita é de que o grupo tenha sido abastecido com verba pública.

>>> Relembre no vídeo abaixo quando Roberto Jefferson passou a cumprir prisão domiciliar:

Roberto Jefferson deixa presídio no Rio para cumprir prisão domiciliar no interior do estado


Foco no 'eleitorado direitista'

Como Jefferson não participou presencialmente do evento, foi exibido um vídeo no qual o candidato leu um carta.
No vídeo, Roberto Jefferson afirmou que a candidatura dele não se opõe à do presidente Jair Bolsonaro, mas, sim, "confronta a abstenção" e preenche "alguns nichos de opções ao eleitorado direitista"
No documento, ele acrescenta que Bolsonaro se candidata à reeleição "sozinho", enquanto a esquerda "se apresenta como um polvo com vários tentáculos".
Jefferson diz, ainda, que é "fã" das ideias de Bolsonaro e que o presidente tem um "eleitorado inibido
"Não se reconecta com os descontentes, os famosos 'isentões', e gera uma gigantesca abstenção, que termina por eleger um candidato de esquerda pela minoria do eleitorado. É uma luta injusta. Um leão solitário contra uma alcateia de hienas. Argentina, Chile, Colômbia, França são exemplos recentes de vitórias eleitorais da esquerda que repetiu esse modelo", afirma Jefferson no documento.
"Temos que participar desse processo. Ofereço meu nome, Roberto Jefferson, para disputar a eleição presidencial. Não quero inibir ninguém que deseja disputar a indicação. Não desejo inibir nenhum companheiro que deseja apoiar, no partido, o presidente à sua reeleição. Apoie. Ao final, estaremos juntos", acrescentou.

Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada mostrou Lula em primeiro lugar, com 47% das intenções de voto; em seguida, aparecem Bolsonaro, com 29%; Ciro Gomes (PDT), com 8%; e Simone Tebet (MDB), com 2%..

Visibilidade para a prisão


Ao g1, Honésio Ferreira, presidente da Fundação Ivete Vargas (FIV), vinculada ao PTB, afirmou que caberá aos aliados de Jefferson fazer a campanha presidencial. Segundo ele, a candidatura será um meio de chamar a atenção para a prisão de Jefferson e tentar pressionar pela liberdade dele.
"A gente vai fazer a campanha para ele. É como a gente fala: 'Você não precisa ter o candidato para fazer a campanha'. O candidato está preso. Na verdade, o fato de ele estar preso já é um primeiro fato de notoriedade da campanha", disse Ferreira.
Ele acrescenta que a candidatura de Jefferson é um "fato relevante" para que seja concedida a liberdade ao petebista, preso há quase um ano.
"Traz, pelo menos, a discussão de volta. Se ele não pode, nós vamos falar as coisas que ele acredita. Faz um vídeo, um desenho animado, bota a imagem dele, o texto como locutor. Já estão sendo produzidas algumas peças", acrescentou Honésio Ferreira.
Segundo o presidente da FIV, caberá ao próprio Roberto Jefferson indicar o nome do candidato a vice-presidente na chapa.

500 policiais assinam manifesto contra o fascismo e pela democracia no Brasil




*500 policiais assinam manifesto contra o fascismo e pela democracia no Brasil*


Clique aqui e tenha acesso ao Manifesto em .pdf


POLICIAIS ANTIFASCISMO EM DEFESA DA  DEMOCRACIA POPULAR. #PoliciaiAntifacismo


“Não voltaremos à normalidade, porque a normalidade era o problema”. A frase projetada na parede de um prédio da cidade de Santiago, capital do Chile, que circulou nas redes sociais como uma reflexão para um mundo pós-pandemia da covid-19, cabe como uma luva para a reação necessária às ameaças de desestabilização institucional democrática em nosso país.

É fato que o fascismo nada mais faz do que se apropriar e prolongar os mecanismos construídos pelas sociedades liberais. Afinal, a existência de um aparato policial violento contra as classes populares; as estruturas e agências jurídicas para sustentação de um Estado de Direito, voltado para garantir os interesses de grupos econômicos e financeiros; a governança e gestão das desigualdades sociais e da exploração do trabalho; o controle diuturno sobre os corpos e vidas dos pobres; o racismo institucional; a misoginia; a LGBTfobia; a repressão violenta contra os trabalhadores no campo e na cidade; a criminalização dos movimentos sociais; nada disso é invenção do fascismo.

O que se apresenta neste momento, como uma ameaça singular, é a institucionalização e o avanço destes mecanismos de controle e repressão, que pretendem afastar toda e qualquer forma de oposição ao modelo político-jurídico-econômico neoliberal. Não podemos esquecer que, ao assumir a Presidência da República, Jair Bolsonaro afirmou que iria “banir toda a forma de ativismo em nosso país”. Essa é a orientação dos gabinetes do ódio, que transformam as fake news em instrumentos de perseguição política.

Neste exato momento de ameaças de ruptura da ordem democrática institucional, “com as armas da democracia”, o Movimento Policiais Antifascismo está sendo covardemente atacado por uma investigação política do Ministério Público do Rio Grande do Norte. De acordo com o procedimento preparatório, com mais de 600 páginas, somos enquadrados ficticiamente como “grupo paramilitar”, com dezenas de policiais antifascismo sendo identificados com fotos, endereço e telefone. Um simples olhar sobre a peça investigatória faz lembrar os piores momentos dos anos de chumbo, no ressurgimento de uma polícia política, hoje comandada por um promotor de justiça. Ao mesmo tempo, um parlamentar do PSL no Rio Grande do Sul, representa do seu gabinete na Assembleia Legislativa Estadual contra um policial antifascismo de Porto Alegre, por simplesmente postar nas suas redes sociais apoio aos movimentos antifascistas locais. Não podemos esquecer também dos muitos policiais perseguidos através de processos administrativos, que visam o cerceamento dos nossos direitos e liberdades políticas, garantidos pela Constituição Federal.

As milícias e grupos paramilitares reais, que estão se organizando em todo o país, com a proteção e conivência de muitas autoridades, não são o único problema a ser enfrentado na luta antifascismo no Brasil. O projeto de neutralização dos movimentos populares de resistência passa por uma estrutura que conta com uma rede de operadores de poder, como parlamentares, promotores de justiça e magistrados.

A estratégia de avanço do projeto fascista no país é ampla. Mobilizam a intolerância e o ódio aos movimentos de esquerda nas ruas e nas instituições da República. Os esforços visando o aparelhamento e o comando da polícia federal e da Procuradoria Geral da República confirmam isso.

Precisamos avançar a resistência para uma aliança popular antifascismo. Não podemos conceber unidade política sem participação popular.

