quarta-feira, 9 de julho de 2025

Vampiros do Estado: quem merece a guilhotina simbólica?



                                 Foto: Criação da IA “IAOpen”, conforme solicitada.

 
by Deise Brandão

Nos últimos dias, o Brasil assistiu a mais um linchamento moral seletivo nas redes sociais:
uma criança de 5 anos, filha do empresário Roberto Justus, foi ameaçada de guilhotina por ter ido à escola carregando uma bolsa de 15 mil reais.

Escandaloso? Pode ser.
Mas não pela bolsa — pela ameaça.
Não é o que se diz — é quem diz

O homem que desejou ver uma criança degolada não é um anônimo.
É ex-assessor de Luiz Inácio Lula da Silva, ligado a gabinetes de poder.
Gosta de posar de “justiceiro de Twitter”, mas silencia quando o luxo é bancado por dinheiro público — o meu, o teu, o nosso.

Dinheiro privado não drena SUS

A bolsa da menina foi paga pelo pai — com dinheiro privado.
Não saiu do cartão corporativo do governo, não tirou merenda da escola, nem remédio do hospital.

Agora, pergunta se a mesma turma que incita guilhotina tem coragem de gritar quando a mordomia sai do nosso bolso:
  • Primeira-dama voando com equipe de styling, camarins e seguranças pagos por verba pública.
  • Ministros hospedados em hotéis cinco estrelas.
  • Deputados e senadores desfilando com diárias, passagens, cotas de gasolina, verbas secretas.
  • STF e Judiciário recebendo acima do teto, com auxílio-moradia, férias de 60 dias e cursos em Lisboa que viram turismo de luxo.
Tudo isso é drenagem de SUS, INSS e escola pública, sim.

Brasília: o castelo dos privilégios
Enquanto isso, quem banca?
Você. Brasileiro que paga imposto até no pão.
Enquanto a fila do INSS atrasa aposentadoria, o SUS falta soro e a perícia empurra laudos pra daqui a um ano, Brasília segue com:
Janja, a grife ambulante do Alvorada.
Deputados que engordam reeleição na base do fundão.
Senadores que se aposentam com salário integral.
Ministros que acumulam mordomias e decidem que você deve pagar sem questionar.

E se alguém reclama?
É rotulado de “golpista”, “coxinha”, “vagabundo”.
Rotulam o povo — mas não tocam na casta vampira.
Então, quem merece a guilhotina simbólica?
Uma criança de 5 anos, que nem entende o valor do que carrega?
Ou o sistema que mama há décadas, enquanto finge ser “guardião da democracia” — mas devora cada centavo que podia virar escola, hospital, estrada?
A régua moral está torta.
É fácil bater em quem gasta o que é seu.
Difícil é ter coragem de apontar pra quem ostenta com o dinheiro que não é dele — é teu.

Vítima é vítima. Parasita é parasita.
Ostentar com dinheiro próprio pode ser fútil.
Ostentar com dinheiro do povo, enquanto o povo morre na fila do hospital, é crime moral.
Quem ameaça criança de guilhotina é covarde.
Mas quem suga o Brasil com sigilos, penduricalhos e privilégio vitalício é o verdadeiro vampiro do Estado.
Se é pra cortar cabeças — que seja na fonte da mordomia.
Não na infância de quem não tem culpa do sobrenome.

domingo, 6 de julho de 2025

DISSONÂNCIA VIBRATÓRIA

 


by Deise Brandão

Sabe quando a gente entra num lugar e sente uma coisa estranha no ar? Ou quando estamos com uma pessoa e, por fora, está tudo certo, mas por dentro algo incomoda, como se o corpo quisesse ir embora? Isso, pra mim, é dissonância vibratória.

A gente vive num mundo que vibra. Tudo vibra. A matéria, os pensamentos, as emoções... tudo tem frequência. Quando estamos em paz, sentindo amor, tranquilidade ou clareza, vibramos de um jeito mais leve, mais fluido. Mas, quando nos cercamos de ambientes, pessoas ou situações que não estão na mesma frequência que a gente — e, principalmente, quando tentamos nos adaptar a isso por obrigação, medo ou costume — é aí que sentimos o tal desconforto. A dissonância.

É como ouvir uma música onde cada instrumento está tocando num ritmo diferente. A melodia não flui. Algo não encaixa. Às vezes a gente insiste. Fica tentando "afinar" a gente mesmo pra caber naquela situação, naquele grupo, naquele trabalho... Mas o corpo sente. O espírito também.

Eu já tentei muitas vezes “me ajustar” em ambientes que não combinavam comigo. No começo, achava que o problema era meu: “Será que estou sendo sensível demais? Difícil demais? Crítica demais?” Mas com o tempo fui percebendo: não é drama, é percepção. E tudo bem reconhecer que tem coisas que não vibram na mesma frequência que a gente. Isso não torna ninguém melhor ou pior. Apenas diferente.

A dissonância vibratória é um aviso sutil (ou nem tanto) de que algo precisa ser revisto. Às vezes é hora de sair. Outras vezes é só uma chamada pra olhar mais fundo: “o que aqui não está alinhado comigo?”

Aprender a perceber isso — e respeitar — é um baita ato de autocuidado.

Nem sempre é fácil sair de onde há dissonância. Mas também não é saudável fingir que está tudo bem onde não está. A nossa energia fala antes da nossa boca. E o universo ouve.

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