domingo, 22 de abril de 2012

Carta de Um Brasiliero


by Pedro Oliveira


Maceió(AL), 09 de dezembro de 2009

Meu caro governador José Roberto Arruda

Acompanho, desde o início, esse episodio de lama e corrupção que invadiu a sua administração no Distrito Federal. Com os olhos marejados e com muita emoção assisti na televisão as graves denúncias de que você tinha se envolvido em uma tremenda e deplorável rede de negócios sujos de propinas, sonegação, peculato e outros crimes.

Veio em minha lembrança a sua imagem na tribuna do Senado quando do “escândalo do painel eletrônico” jurando em nome de seus filhos que não tinha envolvimento com o caso e em seguida renunciar ao mandato para não ser cassado. Coitadinho de você meu caro governador! Sempre perseguido e envolvido em escândalos, mas com coragem de enfrentá-los e mostrar “a sua verdade”.

Fiquei pasmo ao assistir os vídeos mostrados na televisão nos quais aparecia a sua imagem (quem sabe não foi uma montagem de adversários?) com evidências da participação do presidente da Câmara Distrital, deputados, secretários, empresários, jornalistas e até o seu vice-governador Paulo Otávio, denunciados por fazer parte de uma quadrilha de assaltantes de dinheiro público.

Vi que o ator principal do escândalo, Durval Barbosa, seu homem de confiança, centralizava a distribuição de propinas no próprio gabinete de trabalho e, não obstante carregasse dezenas de processos nas costas e integrasse a turma do antecessor Joaquim Roriz, de estripulias conhecidas na área – a mais vistosa, a partilha de R$ 2,2 milhões com Nenê Constantino, o levou à perda do mandato de senador – foi nomeado secretário de Relações Institucionais do seu governo. Fazia tudo institucionalmente, na hora do expediente, sem grandes mistérios e nenhuma cerimônia.

No prosseguimento dos fatos também acompanhei na imprensa que você teria hoje um patrimônio que, em apenas sete anos, cresceu 1.060%. E que também pessoas de sua família também são apontadas como envolvidas em “negócios sujos”, a exemplo do seu filho que comprou recentemente uma sala e duas garagens em um prédio comercial de luxo em Brasília, por R$ 519 mil.

Acho que esse pessoal está morrendo de inveja de você, meu caro Arruda. Um carequinha charmoso, podre de rico e com uma família que é um exemplo de competência no trato com “investimentos imobiliários”.Soube que você estaria preocupado com esses fatos todos e até pensou em renunciar (de novo cara?). Liga não amigo velho, tudo isto vai passar. Não ouviu o conselho que o “dinossauro” do Maranhão deu? Olha que disso ele entende bastante!

Se “avexe” não governador! Vejamos alguns fatos recentes: o mensalão no Congresso, por exemplo: entre “mortos e feridos” escaparam todos (ou quase todos); o escândalo do senador, sua amante as propinas de construtoras e seus bois de ouro, que também não deu em nada apesar das robustas provas e das gravíssimas acusações. E os fantasmas do Senado, as mutretas do senador José Sarney, seus filhos, seus amigos e um mar de lama que invadiu o Maranhão e os tapetes do Congresso Nacional. Como sempre, quando os iguais julgam, tudo caminha para acabar em pizza. E agora não vai ser diferente.

Lembre-se que é você muito inteligente e os deixou assustados quando disse esta semana:- “Se eu abrir a boca levo muita gente comigo”.

Seu julgamento, já disse o ex-deputado José Thomas Nôno, (relator do processo no âmbito do seu partido) será político. Pronto! Tudo resolvido! Se é político, é essa esculhambação que a gente está acostumado a ver. São os iguais que lhe julgarão, portanto não ousarão se auto-condenar!

Liga não Roberto, dá uma esticadela na Igreja Dom Bosco e faz uma encenação. Convoca a imprensa e se possível dá uma choradinha ai estará tudo sacramentado.

Deixa passar o tempo e daqui a pouco ninguém nem lembrará mais dessa sacanagem que fizeram com você.Uma dica: por que você não entra na disputa para a Presidência da República? Tem todos os atributos e agora já é conhecido nacionalmente.

Fica com Deus governador… e com o dinheiro dos tolos.

Um brasileiro


PS. Agora amigo, da próxima vez recomenda a essa turma de seus amigos evitar essa exposição ridícula de colocar dinheiro na meias, cuecas e no “fiofó”. Ou pelo menos se colocar não se deixar filmar. Coisa feia, cara!

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