Somos um movimento suprapartidário e não menosprezamos a luta parlamentar, que também se mostra necessária neste momento. Os partidos políticos do campo progressista são fundamentais, mas precisamos de uma Frente Única Antifascista, com a participação de sindicatos, entidades de classe, movimentos populares, estudantes, servidores públicos, acadêmicos, juristas, artistas, mas principalmente dos amplos setores da classe trabalhadora, para organizarmos uma reação às ameaças civil-militares de ruptura institucional. Somente a resistência organizada, que garanta a participação popular, poderá cumprir essa tarefa.

Nós, policiais antifascismo, acreditamos que o trabalhador policial deve se colocar ao lado dos demais trabalhadores no enfrentamento ao fascismo. Afinal, o projeto fascista em nosso país é um projeto de avanço no ataque aos direitos conquistados pelos trabalhadores. Essa ofensiva atinge diretamente os policiais, apontando cada vez mais para a privatização da segurança e para o aumento da precarização do seu trabalho. Os números de suicídios entre policiais são somente o sintoma das péssimas condições a que estão submetidos os trabalhadores do sistema de segurança pública em nosso país. Disputar o reconhecimento dos policiais como trabalhadores faz parte da nossa tarefa enquanto policiais antifascismo. Afinal, somos irmãos trabalhadores!

Convidamos todos os policiais civis, federais, rodoviários federais, militares, bombeiros, guardas municipais, policiais penais, agentes sócio educativos e demais trabalhadores do sistema de segurança pública a se unirem ao nosso movimento e assinarem este compromisso com a verdadeira democracia!

Assinam:

1) Abdael Ambruster (policial penal SP)
2) Abimael Weber Oliveira (policial militar PM/ES)
3) Adalgimar Maia Fernandes (policial rodoviária federal PRF/CE)
4) Adelmo Jeronimo Silva (policial civil PC/DF)
5) Ademir de Oliveira (policial/MG)
6) Adriano Garça (policial/MG)
7) Adson Maia (delegado de policia civil RN)
8) Agenilson Moreira da Cruz (policial militar PM/BA)
9) Agnaldo Mouler Duarte (comissário de policia PC/RS)
10) Aguinaldo Alves Silva (comissário de policia PC/RS)
11) Airton Garcez de Morais (policial militar PM/RS)
12) Alan Leite (policial penal AL)
13) Alcino Geraldo dos Santos (policial civil PC/PE)
14) Alcione Alvarenga Pinheiro (policial civil PC/ES)
15) Alessandra T. L. de Barros (agente de policia PC/AL)

16) Alessandro de Paula Brun (policial militar PM/SC)
17) #ForaFascistas
18) Alessandro Medeiros (policial militar PM/RN)
19) Alexandre Cavalcanti Berreto Ferreira (policial federal PF/RN)
20) Alexandre de Magalhâes Reis (papiloscopista PC/RJ)
21) Alexandre de Magalhães Reis e Silva (papiloscopista PC/RJ)
22) Alexandre Jorge Brasil (policial civil PC/PE)
23) Alexandre Schneider (escrivão de polícia PC/SP)
24) Aline Risi (policial/MG)
25) Alisson de Mattos (policial/MG)
26) Aluízio Henrique Lima Silva (policial militar PM/MA)
27) Alvir Antônio Scheneider (policial militar PM/SC)
28) Alyne Soares (policial penal TO)
29) Amanda Cristina Testa Siqueira (policial/MG)
30) Amanda Patrícia da Silva (policial/MG)
31) Amarildo Caldeira Moraes (policial rodoviário federal PFR/GO)
32) Amauri Soares (policial militar PM/SC)
33) Ana Carolina Bezerra da Costa (policial civil PC/PE)
34) Ana Cristina Londe N. Aguirre (policial rodoviária federal PRF/RS)
35) Anderson Cavichioli (delegado de policia PC/DF)
36) Anderson Czaikowiski (investigador de policia PC/PR)
37) André Bello Rego Machado (perito criminal PC/RJ)
38) André Cruz (policial militar PM/RN)
39) André Eduardo Lima Prudente (escrivão de polícia PC/SE)
40) André Henrique Tamura (policial rodoviário federal PRF/GO)
41) André Luiz Leal Medeiros (policial civil PC/GO)
42) André Luiz Rosa Freire (guarda municipal Fortaleza/CE)
43) André Marçal de Carvalho (perito criminal SPTC/GO)
44) André Oliveira (agente de policia PC/AL)
45) Andrea Costa (policial civil PC/RN)
46) Andrea Gomes de Carvalho (policial civil PC/PE)
47) Anna Paula dos Santos (perita criminal PC/RJ)
48) Antônio Carlos Ananias (policial/MG)
49) Antônio Edilson Gomes de Medeiros (policial militar PM/SC)
50) Antônio Lázaro Lima Sampaio (policial civil PC/TO)

51) Antônio Machado (comissário de polícia PC/PE)
52) Antônio Moraes (escrivão de polícia PC/SE)
53) Antônio Pinto (delegado de policia PC/RN)
54) Arthur Antunes de Vasconcelos (policial militar PM/RN)
55) Arthur Marian Luba (policial rodoviário federal PRF/SC)
56) Ascânio Rodrigues (agente de policia PC/AL)
57) Assis Fernando Generoso (policial rodoviário federal PRF/SC)
58) Astier Cavalcanti de Siqueira (policial civil PC/PE)
59) Augusto César Silvares Costa (investigador de policia (PC/ES)
60) Aurélio dos Santos Dias (escrivão de polícia PC/PR)
61) Áureo Cisneiros (policial civil PC/PE)
62) Avelar de Araújo Salvado (agente de polícia PC/AL)
63) Benildo Pereira (policial militar PM/RN)
64) Benjamim Gerlach Neto (policial federal PF/SC)
65) Bianca Landau Braile (policial/MG)
66) Bleno Carlos Chaves de Castro (policial civil PC/GO)
67) Bruna Carvalho (policial/MG)
68) Bruna Helena Souza de Oliveira D’Elia (inspetora de policia PC/RJ)
69) Bruno Bacila Sade (policial penal PR)
70) Bruno Garajau (agente de policia PC/GO)
71) Bruno Greco Brant Ribeiro (investigador de policia PC/PR)
72) Bruno Leonardo Oliveira Vieira (bombeiro militar ES)
73) Camila Machado (perita criminal PC/RJ)
74) Camila Macri (papiloscopista PC/RJ)
75) Carlos Alberto Batista (policial penal ES)
76) Carlos Alberto Fischer (policial rodoviário federal PRF/SP)
77) Carlos André Bier (agente de trânsito AL)
78) Carlos Antônio do Amaral Ramos (policial rodoviário federal PRF/AL)
79) Carlos Augusto de Aguiar Silveira (policial/MG)
80) Carlos Ely Fontotura Machado (comissário de policia PC/RS)
81) Carlos Frederico Marques dos Prazeres (policial penal PE)
82) Carolina de Souza (perita criminal PC/RJ)
83) Carolina Leone (escrivã de policia PC/PR)
84) Carolina Muniz do Carmo (investigadora de policia PC/MS)
85) Cesar Augusto Silva Ribeiro (agente de policia PC/SE)

