sábado, 24 de abril de 2021

“A arte da espreita é um conjunto de procedimentos e atitudes que possibilita a um guerreiro conseguir o melhor de qualquer situação concebível."







As habilidades da espreita e do sonhar são os dois pilares do caminho de evolução dos toltecas do Antigo México. A espreita se relaciona fortemente, além do sonhar, com muitas outras “unidades de significado” deste conhecimento a saber: o tonal, o ponto de aglutinação, o pequeno tirano, a impecabilidade, a importância pessoal, os hábitos e rotinas, a loucura controlada, a energia sexual, a consciência intensificada, a recapitulação, e por aí afora…

A arte da espreita, já que lida com pessoas e comportamento, por um lado é aparentemente exterior, mas por outro lado tem raízes profundas com o lado “oculto” do ser humano, incompreensível à razão habitual, que é o corpo energético. A arte da espreita está ligada ao coração, assim como a mestria da consciência de ser está ligada á mente, e a mestria do intento ao espírito. O seu propósito é deslocar gradual, firme e seguramente o ponto de aglutinação e fixá-lo além do chamado inventário humano. A espreita pode ser aplicada a tudo, mas espreitar a sí mesmo é a sua expressão mais fina e valiosa.

Se fôssemos resumir os pontos importantes das considerações sobre a espreita, diríamos:

– É a habilidade de fixar o ponto de aglutinação numa nova posição
– É uma batalha silenciosa para “conseguir os objetivos” da melhor forma em cada situação.
– É um controle sistemático do comportamento
– É uma forma de relacionar-se com as pessoas, mas sua atuação objetiva “afinar o próprio praticante”.
– É colocar-se em situações limite (perigo, medo, saturação sensorial, agressão)
– A espreita é ligada ao tonal, corpo direito, primeira atenção. O sonho é o oposto (nagual, corpo esquerdo, segunda atenção)
– Ela move devagar e mantém o ponto de aglutinação na nova posição (coesão). O sonho é o oposto
– As mulheres são naturalmente mais afeitas á espreita que os homens
– É regida por 7 princípios (vide abaixo)
– Tem 4 passos de aprendizado: implacabilidade, esperteza, paciência e doçura
– Sua estratégia mais eficaz tem 6 pontos: controle, disciplina, paciência, oportunidade, vontade e o pequeno tirano
– Espreita-se tudo, até as próprias fraquezas, mas o “estado da arte” é espreitar a sí mesmo
– Seus resultados são: rir de si mesmo, não se levar a sério, capacidade infinita de improvisação
– A espreita é o enigma do coração; a consciência é o da mente; o intento é o do espírito
– É um comportamento secreto, furtivo e enganoso para produzir um choque (em si mesmo)
– Para espreitar é preciso ter um propósito, ser impecável, sair da auto-importância, banir hábitos e praticar a loucura controlada (fingir-se imerso na ação, mas sem se identificar, nem ser notado)
– A recapitulação é o ponto forte dos espreitadores. É uma forma especializada de espreitar as rotinas internas.
– A espreita é melhor aprendida em consciência intensificada, sem o inconveniente do inventário
– Liga-se á energia sexual de forma individual. O sonhador usa a energia sexual para sonhar. O espreitador é o oposto

· “A arte da espreita é um conjunto de procedimentos e atitudes que possibilita a um guerreiro conseguir o melhor de qualquer situação concebível. “(A Roda do Tempo, pág. 198)

1. “O primeiro princípio da arte da espreita é que os guerreiros escolhem o campo de batalha. Um guerreiro nunca vai para a batalha sem saber o que o cerca.

2. Descartar tudo que não é necessário é o segundo princípio da arte da espreita. Um guerreiro não complica as coisas. Seu objetivo é ser simples.

3. Ele aplica toda a concentração que tem para decidir se entra ou não na batalha, pois qualquer batalha é uma batalha por sua vida. Este é o terceiro princípio da arte da espreita. Um guerreiro deve estar disposto e pronto para travar sua última batalha aqui e agora. Mas não de uma maneira descuidada.

