quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Deputado e radialista José Antonio Daudt foi morto por dois tiros, porém até hoje não se sabe quem é o autor dos disparos


CRIME SEM CASTIGO

Áudios, datas e números: caso Daudt completa 30 anos sem solução
02/06/2018 - 15h03min
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GZH
Deputado e radialista, José Antonio Daudt morreu no dia 5 de junho de 1988Banco de Dados ZH

No dia 4 de junho de 1988, o deputado e radialista José Antonio Daudt recebeu dois disparos de espingarda na Rua Quintino Bocaiúva, área nobre de Porto Alegre, por volta das 22h20min. À 0h40min de 5 de junho, Daudt morreu aos 48 anos após agonizar no Hospital de Pronto Socorro (HPS). O assassinato deu início a uma das maiores cobertura da Rádio Gaúcha. Em 2008, o crime prescreveu sem que o autor dos disparos fosse descoberto. Passados 30 anos, o assassino de Daudt segue impune.

A seguir, ouça os três episódios do Arquivo Gaúcha - A Memória Viva do Rádio, de 2015, projeto multiplataforma que recupera áudios do arquivo da emissora, lembrando importantes coberturas jornalísticas ao longo dos últimos 40 anos.





A VÍTIMA

José Antônio Daudt era um radialista bastante conhecido pelo público. Pautava sua atuação no rádio e na tevê com fortes denúncias e dava socos na mesa do estúdio enquanto falava. Em novembro de 1986, foi eleito deputado estadual. Marcou sua atuação legislativa criando a lei que proibiu o uso de aerossóis contendo clorofluorcarbono, substância prejudicial à camada de ozônio. Com o assassinato, fatos da vida pessoal do Daudt, até então desconhecidos do grande público, vieram à tona. Segundo relatos feitos à polícia, Daudt era homossexual e tinha vida sexual movimentada. Chegara a registrar, em depoimento na Assembléia, que tinha um filho biológico. Foi descoberto, porém, que se tratava de um jovem modelo que apenas morava com ele.
Principais datas

4 de junho de 1988 - deputado e radialista José Antonio Daudt, recebeu dois disparos de espingarda na Rua Quintino Bocaiúva, área nobre de Porto Alegre, por volta das 22h20min. Instantes antes de ser baleado, o deputado estacionou o Monza num posto próximo de casa e, sozinho, atravessou a Quintino rumo ao Edifício Cristine. Ao passar pelo portão do prédio, levava na mão esquerda um exemplar de Zero Hora dominical. Na direita, o 38 no coldre. Daudt era canhoto. O atirador teria fugido em um Monza cinza-claro.

5 de junho de 1988 - À 0h40min, Daudt morreu aos 48 anos após agonizar no Hospital de Pronto Socorro (HPS).

20 de agosto de 1990 - Antônio Carlos Dexheimer Pereira da Silva, colega da vítima na bancada do PMDB, vizinho de porta na Assembléia. Médico de Erechim, Dexheimer também estava em primeiro mandato. Dexheimer tinha arma de caça e automóvel semelhante ao visto na cena do crime. Para ampliar as coincidências, Daudt teria confidenciado, dois dias antes de morrer, que estava sendo seguido por Dexheimer. O motivo seria passional. Ele estaria com ciúme de Vera, de quem se separara havia três meses, imaginando que a ex-mulher se envolvera com Daudt. Dexheimer se tornou o principal suspeito do caso. No dia 20 agosto de 1990, ele sentou-se no banco dos réus no TJ. Por ser deputado, foi julgado por 21 desembargadores. Durante três dias, o Estado parou para acompanhar os debates, transmitidos ao vivo por rádio e TV. Pela primeira vez no país, um tribunal permitia a transmissão ao vivo da sessão.

23 de agosto de 1990 - Foram 14 votos pela absolvição (oito por falta de provas e seis por entender que o réu não cometeu o crime) contra sete pela condenação. O 14º voto de absolvição foi proferido às 2h de 23 de agosto de 1990 pelo desembargador Tupinambá do Nascimento:

– Até o ano de 2008, quando completar 20 anos do crime, ainda dá para encontrar quem matou.