86) Cezar Augusto Muller Menezes de Oliveira (PM/SC)
87) Charles Cezar de Sales Lima (comissário de policia PC/PE)
88) Charles Francisco Rozario (escrivão de polcia PC/ES)
89) Cícero Hélio Lemos Peixoto (policial militar PM/CE)
90) Cintia Aparecida Pliszka (policial militar PM/PR)
91) Claudiane Canuto (perita criminal PC-RJ)
92) Claudio de Albuquerque Lima Sobrinho (agente de polícia PC/AL)
93) Claudio Nicolau Rigueto (policial militar PM/RS)
94) Clautia Sheilla (agente técnico forense ITEP/RN)
95) Clertes Helena Alves Baier (perita criminal PC/ES)
96) Colombo Cirqueira (inspetor de policia PC/CE)
97) Cristiano Guizzo (policial militar SC)
98) Dalchem Viana (bombeiro militar CBM/RN)
99) Daniel Carneiro Gomes (escrivão de policia PC/AC)
100) Daniel Orsa (policial militar PM/BA)
101) Daniel Pinheiro Spinelli (policial rodoviário federal PRF/CE)
102) Daniel Washington Evangelista (policial rodoviário federal PRF/RJ)
103) Daniela Tavares Menezes (policial civil PC/BA)
104) Danielle Oliveira (perita criminal PC/RJ)
105) Danilo Zarlenga Crispim (delegado de polícia PC/PR)
106) Danniel Martins Souza da Silva (policial federal PF/RJ)
107) Dária Martins (policial/MG)
108) Dastaev Gomes (policial militar PM/RN)
109) Davi Azeredo Campelo (policial militar PM/ES)
110) David Henrique Sampaio (papiloscopista PC/RJ)
111) Débora Oliveira (policial/MG)
112) Denilson Campos Neves (investigador de policia PC/BA)
113) Denis Remi Cardoso (policial militar PM/RS)
114) Deny Figueiredo (policial civil PC/PE)
115) Derick Tinôco (bombeiro militar ES)
116) Diana Bezerra da Costa (policial militar PM/CE)
117) Diego Nascimento da Vitória (policial militar PM/ES)
118) Dimas Barros Cavalcante (policial militar PM/AL)
119) Diogo Carlos Lopes de Souza (policial militar PM/GO)
120) Diogo Jobane Neto (papiloscopista PF/GO)

121) Diomedes Barbosa Júnior (policial militar PM/RN)
122) Dirce Vieira da Silva (guarda municipal PR)
123) Divino Moitinha de Souza (policial militar PM/DF)
124) Domingos Pereira Dias Filho (perito técnico PC/BA)
125) Edevardo Martinelli (policial militar PM/RS)
126) Edison Tessele (policial federal PF/SC)
127) Edmar Marinho Oliveira (policial penal ES)
128) Edna Maria Santos Bispo (agente de policia PC/SE)
129) Ednalva Bezerra de Lima (policial militar PM/PB)
130) Edriana Perdonsini Quadrado (policial rodoviária federal PRF/GO)
131) Edson Garcia Fortuna (policial militar PM/SC)
132) Edson Luiz Pereira (policial/MG)
133) Edward Ferreira Bitencourt (policial militar PM/PA)
134) Egont Alexandre Schenkel (perito criminal SP)
135) Elaine Falheiros (policial civil PC/BA)
136) Elias Roberto Teixeira (policial civil PC/PE)
137) Elis Denise Gondro (guarda municipal Curitiba/PR)
138) Elisabeth Teresinha Binotto Costa (escrivã de policia PC/RS)
139) Elisandro Lotin de Souza (policial militar SC)
140) Elisangela da Silva Brito (agente de polícia PC/SE)
141) Elizeu Brasileiro Júnior (escrivão de policia civil PC/SE)
142) Elza Luiza Pfaffenzeller (escrivã de policia PC/PR)
143) Emerson Deleon Lima da Silva (policial rodoviário federal PRF/GO)
144) Enio Chaves dos Reis (policial militar PM/ES)
145) Erani Luiz Bohnenberger (policial civil PC/RS)
146) Etevaldo Genuino da Silva Junior (guarda municipal Recife/PE)
147) Eugênia B. L. Dutra de Barros (policial penal PB)
148) Eunice Bezerra Correia (escrivã de policia PC/SE)
149) Eustácio Lopes de Oliveira Filho (investigador de policia PC/BA)
150) Evandro Aranda (agente de polícia PC/AL)
151) Evandro Pereira Assunção (investigador de policia PC/PA)
152) Everson Henning (policial militar PM/SC)
153) Everton Gomes (inspetor de policia PC/RJ)
154) Ewerton Camilo Alves Santos (técnico de necropsia PC/RJ)
155) Ewerton Monteiro (policial militar PM/BA)

156) Ezequiel Pereira Sales (guarda municipal Fortaleza/CE)
157) Fabiana Maria de Mesquita (policial rodoviária federal PRF/GO)
158) Fábio Fernandes (delegado de policia PC/RN)
159) Fábio Jorge de Carvalho Mendes (policial federal PF/AL)
160) Fábio Nunes Castro (escrivão de policia PC/RS)
161) Fabrício Freitas de Souza (policial militar PM/ES)
162) Fabrício Rosa (policial rodoviário federal PRF/GO)
163) Felipe Corrêa Gonçalves (policial civil PC/RS)
164) Fernanda Lima Moretzsohn de Mello (delegada de policia PC/PR)
165) Fernanda Silva (policial militar PM/BA)
166) Fernando Aleixo Marliere (policial/MG)
167) Fernando Alves (delegado de policia PC/RN)
168) Fernando Ferreira Gomes (policial/MG)
169) Fernando Gomes de Almeida (perito criminal PC/RJ)
170) Fernando Lemos (policial civil PC/PE)
171) Fernando Sávio Ferreira (policia penal PR)
172) Filipe Coutinho (policial/MG)
173) Flávia Bueno de Brito Martins (policial/MG)
174) Flávio Jair Schuler (policial militar PM/SC)
175) Flávio Marcelo Cavalcante Mota (papiloscopista PC/PA)
176) Flávio Mota (policial militar PM/RN)
177) Flori Mathias (policial militar PM/SC)
178) Francisca Taís Menezes Souza (policial rodoviária federal PRF/CE)
179) Francisco de Moraes Silva (policial penal CE)
180) Francisco Erivaldo da Silva (policial rodoviário federal PRF/CE)
181) Francisco Monte (policial militar PM/RN)
182) Francisco Saraiva Chaves Neto (escrivão de policia PC/PA)
183) Francisco Sergio Bezerra Pinheiro (policial federal PF/RN)
184) Francisco Spessatto Filho (policial civil PC/SC)
185) Frederico Trindade (policial/MG)
186) Gabriela Araújo Viana Bezerra (policial rodoviária federal PRF/CE)
187) Gabriella Vicente Martins (policial militar PM/GO)
188) Galeno Jales (policial militar PM/AM)
189) George Washington Sá Barreto de Queiroz (agente de policia PC/SE)
190) Geralda da Cunha Teixeira Ferraz (escrivã de policia PC/GO)