4. Um guerreiro relaxa e se abandona; ele nada teme. Só então os poderes que guiam os seres humanos abrem o caminho para o guerreiro e o ajudam. Só então. Este é o quarto princípio da arte da espreita.

5. Quando diante de dificuldades com as quais não podem lidar, os guerreiros recuam por um momento. Eles deixam a mente vagar. Ocupam seu tempo com alguma outra coisa. Qualquer coisa serve. Este é o quinto princípio da arte da espreita.

6. Os guerreiros comprimem o tempo este é o sexto princípio da arte da espreita. Mesmo um instante conta. Numa batalha por sua vida, um segundo é uma eternidade, uma eternidade que pode decidir o resultado final. Os guerreiros visam ao sucesso, portanto comprimem o tempo. Os guerreiros não desperdiçam um só instante.

7. Para aplicara sétimo princípio da arte da espreita, é preciso aplicar os outros seis; um espreitador nunca se lança para a frente. Ele sempre olha para frente por detrás das cenas.”
(A Roda do Tempo, págs. 217 a 219, Carlos Castañeda)

Explosão na White Martins no Ceará


Jornal de Brasília


No Ceará, a White Martins, uma empresa fabricante de gases industriais e medicinais, ganhou as redes sociais com vídeos que mostram uma explosão em uma de suas fábricas, localizada na Avenida Francisco Sá, no Bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza.

A empresa é uma das maiores fornecedoras de oxigênio para os hospitais do Brasil. De acordo com informações preliminares, há saques de cilindros e a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros foram acionados.

Segundo os bombeiros, a explosão foi ouvida em vários cantos da cidade e casas próximas foram atingidas.
Ainda não há informações sobre feridos.


Curriculum Vitae




I- Dados Pessoais:
Meu nome é Otimismo.Tenho a idade necessária pra saber distinguir quando alguém quer comprar meus princípios mesmo quando eu não os queira vender. Mas isso não me oprime, nem me deixa tolhida. Sou um mulher de palha: Quando chove, fico flexível; quando o sol esquenta o meu dia, fico seca & rígida, e me dobro apodrecida quando chega a noite eterna. Isso, porque apodrecer faz bem a alma! Sou otimista – digo – acredito no mundo e nas pessoas.
Acredito também que apesar da conveniência atual me levar a dizer isso, o meu cerne não fica corrompido.

II – Área de Atuação:
Minha área de atuação é a alma humana, mas também pode ser o coração, ou o espírito. Não tenho restrições. Sou a chamada Malabarista de Plantão! Não que eu seja pedante!(Na verdade o que me importa é o trabalho). Procuro me informar. Também me mantenho informatizada e falo as línguas estrangeiras de cada indivíduo em particular. Estou personalizada, configurada, mas não ajustada ao sistema. Minhas impressões digitais mudam como as cores do camaleão. Sou uma peça de quebra-cabeças que se encaixa em qualquer lugar.  Volátil, sou como um gás, que por não ter forma alguma, pode obter qualquer forma. 

III – Formação:
Na maior parte das vezes sou autodidata.A solidão me ensina muita coisa, me revela mundos!Tenho uma vasta formação acadêmica que faz de minh’alma anêmica, uma sublime alma. Precipito-me sempre em erudição no solo erodido do meu coração, pra ir ter com as trevas – a luz.Sei de tanta coisa!... Que as mantenho esquecidas no escuro. Na universidade, uni meus versos sem idade e descobri a ignorância. Desenvolvi a arte de mentir melhor, enganar com palavras e a fazer trocadilhos irritantes. (Dever também se aprende).
Saí com um curriculum vitae em latim dos cachorrose caí num grande mercado turco – o mundo. A depressão parece ser endêmica, isso porque a vi somente em meus companheiros que se importam com os resultados dos quatro anos de labuta e descontentamento.