5 de junho de 2008 - Após 20 anos, o crime prescreveu sem que o autor do assassinato fosse descoberto.

Números
A Polícia Civil ouviu 99 pessoas na fase de investigações
O inquérito nº 35/88 somou 762 páginas
Durante a fase de instrução do processo, por um ano, a Justiça ouviu 36 pessoas
Dividido em 21 volumes, o processo nº 688062058 tem 3.601 páginas
Três livros foram escritos sobre o crime: 1) A verdade no Caso Daudt, do delegado Eduardo Pinto de Carvalho, chefe de Polícia na época do crime; 2) A morte à Procura de um Autor, de Daltro de Aguiar Chaves, promotor de Justiça que recebeu o inquérito policial; 3) 800 Noites de Junho, do jornalista David Coimbra, que narra o episódio a partir da versão de Antônio Dexheimer.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

INSS deve paralisar atividades nesta quarta por falta de recursos

 Em ofício enviado pelo órgão ao governo federal, Previdência afirma não ter verba nem para serviços essenciais. Instituto nega

Por
Brasil Econômico|06/12/2022 
Martha Imenes


INSS pode parar de funcionar a partir de amanhã

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) encaminhou ofício à Secretaria de Orçamento Federal afirmando que não tem verba para seguir operando sequer os serviços essenciais e deve paralisar as atividades nesta quarta-feira (7). A informação é da CNN Brasil.

Segundo o ofício obtido pela CNN, o órgão afirma que “a falta dos recursos causará grave prejuízo ao funcionamento desta Autarquia, ocasionando suspensões de contratos, a partir da próxima quarta-feira, dia 07/12/2022, bem como deslocamentos de servidores de forma imediata, impactando, consequentemente, no atendimento à população e na prestação dos serviços essenciais do INSS”.
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A paralisação deve afetar o funcionamento de agências, que podem até fechar. Além disso, deve haver suspensão de perícias, atrasos em pagamentos do INSS e interrupção de contratos com terceirizados.

O ofício foi encaminhado na sexta-feira (2) é assinado pelo presidente do INSS, Guilherme Gastaldello, e com o assunto o “impacto das restrições orçamentárias no âmbito do INSS”.

O INSS vem alertando sobre falta de pessoal e de recursos desde o meio do ano. Neste mês, a situação chegou ao extremo, colocando em risco até mesmo os pagamentos de aposentadorias em dezembro.

Isso fez com que o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, consultasse o TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a possibilidade de abrir créditos extraordinários para bancar algumas despesas relacionadas ao INSS.

O TCU, no entanto, alega que o endividamento para pagar despesas correntes pode resultar em ferimento da legislação fiscal.

O governo alega que a redução acelerada da fila de espera elevou o número de beneficiários e, portanto, aumentou o gasto acima do esperado. O buraco nas despesas obrigatórias é estimado em R$ 22,3 bilhões, dos quais 70% correspondem à Previdência.

A paralisação se dá também por causa da “informação de que as demandas de créditos suplementares não serão atendidas em razão do cenário restritivo resultante da avaliação de receitas e despesas primárias do 5º bimestre”, diz o ofício.

Segundo Gastaldello, o Ministério do Trabalho “auxiliou com orçamento enquanto foi possível” e agora a Previdência vai adotar medidas de “caráter emergencial”.

Em nota enviada ao iG , o Ministério do Trabalho e Previdência e o INSS esclarecem que as restrições orçamentárias impostas neste fim de ano não ocasionarão interrupção dos serviços do INSS aos segurados. E que não haverá fechamento das unidades.

"O atendimento ao público está mantido. Reforçamos também que todos os pagamentos dos benefícios operacionalizados pelo INSS, como aposentadorias, pensões, benefícios por incapacidade, além dos assistenciais (como o BPC), entre outros, estão assegurados."


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