191) Geraldino Sant’anna Vaz (comissário de policia PC/RS)
192) Gerson Melo de Oliveira (policial militar PM/RN)
193) Gesaias Ciriaco do Nascimento (policial civil PC/RN)
194) Gibran Rezende Grechi (policial militar PM/SC)
195) Gigliola Bolis (policial rodoviária federal PRF/RS)
196) Gil Morato (policial/MG)
197) Gilberto Artero Ramos Filho (escrivão de policia PC/MS)
198) Gildemar Roberto Sales (investigador de polícia PC/PR)
199) Gilvan Alves Barbosa (guarda municipal Maceió/AL)
200) Gilvaneide Neves de Oliveira (policial militar PM/SE)
201) Givanildo Reis (policial/MG)
202) Glademir Gatto (bombeiro militar SC)
203) Glaucio Merlin de Souza (bombeiro militar CBM/RJ)
204) Gleidson de Jesus LobatoNahum (investigador de policia PC/PA)
205) Guilherme Bertassoni da Silva (perito criminal PR)
206) Gustavo Dahas Pinto (agente de polícia PC/DF)
207) Hamilton Belomo (policial militar PM/RS)
208) Helenilton Dantas Martins (policial militar PM/SE)
209) Hélio Lopes Júnior (agente de segurança sócio-educativo RJ)
210) Helker Nutels França (guarda municipal Maceió/AL)
211) Hellem Gontijo (policial/MG)
212) Henrique Otto (delegado de policia PC/GO)
213) Henrique Silva Pirola (policial militar PM/ES)
214) Hermes Souza Cruz (agente de polícia PC/SE)
215) Heros Henrique (policial militar PM/RN)
216) Hildebrando Saraiva (inspetor de policia PC/RJ)
217) Hosanas Galvão (escrivã de policia PC/PA)
218) Humberto Mileip (policial civil PC/ES)
219) Humberto Quintão (policial/MG)
220) Ibis Silva Pereira (policial militar PM/RJ)
221) Itamar Matos de Souza (policial militar PM/DF)
222) Igor Zanetti Biaes (perito criminal PC/RJ)
223) Ildebran Galvão de Lima (policial militar PM/RN)
224) Imberê Machado (policial civil PC/RS)
225) Inácio Rodrigues Lima Neto (delegado de policia RN)

226) Indira da Mota Araújo (agente de polícia PC/AL)
227) Iris Miranda de Oliveira (policial militar PM/RN)
228) Iris Mirian do Nascimento (policial penal PR)
229) Isolina Martins Aquino Soder (comissária de policia PC/RS)
230) Israel Rodrigues da Silva (agente de polícia PC/RN)
231) Ithiara Nunes (policial/MG)
232) Ivan De Nadai (bombeiro militar ES)
233) Jackson Wandre Pereira Alves (policial penal RN)
234) Jadilson de Jesus Ferreira (investigador de policia PC/BA)
235) Jair Ventura (policial militar PM/SC)
236) James de Azevedo Silva (guarda municipal Salvador/BA)
237) Jamile Miguel Souza (policial civil PC/PR)
238) Jamyle Noithalene Sadoski de Souza (papiloscopista PC/PR)
239) Janaína Assis Matos (perita criminal PC/RJ)
240) Jaqueline Santana Santos (datiloscopista GO)
241) Jean Cledson Nunes de Medeiros (policial militar PM/RN)
242) Jeanderson de Souza Mafra (policial militar MA)
243) Jeane Maria Ferreira da Silva (policial penal RN)
244) Jefferson Nunes Pereira Júnior (policial militar PM/ES)
245) Jeilson Lima (policial militar PM/AL)
246) Jeison Rodrigues (bombeiro militar AM)
247) Joana Sheila Ferreira Lopes (policial militar PM/CE)
248) João Baptista (escrivão de policia PC/MA)
249) João Batista Motta (policial rodoviário federal PRF/SC)
250) João Henrique Souza de Oliveira (policial rodoviário federal PRF/DF)
251) João Maria Torres (guarda municipal PR)
252) João Meire Firmiano da Silva (policial militar PM/DF)
253) João Ricardo Guimarães (policial penal PR)
254) João Tayah (delegado de policia PC/AM)
255) Joaquim de Almeida Júnior (policial militar PM/ES)
256) Joel Teodorio (guarda civil Salvador/BA)
257) Jones Talai Mendes (inspetor de policia PC/RS)
258) Jordhan Lessa de Faria (guarda municipal Rio/RJ)
259) Jorge Tadeu do Espirito Santo Guilhon (escrivão de policia PC/PA)
260) Jorge Venerando de Lima (policial federal PF/AL)

261) Josberto Azevedo Teixeira (policial federal PF/RN)
262) José Alberto Nogueira e Silva (policial civil PC/PE)
263) José Alves Lemos Junior (policial militar PM/CE)
264) José Antônio da Silva Filho (comissário de policia PC/PE)
265) José Carlos Alves (policial militar PM/RS)
266) José Carlos Minin (escrivão de policia PC/AL)
267) José Carlos Rosa Ribeiro (policial militar PM/RS)
268) José Cecílio e Lopes (policial/MG)
269) José Cleriston Barbosa Silva (guarda municipal Estância/SE)
270) José Evandro Pereira Bezerra (guarda municipal Ipojuca/PE)
271) José Francisco Cavalcanti (policial civil PC/BA)
272) José Henrique da Silva Sales (policial militar PM/PR)
273) José Maria de Paula Correia (delegado de policia PC/PR)
274) José Moacir Cabral Júnior (policial militar PM/GO)
275) José Moraes Sotero (policial militar PM/SC)
276) José Nildo Galdino (agente de polícia PC/RN)
277) José Peperiguassú Britto Rayol Filho (policial civil PC/MA)
278) José Ricardo Fiedler (perito criminal PR)
279) José Teógenes Abreu (policial rodoviário federal PRF/DF)
280) José Verodilson Barbosa (agente de polícia PC/DF)
281) Josenildo Tavares da Silva (policial civil PC/PE)
282) Josimar Melo (agente de polícia PC/AL)
283) Jucelino Medeiros de Oliveira (delegado de policia PC/RS)
284) Judicler de Fátima Cavalcante (guarda municipal Natal/RN)
285) Juliana Coutinho (policial rodoviária federal PRF/PE)
286) Juliana do Nascimento Barreto (policial rodoviária federal PRF/SC)
287) Juliano Adorno Maia (papiloscopista GO)
288) Jully Cristy Ferreira (policial/MG)
289) Junie Penna (policial rodoviária federal PRF/MG)
290) Jussara Jacy de Lucena Oliveira (Guarda Municipal Natal/RN)
291) Kátia Sirlene Farias de Lima (agente de polícia PC/SE)
292) Keldiry Francisco Souza Ribeiro (policial militar PM/RN)
293) Kelly Menezes Freitas (escrivã de policia PC/CE)
294) Klaudeir T. Gonçalves (policial militar PM/DF)
295) Klayton de Lima (policial militar PM/RN)