IV – Experiência Profissional:
Tenho experiência com sistemas operacionais que excluíram meus desejos e ambições. Vendi produtos que sugam a essência da alma e do espírito humano para dentro das máquinas, das placas e cartazes de propaganda. Também já manipulei opiniões e vendi mentiras, não as minhas mentiras, o que é muito pior! As falsidades que vendi furtaram minha dignidade, hoje minha alma corrupta arrasta em silêncio as correntes da minha escravidão. Entrego-me. Minha vontade está à venda nas esquinas. O mundo prostituto violou minhas esperanças. A Política a qual tive a experiência de namorar, tornou-se uma cafetina depravada e sem escrúpulos.Tenho experiência com máquinas, mas ainda não me tornei uma, resta-me o sangue e a carne em meio aos meus fios e parafusos, resta-me o suor.

V – Atividades Extra-Curriculares:
Faço trabalhos voluntários numa pedreira, marretando palavras como pedras duras. O sol infernal frita as imagens em meu cérebro, imagens que me espetam o coração e molham versos nos lábios dos meus anjos mudos e vazios.

VI – Assinatura:
Assino o meu nome embaixo de tudo que leve sinceridade e descanso a sepultura. De tudo o que deva ser a verdade sem demagogia. Meu epitáfio não será um poema ilustre, nem uma frase de emoção ou impacto n’alma. Nem mesmo  um digno “adeus” aos que amo, seguido de meu nome. Algo que não importa. O que sempre importou, foi minha vontade inabalável. E minha capacidade genuína de transformação.

Desconheço a Autora.

Quem é o advogado que comanda ‘filial chinesa’ de grupo fundado por Doria


Escritório de Marcelo Braga Nascimento, de quem o governador vem tentando se afastar nos últimos meses, é alvo de ações judiciais e está envolvido em operações financeiras heterodoxas


Conexões entre o governador João Doria e a China envolvem o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), fundado por ele em 2003 | Foto: Joel Rodrigues/Estadão Conteúdo


O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), costuma se incomodar quando seus adversários citam conexões do tucano com a China, especialmente desde que o Instituto Butantan firmou a parceria com o laboratório chinês Sinovac para a produção da CoronaVac, vacina contra a covid-19. Uma reportagem publicada nesta sexta-feira, 23, pela revista Crusoé explicita que essas conexões entre Doria e os chineses envolvem o Lide (Grupo de Líderes Empresariais), fundado em 2003 pelo hoje governador.

Segundo a reportagem, o advogado Marcelo Braga Nascimento comanda a filial chinesa do Lide, “promovendo eventos pagos e reuniões entre empresários e agentes públicos na China e no Brasil, inclusive com o próprio governador e com seu vice, Rodrigo Garcia”. A relação entre Doria e Braga teria se estreitado depois de o tucano entrar na política. Em 2017, por exemplo, o advogado espalhou dezenas de bandeiras do Brasil pelas ruas de São Paulo para fazer propaganda de seu escritório — com aval da gestão Doria, então prefeito da capital. Braga assumiu a presidência do Lide China em julho do mesmo ano, no mesmo mês em que Doria realizou sua primeira viagem oficial ao país asiático como prefeito, com o objetivo de vender projetos de parcerias público-privadas e privatizações.
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No mesmo período, Braga se tornou advogado do próprio Doria e defendeu o hoje governador paulista em um processo no qual o Ministério Público apresentou uma ação de improbidade administrativa contra o tucano por supostas fraudes em licitações para o carnaval de rua em 2018 — o processo acabou extinto pela Justiça.

Ainda de acordo com a reportagem, “o braço chinês do Lide de Doria opera, na prática, como uma espécie de unidade de negócios do escritório de Marcelo Braga”. “A seção oriental do Lide fica com a receita das anuidades pagas pelas empresas filiadas — hoje são 30 companhias — e repassa uma parte do dinheiro à matriz do Lide, onde atua o filho de Doria, pelo uso da marca. A mistura é flagrante”, diz o texto.


