segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Quando o Estado Queima as Vítimas em Vida: O Caso dos Pais Injustamente Presos em Passo Fundo

 

Tatiele Goulart Guimarães e Luan dos Santos foram inocentados da morte do filho, Arthur
Imagem: Reprodução/RBSTV

O Julgamento que Virou Reparação

Na última sexta-feira (22), um júri em Passo Fundo absolveu Luan dos Santos e Tatiele Goulart Guimarães, pais do bebê Arthur Goulart dos Santos, morto em 2023 após um engasgo em casa. O casal passou dois anos atrás das grades, acusado injustamente de homicídio qualificado, até que a Justiça finalmente reconheceu: a morte do bebê foi consequência de falhas médicas, não de um crime cometido pelos pais.

A decisão, embora tardia, expôs mais uma vez um modus operandi recorrente no Rio Grande do Sul: transformar vítimas em culpados, queimando-as em vida antes que a verdade venha à tona.

Do Desespero à Prisão

Na madrugada de 31 de maio de 2023, Arthur, com apenas 44 dias de vida, engasgou.
O pai, Luan, entrou em desespero: tentou respiração boca a boca, aplicou tapas nas costas do bebê e chamou o Samu. O socorro, segundo ele, demorou horas para chegar.

Arthur foi reanimado e levado ao Hospital São Vicente de Paulo, mas dias depois não resistiu. Lesões no corpo, associadas às manobras de socorro, levantaram suspeitas — e rapidamente os pais passaram de desesperados a acusados.

O Conselho Tutelar foi acionado, a Polícia Civil abriu investigação e o Ministério Público denunciou o casal por homicídio qualificado. Em julho, eles foram presos preventivamente.

A Falha Médica Reconhecida

Durante o julgamento, a defesa apresentou contradições nos prontuários e denunciou a negligência hospitalar:

  • Demora no atendimento: Arthur ficou da meia-noite ao meio-dia sem acesso a uma vaga de UTI.

  • Evolução do quadro: quando finalmente entrou na UTI, já estava com morte encefálica.

A Defensoria Pública foi incisiva: não se tratava de violência familiar, mas de uma sucessão de erros médicos e institucionais. O próprio Ministério Público recuou, pedindo a desclassificação para homicídio culposo. Ao final, os jurados absolveram os pais.

Dois Anos Arrancados

Enquanto aguardavam pelo julgamento, Luan foi enviado para a Penitenciária de Canoas e Tatiele para a de Guaíba. Ela, mãe de outras duas crianças, ficou dois anos sem ver os filhos. O reencontro aconteceu apenas na sala do júri — marcado por lágrimas, dor e alívio.

Luan, recém-libertado, já conseguiu emprego. Sua fala após o julgamento ecoa como denúncia e resistência:

“Isso mostra que somos trabalhadores, cidadãos de bem. Não fizemos mal algum, principalmente ao nosso filho.”

O Padrão Gaúcho: Vítimas Como Réus

Este caso não é isolado. Ele reflete um padrão de violência institucional no Rio Grande do Sul:

  • Falhas médicas ou institucionais se transformam em acusação contra cidadãos comuns.

  • Famílias em situação de dor são revitimizadas pelo sistema de justiça.

  • A lógica é inverter papéis: o Estado falha, mas é a vítima quem paga.

É o que muitos chamam de “queimar em vida” — condenar inocentes antes da sentença, destruindo reputações, lares e futuros.

O Que Fica

A absolvição de Luan e Tatiele não apaga os dois anos de cárcere, nem o trauma de perder um filho em circunstâncias trágicas. Mas expõe, mais uma vez, a engrenagem de um sistema que, em vez de proteger, oprime.

Enquanto não houver responsabilização de verdade — de gestores públicos, serviços de saúde e autoridades que alimentam essa máquina de injustiça —, casos como o deles continuarão a se repetir.

E o modus operandi do RS seguirá firme: transformar vítimas em réus, e réus em exemplos de um Estado que pune quem deveria proteger.

Que sejam mais forte do que um Sistema Estatal completamente podre e consigam seguir adiante. 

CICADA 3301: O Maior Mistério da Internet

 


by Deise Brandão

O Início do Enigma

Em janeiro de 2012, um estranho post anônimo apareceu no 4chan. A mensagem dizia:

"Olá. Estamos procurando indivíduos altamente inteligentes. Para encontrá-los, criamos um teste. Há uma mensagem escondida nesta imagem. Encontre-a e você estará no caminho para nos encontrar. Boa sorte."

Assinada apenas como CICADA 3301, a publicação dava início a uma das maiores caçadas digitais da história da internet. O desafio rapidamente chamou a atenção de hackers, criptógrafos, linguistas e curiosos do mundo inteiro.

Quebra-Cabeça Multidisciplinar

O enigma não era apenas um teste de informática. Ele envolvia:

  • Criptografia: mensagens ocultas em imagens (esteganografia), cifras complexas e códigos binários.

  • Literatura e Filosofia: referências a obras de William Blake, filosofia gnóstica e manuscritos medievais.

  • Música e Arte: partituras enigmáticas, runas e símbolos.

  • Cultura Global: pistas escondidas em diferentes países, coordenadas que levavam a cartazes colados em cidades como Paris, Varsóvia, Sydney e Seul.

Era uma espécie de caça ao tesouro global, que misturava mundo físico e digital.

As Edições do CICADA

O enigma não aconteceu apenas uma vez. Houve pelo menos três rodadas conhecidas:

  1. 2012 – O primeiro desafio, que revelou o nome "CICADA 3301" ao mundo.

  2. 2013 – Um segundo conjunto de enigmas ainda mais sofisticado, envolvendo sites na deep web e cifras complexas.

  3. 2014 – A última aparição pública confirmada do grupo.

Depois disso, novos desafios foram atribuídos ao CICADA, mas muitos especialistas acreditam que eram falsificações.

Quem Está por Trás?

Até hoje, ninguém sabe ao certo quem ou o que é o CICADA 3301. Entre as principais teorias:

  • Recrutamento secreto: seria um processo seletivo de agências de inteligência como CIA, NSA ou MI6.

  • Sociedade secreta digital: uma ordem moderna de pensadores, hackers e criptógrafos.

  • Hacktivismo: grupo semelhante ao Anonymous, mas com foco em criptografia e privacidade.

  • Arte enigmática: apenas uma grande performance artística, destinada a provocar reflexão.

Alguns participantes afirmam ter chegado até a etapa final e recebido convites para fóruns privados, mas nunca houve confirmação oficial.

O Legado

Mesmo sem respostas definitivas, o CICADA 3301 deixou sua marca na cultura digital:

  • Tornou-se lenda da deep web e da cultura hacker.

  • Inspirou documentários, livros e inúmeros vídeos no YouTube.

  • Levantou debates sobre anonimato, liberdade digital e o poder da criptografia.

Mais do que um enigma, o CICADA 3301 simboliza o fascínio humano pelo mistério e pela busca de conhecimento oculto.

Conclusão

Mais de uma década depois, o CICADA 3301 continua sem solução definitiva. Ninguém sabe quem estava por trás dos enigmas — se um governo, uma sociedade secreta ou apenas um grupo de mentes brilhantes brincando com a curiosidade global.

O certo é que o CICADA 3301 mostrou o quanto a internet pode ser um terreno fértil para mistérios e para a criação de mitos modernos.

E talvez seja exatamente essa falta de resposta que mantém o enigma vivo até hoje.

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