296) Kleber Rosa (investigador de policia PC/BA)
297) Larissa Lupe Dinelli (escrivã de policia PC/ES)
298) Lauro Lucio Martins Silva (policial militar PM/GO)
299) Leandro Barcellos Prior (policial militar PM/SP)
300) Leandro César (policial/MG)
301) Leandro Martins da Silva (guarda municipal Aracaju)
302) Leilson Lelis (policial federal PF/RN)
303) Leonardo Bruno Lange Tucunduva (investigador de polícia PC/PR)
304) Leonardo da Silva Alves (bombeiro militar RN)
305) Leonardo de Paula e Silva Filho (policial/MG)
306) Leonardo Eloi (policial militar PM/BA)
307) Leonardo Martins Saraiva (perito criminal PC-RJ)
308) Leonardo Pompeiano Facio (policial rodoviário federal PRF/MG)
309) Leonel Radde (policial civil PC/RS)
310) Leticia Ferreira (policial/MG)
311) Liamara Cararo Pires (policial rodoviária federal PRF/BA)
312) Liliane Rachadel (policial civil PC/SC)
313) Lívia Barroso (perita criminal PC/RJ)
314) Luana A. Godinho Barbosa (policial rodoviária federal PRF/GO)
315) Lucas Werneck Tavares (policial/MG)
316) Luciana Duarte (policial rodoviária federal PRF/DF)
317) Luciana Rocha (guarda municipal RS)
318) Luciano Guedes (policial MG)
319) Luciano José Fonseca Oliveira (agente policial PC/GO)
320) Luciano Prado (policial federal PF/RN)
321) Luciano Segné Ferreira Silva (perito criminal PC/RJ)
322) Luciano Silva (policial militar PM/AL)
323) Lucyara Rodrigues (policial/MG)
324) Ludmila Coutinho (perita criminal PC/RJ)
325) Ludmila Leotério Rodrigues (bombeiro militar ES)
326) Luiz Antônio Brenner Guimaraes (policial militar PM/RS)
327) Luiz Antônio da Annunciação Junior (policial militar PM/DF)
328) Luiz Augusto Da Anunciação Júnior (policial militar PM/DF)
329) Luiz Augusto Honorino Ferreira (investigador de polícia PC/BA)
330) Luiz Carlos Chaves (policial militar SC)

331) Luiz Carlos Fernandes Monteiro (policial militar PM/RS)
332) Luiz Carlos Rodrigues Barbosa (inspetor de policia PC/RJ)
333) Luiz Felipe de Oliveira Teixeira (comissário de polícia PC/RS)
334) Luiz Renato da Cruz (policial/MG)
335) Manoel João da Costa (policial militar PM/SC)
336) Manoel José Tramassolli Nunes (comissário de policia PC/RS)
337) Manuel Pereira Brasil (escrivão de policia PC/PA)
338) Marcel Gouvêa (delegado de policia PC/RN)
339) Marcelo Bordin (policial militar PM/PR)
340) Marcelo Costa Santos (policial rodoviário federal (PRF/BA)
341) Marcelo Horta (policial/MG)
342) Marcelo Mauricio Gomes de Menezes (policial civil PC/PE)
343) Marcelo Pina Gouvea (policial civil PC/RN)
344) Marcelo Ribeiro (policial militar RN)
345) Marcelo Ronaldson Junior (policial militar PM/AL)
346) Marcelo Travassos Coutinho (policial/MG)
347) Márcio Helder Melo (escrivão de policia PC/PA)
348) Márcio Rivelino Firmino Casado (policial civil PC/PE)
349) Márcio Roberto Cavalcanti da Silva (comissário de policia PC/PE)
350) Márcio Rodrigues (policial/MG)
351) Marco Aurélio Tomé (policial/MG)
352) Marco Meira Mayer (delegado de polícia PC/PR)
353) Marcos Antonio Campos (agente de policia PC/SC)
354) Marcos E. Porto (policial/MG)
355) Marcus Vinicius Afonso Pereira (policial/MG)
356) Marcus Vinicius do Prado Silva (policial/MG)
357) Maria Nysa Moreira Nanni (delegada de policia PC/PR)
358) Maria do Socorro da Silva (policial civil PC/PE)
359) Maria Helena Cota Vasconcelos (escrivã de policia PC/ES)
360) Maria Ivonilde da Conceição Pereira (guarda municipal PA)
361) Maria Lucia Lima dos Santos (escrivã de polícia PC/SE)
362) Maria Nysa Moreira Nanni (delegada de policia PC/PR)
363) Maria Priscila M. Furtado (policial rodoviária federal PRF/DF)
364) Mário de Carvalho Leony (delegado de policia PC/SE)
365) Marlon Sandro Freire (policial militar PM/RN)

366) Martel Alexandre Del Colle (policial militar PM/PR)
367) Mary Regina dos Santos Costa (policial militar PM/RN)
368) Matheus Atayde (policial militar PM/BA)
369) Maura Gonzaga (papiloscopista PC/RJ)
370) Mauren Bastos de Araújo (comissário de policia PC/RS)
371) Michel Luna Machado Freitas (papiloscopista PC/RJ)
372) Milena Costa da Silveira (policial/MG)
373) Mille Miguel Souza (policial civil PC/PR)
374) Milton Araujo Silva (policial militar PM/AL)
375) Misael de Souza Santos (bombeiro militar BA)
376) Moab Batista (policial militar PM/RN)
377) Monica Cristina dos Santos (investigadora de policia PC/PR)
378) Mônica Lopes (guarda municipal Fortaleza/CE)
379) Msria Ivonilde da Conceição Pereira (guarda municipal PA)
380) Myke Sérgio dos Santos (policial militar PM/SC)
381) Naziazeno Florentino Dos Santos Junior (policial federal PF/PR)
382) Nelson Ramos de Oliveira (delegado de policia PC/RS)
383) Nilson Cruzoé (investigador de polícia PC/BA)
384) Odilon Júlio (policial civil PC/RN)
385) Olegário Ferreira Silva (perito criminal PC/ES)
386) Olga Maria Nascimento (policial civil PC/RN)
387) Orlando Zaccone D’Elia Filho (delegado de polícia PC/RJ)
388) Oscar Perez de Trindade Neto (comissário de policia PC/RS)
389) Pablo Henrique (policial penal RN)
390) Paola Ruzzene (agente de polícia PC/ES)
391) Patricia Vasconcelos de Oliveira (investigadora de policia PC/TO)
392) Paula Priscila Souza Pereira (policial militar PM/CE)
393) Paulo Barreto (policial civil PC/PE)
394) Paulo Jorge Soares Nunes (agente de polícia PC/SE)
395) Paulo Marcelo Rosa da Luz (policial militar PM/RS)
396) Paulo Ricardo Fagundes Silva (agente sócio educador RS)
397) Paulo Roberto dos Santos Bahia (policial rodoviário federal PRF/CE)
398) Paulo Sérgio Modesto (investigador de policia PC/PA)
399) Pedro Amorim (policial militar PM/RN)
400) Pedro Chê (agente de policia civil PC/RN)