A revista teve acesso a documentos que mostram alguns pagamentos recebidos pelo escritório em 2018, que chegam a R$ 2,3 milhões. “Na relação, há empresas que possuem concessão de rodovias, uma empreiteira que venceu recentemente a licitação de uma obra do metrô do governo paulista e até pagamentos da TV Bandeirantes, que anunciou no fim de 2019 uma parceria com uma companhia de mídia chinesa em um evento que contou com a presença do próprio João Doria”.

“Além das transferências feitas pelas empresas, o escritório do presidente do Lide China movimentou grandes quantidades de dinheiro em espécie, segundo o relato de um ex-funcionário que moveu uma ação trabalhista contra a banca justamente por fazer ‘serviços particulares’ para Marcelo Braga. O funcionário diz que transportou volumes elevados de dinheiro vivo desde agências bancárias na capital e outros endereços até a sede do escritório. […] Em uma das operações de transporte de dinheiro, diz o relato do funcionário, as notas estavam armazenadas em duas caixas de uísque. As movimentações de dinheiro vivo teriam sido mais intensas entre os anos de 2017 e 2018. […] Entre os pagamentos feitos pelo escritório de advocacia do presidente do Lide China, chamam atenção cheques que somam cerca de R$ 1 milhão emitidos entre julho e dezembro de 2018 a Claudio Carvalho, braço direito de Doria na prefeitura que se associou à banca de Marcelo Braga depois que o tucano renunciou ao mandato de prefeito para concorrer a governador.”

A revista também aponta que o histórico do escritório que comanda o Lide China é “desabonador quando há cifras envolvidas”. Segundo a reportagem, a banca é alvo de inquéritos policiais e uma série de ações na Justiça por suposta apropriação indébita de valores dos clientes. “Braga fez fortuna como advogado atuando basicamente em causas milionárias contra a Sabesp, a companhia de saneamento básico do governo paulista. São dezenas de processos nos quais o advogado representa condomínios, shoppings e hospitais que questionam judicialmente excessos na cobrança de tarifa de água ou esgoto. Nos últimos anos, vários clientes se deram conta de que ganharam a disputa contra a Sabesp, mas nunca viram a cor do dinheiro pago pela companhia em razão dos processos. O escritório de Braga recebia os valores, mas não repassava aos clientes que representava”, informa a revista.

Ainda segundo a reportagem, o próprio Doria, potencial candidato à Presidência da República em 2022, tem evitado manter contato com o advogado nos últimos meses, mas Braga segue comandando o braço chinês do Lide. Sobre os pagamentos recebidos pelo escritório, Braga disse à Crusoé, por meio de nota, que “as relações entre o escritório e seus clientes têm caráter privado, sem interesse público, e são protegidas por sigilo profissional previsto em lei”. A respeito das ações judiciais contra a banca, a nota diz que elas decorrem de “conflitos comuns a qualquer escritório ou empresa e não estão resolvidos até que transite em julgado a última decisão”.

O comunicado também diz que “o grupo não tem o Estado como sócio nem utiliza dinheiro público, paga seus impostos em dia e não responde a qualquer processo judicial”. “As relações do Lide China com o governador João Doria remontam unicamente ao tempo em que ele era presidente do Grupo Lide”, completa Braga.

Horas antes da publicação da reportagem da Crusoé, a assessoria do governo Doria informou que Marcelo Braga não é mais presidente do Lide China e que o cargo, hoje, seria ocupado por José Ricardo dos Santos Luz Júnior. Em seu site oficial, no entanto, o grupo apontava até quinta-feira 22 Braga como presidente.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

A águia e o corvo

 "Aqueles que esperam no Senhor terão novas forças; eles levantarão asas como águias!"Isaías 40:31




O único pássaro que se atreve a bicar uma águia é o corvo. Ele senta-se nas suas costas e morde o seu pescoço. No entanto, a águia não responde, nem luta contra o corvo; não perde tempo ou energia no corvo. Basta abrir suas asas e começar a voar mais alto nos céus. Quanto mais alto o vôo, mais difícil é para o corvo respirar e então o corvo cai por falta de oxigênio.

