domingo, 22 de abril de 2012

Ter memoria remota acentuada é muito útil dentro da Poltica. Especialmente para quem não escapa dela, mas NAO DEPENDE DELA. by Deise




by Adriana Vandoni








Trecho da Revista Veja: “Na semana passada, Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit demitido no bojo do episódio que levou à queda do ministro Alfredo Nascimento, se disse vítima de uma trama que teria sido tecida contra ele exatamente por ter oferecido obstáculos aos interesses da Delta no órgão. Estranha linha de defesa. Foi na gestão de Pagot que a Delta mais do que dobrou seu faturamento em contratos com o Dnit, alcançando 658 milhões de reais em 2010. É quase 90% de tudo o que a empreiteira faturou no governo federal. Que obstáculo, então, foi esse?

Estadão de hoje: a Delta obteve aditivos que alteraram o valor de suas obras em quase 60% dos contratos firmados com o Dnit durante a gestão de Pagot. De 265 empreendimentos tocados pela empreiteira a serviço, 154 sofreram mudanças no valor originalmente previsto, aumentando o valor das obras em cerca de R$ 400 milhões. Desde que Pagot assumiu, a Delta conseguiu contratos de R$ 4,3 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões já foram pagos pela União.

Revista Época desta semana: Em entrevista, Pagot disse ter alguns dissabores. Perguntado quais, respondeu: “A Delta tem inúmero contratos com o DNIT. Ao longo de 2009 e 2010, vários contratos passaram a ter problemas. É o contrato da BR-116 no Ceará, num trecho de 18 quilômetros, em que a Delta subempreitou para uma empresa menor sem a anuência da direção-geral do DNIT, o que é contra a lei. Outro caso foi a pavimentação em concreto da Serra de São Vicente (BR-163-MT), que não estava de acordo com as exigências da DNIT.”

Comentário meu: Agora vamos voltar no tempo. Em 2009 Luiz Pagot, acompanhado do governador de MT Silval Barbosa, da então senador Serys e do deputado Wellington Fagundes (hoje acusado por Pagot de ser lobista da Delta), esteve em Mato Grosso para inspecionar a BR-163 na Serra de São Vicente, obra da Delta.

Sua visita foi amplamente divulgada pela imprensa e ele fez questão de ser fotografado justamente inspecionando a espessura do concreto. Para justificar o preço da obra – de R$ 70 milhões, em 27 
quilômetros de extensão, a assessoria de Pagot divulgou a nota: “Pagot explicou que as obras estão sendo realizadas com uma nova tecnologia a Whitetopping – uma solução que consiste na construção de um novo pavimento em concreto sobre o existente. Ovalor da obra é superior as construídas com material Betaminoso (Emulsão Asfáltica BM/1C), porém, o custo de manutenção será menor ao longo dos anos. Ele disse que será diluído (custo benefício) – e terá uma vida útil em torno de 30 anos. “Se analisarmos o custo benefício vamos ver que vale a pena investir na qualidade, além da segurança que vai proporcionar aos usuários destas BRs”, ressaltou Pagot. Segundo ele, a empresa está trabalhando rigorosamente dentro do cronograma estabelecido pelo Dnit e o contrato das obras inclui ainda a manutenção das condições da pista até o fim de 2010.”

Foi em 2011 que o Tribunal de Contas da União emitiu relatório que constatou a irregularidade que, segundo o TCU, “pode ter ocasionado superfaturamento de R$ 4.103.028,44″. A obra só não foi paralisada devido o tráfego intensa na rodovia, o que colocaria vidas em risco. “Por se tratar da rodovia com maior volume de tráfego de veículos em todo o Estado do Mato Grosso, a paralisação do contrato poderá ensejar “periculum in mora” reverso, uma vez que a suspensão dos serviços de recuperação, aliada à intensa utilização, poderá agravar defeitos existentes no pavimento”. (leia aqui o acórdão nº 282/2011)

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