401) Pedro Filipe Cruz de Andrade (delegado de policia PC/PR)
402) Pedro Mileip (policial penal ES)
403) Pedro Paulo Boff Sobrinho (policial militar PM/SC)
404) Pedro Paulo Scremin Martins (policial militar PM/SC)
405) Pedro Perassi (policial/MG)
406) Pedro Tenório (agente de policia PC/AL)
407) Péricles Nunes de Oliveira (policial/MG)
408) Petruska Niclevisk Sviercoski (policial penal PR)
409) Rachel Montimor Brandão (policial militar PM/ES)
410) Raell Costa (policial militar BA)
411) Rafael Cavalcanti (agente de policia civil PC/PE)
412) Rafael Delfino Rodrigues Alves (policial militar PM/GO)
413) Raiane Roberta de Macêdo Brito (policial rodoviária federal PRF/RN)
414) Raimundo Carlos Pantoja Pereira (escrivão de policia PC/PA)
415) Raimundo Maia Junior (guarda municipal Maceió)
416) Rair Valente Soares (policial militar PM/BA)
417) Raquel Barbosa da Costa (inspetora de policia PC/RJ)
418) Raquel Moulin Dardengo (bombeiro militar ES)
419) Ray Novelli Silva Junior (bombeiro militar ES)
420) Regina Coeli Roupa Araújo (papiloscopista PC/RJ)
421) Renato César Teixeira de Souza (policial militar PM/RN)
422) Renildo Ciro dos Santos (escrivão de policia PC/BA)
423) Ricardo de Carvalho Miranda (policial penal PR)
424) Ricardo Soares (policial militar PM/RS)
425) Ricardo Trindade de Freitas (policial rodoviário federal PRF/RS)
426) Richard Rouge Coelho dos Reis (policial civil PC/PE)
427) Robério Maurício da Silva (agente de polícia PC/RN)
428) Roberto Ramires (investigador de policia PC/PR)
429) Roberto Rodrigues (agente de polícia PC/AL)
430) Robson Resende Carreiro (escrivão de policia PC/ES)
431) Rodrigo Belchior (policial civil PC/PE)
432) Rodrigo Corsetti (policial/MG)
433) Rodrigo Figueiredo (guarda municipal RJ)
434) Rodrigo Fittipaldi (policial civil PC/PE)
435) Rodrigo Gomes da Silva (bombeiro militar RN)

436) Rodrigo Henrique Lira Dutra (policial/MG)
437) Rogério Ferrarez (policial militar PM/SC)
438) Rogério Golin (policial militar PM/SC)
439) Rogério Gomes Beleza (policial federal PF/AL)
440) Rogério Motta (inspetor de polícia PC/RJ)
441) Ronaldo Lemos Almeida (guarda municipal Vitória/ES)
442) Ronaldo Vieira dos Santos (policial rodoviário federal PFR/CE)
443) Rosângela Martins Aguiar (policial penal RS)
444) Roseane Ramos de Souza (policial militar PM/ES)
445) Rosemeire Farias Cavalcanti de Campos (agente de policia PC/SE)
446) Roseny Ferreira dos Santos (escrivã de policia PC/DF)
447) Rosineide Jorge dos Santos (agente de policia PC/RN)
448) Russivan Ribeiro Fonseca (papiloscopista PC/RJ)
449) Rutneia Silva da Rocha (policial civil PC/BA)
450) Rycardo Wylles Pinheiro Nogueira (inspetor de policia PC/CE)
451) Sandra Regina Fuzzer Azevedo (comissária de policia PC/RS)
452) Saulo Tiago Holanda Cavalcante de Moraes (bombeiro militar AL)
453) Sergio Lopes de Oliveira (agente de policia PC/RN)
454) Sergio Marcos Barros de Castro (bombeiro militar RN)
455) Sheila Karine Celestino de Souza (policial rodoviária federal PRF/DF)
456) Sheyva Elisabeth Duarte (policial/MG)
457) Sidarque Batista (agente técnico forense ITEP/RN)
458) Sidnei Moisés Costa dos Santos (policial militar PM/RS)
459) Silmara Rubin (inspetora de policia PC/RS)
460) Simone de Jesus (datiloscopista GO)
461) Simone Oliveira Silva (policial/MG)
462) Stélio Pimentel (escrivão de policia PC/AL)
463) Tatiana das Graças Pinto Costa (escrivã de policia PC/PA)
464) Teodoto José Tonon (policial rodoviário federal PRF/SC)
465) Thais Ruas (perita criminal SPTC/GO)
466) Thalles Henrique Costa (policial penal AL)
467) Themis Duarte (policial militar PM/RN)
468) Thiago Augusto Barth dos Santos (policial penal PR)
469) Thiago Augusto Santos Nascimento (agente de polícia PC/SE)
470) Thiago de Almeida Drumond dos Santos (perito criminal PC-RJ)

471) Thiago Pinheiro Schubert (policial penal ES)
472) Thiciane Pantoja Maia (policial civil PC/PA)
473) Thyaggo Tonoli (policial civil ES)
474) Tiago Silveira Cardoso (escrivão de policia PC/RS)
475) Tomás Vieira (policial/MG)
476) Ubirajara Lima Santos (escrivão de polícia PC/SE)
477) Uiliam Freitas de Santana (bombeiro militar BA)
478) Uislei Oliveira (investigador de polícia PC/BA)
479) Valdenir Massaiol (comissário de policia PC/RS)
480) Valdir Sessi (policial penal PR)
481) Valdomiro Lourenço da Silva (policial militar PM/SE)
482) Vandulo Aires Lima (bombeiro militar RN)
483) Vânia Carla Pampôlha Vieira (inspetora de policial PC/PA)
484) Victor Menezes (policial militar PM/ES)
485) Vinicius Querzone de Oliveira (policial militar PM/ES)
486) Vinícius Zigler (policial/MG)
487) Vitalino Borges Silvestre (policial rodoviário federal PRF/DF)
488) Vitor Oliveira Nascimento (policial rodoviário federal PRF/ES)
489) Viviany Gomes de Jesus (agente de policia PC/SE)
490) Vladimir Luís de Oliveira (investigador de policia PC/PR)
491) Volnei Silva (comissário de polícia PC/RS)
492) Walber Santos de Andrade (policial militar PM/CE)
493) Waled Lopes (policial militar PM/RN)
494) Walney Ramos (policial militar PM/BA)
495) Wanderson dos Reis Santos (agente de policia PC/SE)
496) Welmer dos Santos Alves (papiloscopista PC/GO)
497) Wendell Wagner (policial militar PM/RN)
498) Wictor Wanderley (policial civil PC/PE)
499) Wilian Aparecido Vieira (policial penal PR)
500) Wilian Bartkiu (policial militar PM/PR)
501) Williams Silva Santos (agente de policia PC/AL)
502) Wolmir Bernardi (policial militar PM/RS)
503) Zacarias de Oliveira Novais (policial rodoviário federal PRF/BA)