Pare de perder tempo com corvos. Basta levá-los às suas alturas e eles vão desaparecer...


O pedido impeachment do ministro do STF Dias Toffoli em 2015 e arquivado por Renan Calheiros

Procurador da Fazenda Nacional Mateus Carneiro apresenta à Secretaria-Geral da Mesa do Senado denúncia de crime de responsabilidade contra o ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal

A Secretaria-Geral da Mesa do Senado recebeu na tarde desta quinta-feira (9) uma denúncia de crime de responsabilidade contra o ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Se acolhida, ela pode resultar em processo de impeachment.

O responsável pela denúncia é o procurador da Fazenda Nacional Matheus Faria Carneiro, que ressaltou ter tomado a iniciativa na condição de cidadão, não em função de seu cargo.

— Vim aqui exercer um ato de cidadania, com as prerrogativas que a Constituição me dá, buscando restabelecer o sentimento de que os agentes públicos devem prestar contas a seus administrados e a seus jurisdicionados. Acho que este ato pode ser o início de um novo paradigma, de outros cidadãos fazerem o mesmo também. Eu sou só mais um — explicou.

O gabinete do ministro Dias Toffoli não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.

Justificação

Carneiro argumenta que o ministro Toffoli teria incorrido em crime de responsabilidade ao participar de julgamentos em que deveria ter declarado suspeição. O procurador cita o caso específico do Banco Mercantil, onde o ministro contraiu empréstimo em 2011. Posteriormente, Toffoli participou de julgamentos que envolviam o banco.

— Ele foi relator e julgou ações em que era parte o Banco Mercantil. Ao fazê-lo, julgou em estado de suspeição. Não interessa se julgou a favor ou contra o banco, mas o fato é que não poderia julgar. Ao julgar, incorreu em crime de responsabilidade. São fatos objetivos e notórios, não há discricionariedade [na denúncia] — afirmou Carneiro.

O procurador também disse esperar que o Senado acolha a denúncia e dê andamento ao processo de investigação contra o ministro. Para ele, a Casa tem a obrigação de levar o caso adiante por ser parcialmente responsável pela nomeação de Toffoli – os ministros do STF devem passar por sabatina no Senado e ter seus nomes aprovados pelo Plenário antes de serem empossados.

— O Senado, assim como o sabatinou, tem o dever perante a sociedade de fazer cumprir a lei, apurar os crimes que eu denuncio e responsabilizá-lo. Não espero nenhum tipo de justiçamento. Espero que ele tenha direito ao contraditório e à ampla defesa.
Reação

Vice-líder do PT, o senador Paulo Rocha (PT-PA), reconhece a legitimidade do ato da denúncia, mas disse não acreditar que ela possa prosperar na Casa.

— Qualquer pedido de intervenção ou impedimento de autoridade deve ser analisado pelo Senado. Mas não creio que esse tipo de iniciativa logre avanços. O ambiente em que está o nosso país, de democracia, liberdades e funcionamento das entidades, não dá motivo nenhum. O Senado é uma casa democrática, que tem a leitura do momento que estamos vivendo.

O processo de impeachment de um ministro do STF tem várias etapas e é bastante longo. Ao contrário do pedido de impedimento da presidente da República, que deve ter início na Câmara dos Deputados, a acusação contra membro do tribunal se inicia e se conclui no Senado. Se a denúncia for aceita pela Mesa, é instalada uma comissão especial de 21 senadores, que realiza diligências e inquéritos e decide sobre a pertinência ou não do pedido.

Caso o processo chegue a sua fase final, para votação em Plenário, o denunciado deve se afastar de suas funções até a decisão final. É necessário o voto de dois terços dos senadores para que o impeachment se concretize e o acusado seja destituído do cargo. É possível também que ele seja impedido de assumir qualquer função ou cargo público durante um máximo de cinco anos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Avante!

Por Por Matheus Faria, Colunista do FCS Brasil

Carta ao Juiz:

Excelentíssimo Sr. Celso de Mello,

Respeito e admiro profundamente Vossa Excelência.

