
sábado, 8 de março de 2025
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terça-feira, 4 de março de 2025
Meu entendimento sobre o caso Deise Moura dos Anjos
CONTEXTO GERAL DO CASO
Deise Moura dos Anjos, 42 anos,
foi uma contadora residente em Nova Santa Rita (RS), casada com Diego Silva dos
Anjos há cerca de 20 anos, com quem tinha um filho de 9 anos. Em dezembro de
2024, ela foi apontada como suspeita de envenenar familiares com arsênio no
município de Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, em um caso que
ficou conhecido como "o caso do bolo envenenado". Posteriormente, a
investigação também a vinculou à morte de seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em
setembro de 2024. Deise foi presa temporariamente em 5 de janeiro de 2025 e
morreu na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba em 13 de fevereiro de 2025,
em um suposto suicídio. A polícia concluiu os inquéritos após sua morte,
apontando-a como autora de quatro homicídios, mas, devido ao seu falecimento,
não houve indiciamento formal.
OS FATOS DO CASO
1. O Incidente do Bolo (23 de dezembro
de 2024)
O que aconteceu: Seis pessoas de
uma mesma família consumiram um bolo durante uma confraternização em Torres, preparado por Zeli Teresinha Silva dos
Anjos, sogra de Deise. Três morreram
logo após:
Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos (irmã de Zeli);
Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos (irmã de Zeli);
Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos (sobrinha de Zeli, filha de
Neuza).
Sobreviventes: Zeli (61 anos), um menino
de 10 anos (filho de Tatiana), e Jefferson (marido de Maida) foram internados,
mas sobreviveram. Uma sétima pessoa presente não comeu o bolo e não passou mal.
Causa: Exames do Instituto-Geral de
Perícias (IGP) confirmaram
a presença de arsênio no bolo e na farinha usada para prepará-lo. A
concentração na farinha era 2.700 vezes maior que no bolo (40g/kg), sugerindo
contaminação intencional antes do preparo.
2. Morte do Sogro (Setembro de 2024)
O que aconteceu: Paulo Luiz dos
Anjos, marido de Zeli e sogro de Deise, morreu em setembro de 2024, inicialmente por
suposta intoxicação alimentar após consumir bananas e leite em pó levados por
Deise e Diego à casa do casal em Arroio do Sal.
Exumação: Após o caso do bolo, o corpo foi exumado em 8 de janeiro de 2025. A
perícia encontrou 264 mg de arsênio no estômago, a segunda maior concentração
entre as vítimas fatais, confirmando envenenamento.
3. Outras Suspeitas de Envenenamento
Filho e Marido: Em dezembro de
2024, antes do incidente do bolo, Diego e o filho de 9 anos teriam consumido um
suco de manga com arsênio detectado na urina de ambos, segundo exames do IGP
divulgados em 20 de janeiro de 2025. Eles sobreviveram.
Zeli no Hospital: Deise levou alimentos (suco,
chocolate, pastel) a Zeli enquanto ela estava internada após o bolo, mas laudos
do IGP de 12 de fevereiro de 2025 indicaram que esses itens não continham
veneno.
Pai de
Deise: A morte
de José Lori da Silveira Moura, pai de Deise, em 2020 (atribuída à cirrose),
foi mencionada como suspeita, mas não houve exumação ou investigação
aprofundada.
4. Prisão e Morte de Deise
Prisão: Deise
foi presa temporariamente em 5 de janeiro de 2025, no Presídio Feminino de
Torres, por suspeita de triplo homicídio qualificado e tentativas de homicídio.
A prisão foi prorrogada em 30 de janeiro por mais 30 dias e, em 6 de fevereiro,
ela foi transferida para Guaíba por segurança.
Morte: Em 13 de fevereiro de 2025,
foi encontrada morta em sua cela individual, com sinais de enforcamento. A
Polícia Penal e o IGP investigam como suicídio. Ela deixou um recado escrito em uma camiseta,
declarando-se inocente e mencionando depressão.
Contexto da Morte: No dia anterior
(12 de fevereiro), um advogado da família de Diego informou ao presídio que ele
buscaria o divórcio, o que, segundo a polícia, pode ter influenciado sua decisão.
5. Conclusão da Investigação
Data: Em
21 de fevereiro de 2025, a Polícia Civil concluiu dois inquéritos, afirmando
que Deise foi a única autora de quatro homicídios (o sogro e as três vítimas do
bolo) e outras tentativas.
Resultado: Com
sua morte, houve extinção da punibilidade (art. 107, I, do Código Penal), e ela
não foi formalmente indiciada.
ALEGAÇÕES E PROVAS CITADAS PELA POLÍCIA
A Polícia Civil, liderada pelo delegado Marcos Vinicius Veloso, pelo subchefe Heraldo
Guerreiro e pelo chefe Fernando Sodré, apresentou as seguintes
evidências como "robustas" contra Deise:
Compra de Arsênio:
Uma nota fiscal digital no
celular de Deise indicaria quatro compras de arsênio pela internet entre
setembro e dezembro de 2024, entregues pelos Correios. Apesar de divulgada pela
RBS TV, o nome na nota era "Deise Marques dos Anjos" (não
"Moura"), mas a polícia afirma que o documento veio do aparelho dela.
Pesquisas na Internet:
Extração de dados do celular
mostrou buscas por "arsênio veneno", "veneno que mata
humano" e similares, feitas antes e após as mortes. Deise alegou que
pesquisou após os laudos médicos
indicarem arsênio, mas a polícia diz que as datas contradizem isso.
Mensagens:
Mensagens
a Zeli sugeriam que Paulo morreu por causas naturais (ex.: "banana
contaminada pela enchente") e que não havia "culpados a procurar".