Postado há 5th June 2020 por policiais antifascismo

 

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

RS emite, em média, 335 medidas protetivas por dia para mulheres vítimas de violência doméstica

No comparativo com o mesmo período do ano passado, de janeiro a junho de 2022 houve acréscimo de 16%
Na Deam da Capital chegam mil casos ao mês, segundo a delegada Cristiane Ramos, cerca de 80% com pedido de protetiva
Leticia Mendes

Aos 35 anos, Marta* recebeu no mês de junho medida protetiva contra o ex-companheiro, com quem manteve relacionamento por 13 anos. Desde então, tenta recomeçar a vida com os filhos. Vítima de violência doméstica no interior do Rio Grande do Sul, endossa estatística de 60.632 medidas protetivas concedidas para mulheres no primeiro semestre deste ano no Estado — a média é de 335 por dia. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve aumento de 16%. Os dados são da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do RS.

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Mãe de três meninas, Marta afirma que algo que lhe deu forças para sair da relação foi pensar que as filhas poderiam reproduzir esse tipo de relacionamento abusivo. Por isso, procurou a polícia. Atualmente, tenta investir na própria carreira.

— Fico pensando que minhas filhas depois vão pensar que é normal porque a mãe delas passava por isso. Não, não é normal. A medida vejo como eficiente. Ele nunca mais entrou em contato. Tem muita mulher que tem medo. Mas é preciso procurar ajuda. Não quero mais aquela vida para mim — garante Marta.
Para a magistrada do 1° Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Porto Alegre, Madgéli Frantz Machado, os dados indicam que a medida protetiva é eficaz, embora ressalte que ela deva vir acompanhada de encaminhamentos por parte de toda a rede de proteção à mulher. Entre eles, tratamentos contra drogadição, alcoolismo, ou mesmo atendimentos em grupos de acolhimento das mulheres e reflexivos para homens.

— Nosso objetivo sempre é dar melhores condições para que a mulher fique em segurança. As medidas são uma ferramenta, um passo. Quem está morrendo, via de regra, é a mulher que não chegou na polícia e no Judiciário. O grande desafio é identificar os gargalos. Por que essas mulheres que estão morrendo não estão conseguindo chegar para registrar ocorrência ou pedir medida protetiva? As medidas salvam vidas, sim. Não é só um papel. São pessoas que antes estavam anônimas. Todas essas intervenções são medidas protetivas também. Não é só proibição de contato — afirma a magistrada.

Projetos de acolhimento são realizados no Juizado da Violência Doméstica em Porto AlegreFoto: Jonathan Heckler / Agencia RBS

Prisões

A possibilidade de que o agressor seja preso ao descumprir a medida protetiva, sem que para isso seja necessário que ele cometa nova violência, como lesão ou ameaça, é apontada pela delegada Cristiane Ramos, da Delegacia da Mulher de Porto Alegre e diretora da Divisão de Proteção à Mulher do RS, como um dos fatores importantes no combate a esse tipo de crime. Mas, para isso, é essencial que as vítimas notifiquem os descumprimentos.

— Os números de mulheres que acabam vítimas depois da medida são muito menores. Sem o registro, o Estado não sabe onde está essa mulher, potencialmente vítima de feminicídio. Ainda que aconteça, a morte com medida protetiva é exceção. A regra é que a medida funciona. A maioria dos homens cumpre. Mas sempre que ele descumpre, é preciso que a mulher notifique. Se aproximou, ligou, mandou mensagem, é um novo crime, que implica em prisão — diz a delegada.
À frente da Promotoria de Justiça Especializada de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Porto Alegre, o promotor Marcelo Ries ressalta que a medida também tem papel coercitivo, pelo receio que gera de possível prisão.

— Há muitos casos de homens que sem a medida perseguiam, mas com a medida param, porque gera medo. Há senso comum entre os homens de que a Maria da Penha dá prisão. E não é só senso comum. A lei trouxe facilidade para prender um agressor, no caso de descumprimento de medida. Sem medida protetiva, há mais dificuldade de prender quem faz ameaça ou persegue, porque é um crime com pena menor — explica.

No primeiro semestre do ano, foram 2.082 prisões por violência doméstica no Estado, o que representa 13,6% do total de detidos no RS. Isso representa 15% a mais do que no mesmo período de 2021. Um terço das prisões aconteceram em 10 municípios.

“É eficaz se o agressor tem medo de perder alguma coisa”, diz vítima

A primeira vez em que foi agredida fisicamente pelo ex-companheiro, Isabela*, 30 anos, moradora do interior do Estado, acreditou que iria morrer. Ela já havia se separado do homem com quem manteve quase uma década de relacionamento. O ataque aconteceu dentro da casa dela. Com medida protetiva contra o ex, que chegou a ser preso, sofre de estresse pós-traumático e briga na Justiça pela condenação do agressor.

— Ele olhou para mim e disse: "Vou me matar, mas antes vou te matar". Segurou meus cabelos, me jogou no sofá e começou a me estrangular. Quando olhei nos olhos dele, percebi que realmente iria me matar. Não me xingou. Não estava raivoso. Estava frio. Disse que ia me matar, segurou minha garganta, e estava me matando — recorda a mulher.

Quando Isabela conseguiu se desvencilhar e correr até outro cômodo, o ex-companheiro ainda procurou uma faca.

— A lâmina atravessou a porta — descreve.

Isabela pediu socorro pelo telefone, a polícia chegou logo depois e prendeu o agressor em flagrante. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), para onde os dois foram levados, Isabela diz que foi atendida por um médico, que indagou se ela realmente iria pedir medida protetiva.

— Ele tentou me desencorajar. Disse: “Mas tu vai deixar ele com mais raiva”. Se não estivesse decidida, poderia me dissuadir. Mas quem faz uma vez, faz de novo — diz.

Isabela se manteve firme, fez o registro na Polícia Civil e solicitou medida protetiva. Enquanto ainda se recuperava, recebeu telefonema e pensou que era o oficial de Justiça, mas teve uma surpresa:

— Era o meu agressor, me ligando de dentro da cadeia, com voz de choro, se fazendo de vítima.

No dia seguinte, ele recebeu da Justiça o direito de responder em liberdade e foi solto. Isabela conta que o advogado do ex foi até a casa dela buscar os pertences do cliente. Já com medida protetiva, ela se assustou ao ver que o agressor estava dentro do carro e chegou a comunicar o fato, entendendo aquilo como descumprimento.