Contudo, causa espécie o seu estranhamento sobre a retórica, comportamentos e ações do Partido dos Trabalhadores e seus séquitos.

Afinal, não foi Vossa Excelência quem definiu tão bem as práticas perpetradas pelos réus na Ação Penal 470 (Mensalão) cunhando-as de: "Projeto Criminoso de Poder"?

Escapou-lhe, meu querido e sábio decano, da cognição que transcende a mera sindicabilidade jurisdicional à cerca de fatos criminosos, que não há normalidade neste partido dos trabalhadores?

Não lhe foi possível perceber o aparelhamento feito pelo Partido, inclusive no âmbito da própria Corte em que V. Exa. ocupa a cadeira daqueles mais experimentados?

Sei que este sábio juiz já morou no mesmo apartamento que José Dirceu.

Naquele tempo, não presenciou a psicopatia que já era marcante na personalidade do Zé? Afinal, ele não era o líder do clube dos canalhas da turma? Fato este que consta de sua biografia que li.

Sei que o Sr. não era da mesma turma e é isso que o distingue como homem probo, republicano e que sabe divisar o que é público e o que é privado.

Tenho grande admiração por Vossa Excelência. Aliás, foi lendo os judiciosos votos exarados e as falas sempre impregnadas de sabedoria e acuidade jurídica ímpar, que devo grande parte do que sei sobre o Direito.

A vida, contudo, é um círculo concêntrico em que o Direito é apenas uma parcela.

A vida, neste país, é feita deste sofrimento perpétuo de uma população cativa por um populismo genocida.

É hora, Ministro Celso de Mello, de enxergar a vida além dos livros. É tempo de rememorar os fatos históricos tão bem conhecidos por Vossa Excelência, e construir pontes para o futuro.

O Brasil precisa de você. O país não precisa de heróis. Ele está ávido, sedento por pessoas como você.

Só lhe falta tirar a toga e enxergar a nação como um homem de bem que tem a virtude da empatia e ver as coisas exatamente como elas são.

Sem eufemismos, sem declarações prosaicas de que a democracia ou as instituições estão funcionando.

Quando elas estão, é despiciendo que se fale.

Vamos em frente. Una-se ao povo. Aja com a independência que lhe permita prolatar decisões contra majoritárias, como sempre o fez.

No entanto, não troque a vida e o destino de tantas outras vidas por folhas de papel.

O Brasil precisa da coragem e sobriedade do estadista Celso de Mello.

Matheus Faria

Matheus Faria, um brasileiro em luta pela Liberdade. Autor da ação contra a empresa venezuelana Smartmatic e do impeachment contra o Ministro Toffoli (Veja aqui), jurista, agora estreia como colunista da Rede de Blogs FCS Brasil, com milhares de leitores no Brasil e no Exterior.

Relatora do PL 6467/2002 preserva revogação da Lei de Segurança Nacional


Parecer tipifica interrupção do processo eleitoral e comunicação enganosa em massa como delitos



A deputada Margarete Coelho (PP-PI) apresentou parecer ao PL 6764/2002, que define os crimes contra o Estado Democrático de Direito e a Humanidade. A apresentação do parecer é um passo importante para a votação da matéria, que tramita em regime de urgência na Câmara. Com o parecer em mãos, deputados e deputadas podem apresentar emendas de plenário com sugestões que podem ser acolhidas pela relatora até durante a votação.

Coelho preservou a revogação da Lei 7.170/83 – a Lei de Segurança Nacional – e acrescentou uma série de inovações que buscam, segundo a relatora, “tipificar todas as condutas que tenham o potencial de agredir a ordem constitucional democrática”. Dentre as inovações, estão a tipificação dos crimes de interrupção do processo eleitoral, comunicação enganosa em massa e violência política.