Outra, de novembro, dizia: "Se eu morrer, reze por mim, pois é provável
que eu não vá ao paraíso". (????)
Comportamento:
Deise foi descrita como "fria", "manipuladora" e
"dissimulada" em depoimentos e interrogatórios. Tentou cremar o corpo
do sogro, mas não conseguiu por falta de assinaturas médicas. (???)
Farinha
Contaminada:
POSIÇÃO DA DEFESA
O escritório Cassyus Pontes Advocacia, que representava Deise,
destacou:
As provas citadas pela polícia não foram judicializadas antes de sua
morte, ou seja, não passaram pelo crivo de um juiz.
Não houve acesso integral aos laudos (ex.: do filho e marido) para
análise antes da conclusão policial.
Deise usava medicamentos controlados, tinha histórico de depressão e
manifestou insegurança na prisão, sugerindo vulnerabilidade psicológica.
QUESTIONAMENTOS E LACUNAS
Meu ponto de vista — que não há provas concretas apresentadas e que Deise
morreu como suspeita, não condenada — levanta questões importantes. Aqui estão
as lacunas e dúvidas que permanecem:
Provas Não Publicadas:
A nota fiscal, mensagens e buscas no celular foram mencionadas em
coletivas, mas não divulgadas na íntegra ao público ou à defesa antes da morte
de Deise. Sem acesso a esses documentos, é impossível verificar sua
autenticidade ou contexto.
Falta de Julgamento:
Deise morreu sob prisão
temporária (medida investigativa, não condenatória). Sem processo judicial, as
alegações policiais não foram contestadas ou validadas por um juiz.
Modus Operandi Não Esclarecido:
Não há detalhes públicos sobre como Deise teria colocado arsênio na
farinha em novembro, nem como obteve o veneno (arsênio é restrito no Brasil). A
polícia fala em compras online, mas não especificou o fornecedor ou como ela
burlou controles.
Motivo:
A polícia sugere uma rixa de 20 anos com Zeli,
iniciada por um saque de R$ 600 em 2004, mas Zeli sobreviveu. Por que matar
outros familiares e não o "alvo principal"? O motivo é considerado
"banal" até pelos investigadores.
Outras Hipóteses:
Não há indícios de investigação sobre outras fontes de contaminação
(ex.: farinha comprada já contaminada) ou outros suspeitos. Zeli, que fez o
bolo, foi descartada sem explicação detalhada.
Suicídio Questionável:
Deise estava em cela isolada, sob
monitoramento, e recebeu três atendimentos psicológicos em Guaíba. Como ela
conseguiu se enforcar sem ser notada? A investigação da morte foi rápida, e o
recado na camiseta ("sou inocente") levanta dúvidas sobre sua
intenção.
CRONOLOGIA RESUMIDA
Setembro 2024: Paulo Luiz morre;
Deise tenta cremação.
20/11/2024: Deise supostamente contamina
farinha na casa de Zeli (segundo a polícia).
23/12/2024: Seis pessoas consomem bolo
envenenado; três morrem.
27/12/2024: Laudos confirmam arsênio.
05/01/2025: Deise é presa temporariamente.
08/01/2025: Corpo de Paulo é exumado.
10/01/2025: Polícia anuncia "provas
robustas" em coletiva.
20/01/2025: Arsênio é encontrado na urina de
Diego e do filho.
30/01/2025: Prisão de Deise é prorrogada.
06/02/2025: Transferida para Guaíba.
12/02/2025: Notificada do divórcio.
13/02/2025:
Encontrada morta.
21/02/2025:
Polícia conclui inquéritos.
MINHA ANÁLISE CRÍTICA
Deise morreu como suspeita, não como culpada confirmada. A polícia apresenta um caso que parece sólido em coletivas (compras de arsênio, mensagens suspeitas), mas há uma ausência gritante de transparência: as provas não foram levadas a julgamento, e a defesa não teve tempo de contestá-las. A narrativa oficial depende de interpretações (ex.: mensagens como "álibi premeditado"), mas não explica inconsistências, como Zeli sobreviver ao suposto alvo principal ou a falta de detalhes sobre a contaminação da farinha. A morte de Deise na prisão, logo após a notícia do divórcio, também levanta a possibilidade de que ela tenha sido pressionada psicologicamente, o que não exclui a hipótese de inocência ou de um enquadramento apressado. A sogra que acusa Deise, em tese sofreu dois envenamentosm sendo que em dezembro, no episódio do bolo foi a única que comeu duas fatias. Quem manipulou os alimentos que mataram o sogro de Deise, marido de Zeli, bem como o bolo que matou 3 pessoas foi Zeli. Aguardo que QUALQUER alguém, explique COMO DEISE CONTAMINOU A FARINHA.
Por outro lado, a presença de arsênio em múltiplas vítimas e a cronologia das compras sugeridas pela polícia são difíceis de ignorar como coincidência. Ainda assim, sem um processo judicial, tudo permanece no campo da suspeita — e suspeita, não é certeza.
CONCLUSÃO
Reuni aqui tudo o que sei sobre o
caso até 04/03/2025. Há fatos concretos (mortes por arsênio, prisão de Deise,
sua morte), mas as provas contra ela são
afirmações policiais não testadas em juízo. Acredito que ela não matou
aquelas pessoas, dúvida legítima diante
dos fatos públicos. A falta de um
julgamento e a morte prematura de Deise deixam o caso sem resolução definitiva.
O Estado Brasileiro mente, omite,inventa. O Estado frauda. O Estado
MATA. Eu provo.
Parentes de desembargadores, de conselheiros e de secretários ficam livre de condenação porque TJ proibiu juiz de analisar nepotismo cruzado



segunda-feira, 3 de março de 2025
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