— Notifiquei e o oficial de Justiça entrou em contato comigo. Ele disse que dava para ignorar aquela vez porque ele só foi buscar os pertences. Essa questão da medida é muito sensível. Cabe interpretações. Por mais que esteja ali escrito que não pode chegar perto, dependendo do profissional que vai receber a denúncia, abre interpretação. Pelo que está escrito, pela teoria, ele quebrou a medida protetiva e deveria ser preso. Se aproximou de mim a menos de 300 metros — relata.

Atualmente, o ex-companheira responde por lesão corporal, já que não houve comprovação da esganadura, que configuraria a tentativa de feminicídio. Enquanto isso, Isabela ainda passa por tratamento psicológico e psiquiátrico. Com vergonha, até hoje ela não conseguiu contar para a própria mãe o que aconteceu.

— Estou nessa luta, de juntar todos os cacos. A medida protetiva é eficaz se o agressor tem medo de perder alguma coisa, seja material, profissional, ou mesmo o respeito. Ela protege das agressões físicas, mas não oferece segurança psicológica para a vítima. Ele não pode se aproximar de mim, não pode entrar em contato. Mas faz manipulações psicológicas, por meio de outras pessoas. Não tem como mensurar o tamanho das lesões psicológicas, quando não tem hematoma ou lesão — desabafa.

* Esses nomes são fictícios.


Tire suas dúvidas

Quem pode pedir medida protetiva?Qualquer mulher que esteja em situação de violência doméstica. Não é preciso ser casada com o agressor.

O que é considerado violência doméstica?A Lei Maria da Penha prevê não somente a violência física, mas também a sexual (forçar relação ou forçar gravidez, por exemplo), patrimonial (subtrair bens, valores, documentos), moral (calúnia, difamação ou injúria) e psicológica (ridicularizar, chantagear, ameaçar, humilhar, isolar e impedir contato com amigos e familiares, vigiar, controlar, impedir de trabalhar e/ou de estudar, impedir de usar telefone/redes sociais).

Como posso obter a medida protetiva?A mulher agredida deve se dirigir à Delegacia de Polícia ou Delegacia da Mulher mais próxima. Se precisar de proteção para si ou para os filhos, pode solicitar as medidas protetivas específicas e a própria Delegacia de Polícia encaminha o pedido ao juiz. Se for agredida em casa, a vítima deve sair do local para evitar que o agressor utilize objetos como faca e arma de fogo.

Quais tipos de medidas protetivas possíveis?Entre as possíveis, está o afastamento do agressor do lar, proibição da comunicação entre o agressor e a vítima ou seus familiares, prestação de alimentos aos filhos menores, suspensão do porte de arma de fogo do agressor, proibição de contato ou aproximação com a vítima, restrição ou suspensão das visitas a dependentes menores, restituição de bens indevidamente subtraídos e encaminhamento da vítima a programa de proteção.

Quanto tempo dura a medida protetiva?A Lei Maria da Penha não estabelece prazo, já que ela deve estar vigente enquanto houver risco à vítima. A validade da medida protetiva é determinada pela Justiça, dependendo de cada caso. Pode durar, por exemplo, quatro meses, seis meses ou um ano. A vítima deve ficar atenta à validade e pode pedir que ela seja prorrogada, justificando a necessidade. Para isso, deve comparecer no cartório do Juizado/Vara ou procurar a Defensoria Pública ou advogado constituído.

E se ele descumprir?Se o agressor descumprir alguma das medidas protetivas, a vítima deve comunicar a polícia. Se o descumprimento estiver acontecendo no momento, chame a Brigada Militar, pelo 190. Se já aconteceu, é possível procurar a Polícia Civil, por meio da delegacia ou da Delegacia Online, a Defensoria Pública, o advogado ou diretamente no Juizado da Violência Doméstica.

Descumprimento da medida pode ser punido?O descumprimento da medida protetiva também é crime. A pena é de três meses a dois anos de prisão. O juiz poderá decretar a prisão preventiva do agressor para garantir a execução das medidas protetivas de urgência.

O que é a Patrulha Maria da Penha?A patrulha é formada por policiais da Brigada Militar capacitados para atuar em situações de violência doméstica e familiar contra a mulher. Sua função é a de fiscalizar o cumprimento das medidas, esclarecer dúvidas, fornecer informações e orientações, visando prevenir e evitar novas violências. As informações obtidas são repassadas ao Juizado de Violência Doméstica para que sejam adotadas as providências necessárias, inclusive a prisão do agressor, se for o caso.

Onde posso obter mais informações?Um dos canais que possui diversas informações para as vítimas é Coordenadoria Estadual da Mulher em situação de Violência Doméstica e Familiar do TJ-RS. Acesse este link.
 
Como pedir ajuda
Brigada Militar – 190Se a violência estiver acontecendo, a vítima ou qualquer outra pessoa deve ligar imediatamente para o 190. O atendimento é 24 horas em todo o Estado.
Polícia CivilSe a violência já aconteceu, a vítima deverá ir, preferencialmente à Delegacia da Mulher, onde houver, ou a qualquer Delegacia de Polícia para fazer o boletim de ocorrência e solicitar as medidas protetivas.
 
Em Porto Alegre, a Delegacia da Mulher na Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia, no bairro Azenha. Os telefones são (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências).
As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há DPs especializadas no Estado. Confira a lista neste link.
 
Delegacia OnlineÉ possível registrar o fato pela Delegacia Online, sem ter que ir até a delegacia, o que também facilita a solicitação de medidas protetivas de urgência.

Central de Atendimento à Mulher 24 Horas – Disque 180Recebe denúncias ou relatos de violência contra a mulher, reclamações sobre os serviços de rede, orienta sobre direitos e acerca dos locais onde a vítima pode receber atendimento. A denúncia será investigada e a vítima receberá atendimento necessário, inclusive medidas protetivas, se for o caso. A denúncia pode ser anônima. A central funciona diariamente, 24 horas, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil.
 
Defensoria Pública – Disque 0800-644-5556Para orientação quanto aos seus direitos e deveres, a vítima poderá procurar a Defensoria Pública na sua cidade ou, se for o caso, consultar advogado(a).
Centros de Referência de Atendimento à MulherEspaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência.reclamações sobre os serviços de rede, orienta sobre direitos e acerca dos locais onde a vítima pode receber atendimento. A denúncia será investigada e a vítima receberá atendimento necessário, inclusive medidas protetivas, se for o caso. A denúncia pode ser anônima. A central funciona diariamente, 24 horas, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil.
 
Defensoria Pública – Disque 0800-644-5556Para orientação quanto aos seus direitos e deveres, a vítima poderá procurar a Defensoria Pública na sua cidade ou, se for o caso, consultar advogado(a).
Centros de Referência de Atendimento à MulherEspaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência.

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