O parecer não cita abertamente a expressão “fake news”, mas aborda a conduta ao definir como delito criminoso “promover, ofertar, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, mediante uso de expediente não fornecido diretamente pelo provedor de aplicação de mensagem privada, ação para disseminar fatos que sabe inverídicos capazes de colocar em risco a higidez do processo eleitoral, ou o livre exercício de qualquer dos poderes legitimamente constituídos ou do Ministério Público”. A pena para a comunicação enganosa em massa será de um a cinco anos de prisão e multa.

O crime de violência política é descrito no parecer como “usar de violência física, sexual, psicológica moral, ou econômica, de forma direta ou indiretamente, com o propósito de restringir, impedir ou dificultar o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo ou orientação sexual”. A pena prevista será de três a seis anos de prisão e multa.

O crime de interrupção do processo eleitoral tem pena prevista de quatro a seis anos de prisão. A pena é aumentada em um terço se quem cometer o crime for membro ou funcionário da Justiça Eleitoral.

Apresentado em 2002, o PL 6467/2002 foi negociado pessoalmente pelo presidente Arthur Lira (PP-AL) no rol de medidas legislativas em resposta à prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) em fevereiro com base na Lei de Segurança Nacional. A LSN é contestada no Supremo Tribunal Federal por partidos políticos que pedem um posicionamento da Corte sobre a compatibilidade da lei de 1983 com a Constituição Federal de 1988. As ações estão sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes.

Além da extinção da LSN, o projeto especifica tipos penais relativos a atentado contra a soberania; traição; atentado separatista; espionagem; serviço de espionagem; aerofotogrametria e sensoriamento ilícitos; auxílio a espião; revelação; divulgação de segredo de estado; insurreição; organização paramilitar; armamento militar; invasão de um estado por outro; genocídio; terrorismo; desaparecimento de pessoas; e informação falsa.

Para entrar em vigor, o PL 6467/2002 precisa da aprovação do plenário da Câmara, da aprovação do Senado e da sanção presidencial.

JOTA

Nota do Exército sobre o General Pujol e General Pazuello


NOTA DE ESCLARECIMENTO



            A cerca do conteúdo da nota publicada e, posteriormente, atualizada no endereço eletrônico https://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/ex-comandante-edson-pujol-diz-que-eduardo-pazuello-ferrou-o-exercito.html, sob o título “Ex-comandante, Edson Pujol diz que Eduardo Pazuello ferrou o Exército”, o Centro de Comunicação Social do Exército esclarece que o Gen Ex EDSON LEAL PUJOL não teve nenhum diálogo com o Gen PAZUELLO nem jamais fez qualquer tipo de comentário, juízo de valor, crítica ou sugestão sobre o tema vacinas, nem sobre outros aspectos do trabalho do General PAZUELLO à frente do Ministério da Saúde.

            A conduta do Gen LEAL PUJOL esteve sempre pautada pela ética, discrição e transparência durante os mais de dois anos em que exerceu o cargo de Comandante do Exército Brasileiro. A nota descreve diálogo e comportamento que não existiram, absolutamente inverossímeis e incompatíveis com o perfil e as atitudes do Gen LEAL PUJOL durante seus cinquenta anos de serviço dedicados à Força e ao Brasil.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Eu sei, mas não devia




Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma
.

A crônica Eu sei, mas não devia, publicada pela autora 
Marina Colasanti (1937) no Jornal do Brasil, em 1972, 

Lira diz que é contra a CPI da COVID: 'não é hora para isso

 21/04/2021



Além de sabotar impeachment, deixando o sabotador da Pandemia, Bolsonaro, sabotando na boa.

Lira disse que também é contra a CPI da COVID é 'politicagem e palanque, que a hora não é para CPI, que todos sabem quem são os culpados, que está documentado e que não é hora de apontar o dedo pra ninguém'.

Assista o que ele disse à CNN Brasil.



quarta-feira, 21 de abril de 2021

Congresso derruba vetos e crimes contra a honra na internet terão pena triplicada




Ciências Criminais 

Na noite da última segunda-feira (19/04/2021) os Senadores derrubaram alguns vetos de Bolsonaro ao pacote anticrime, que já haviam sido analisados e também derrubados pelos Deputados. Com esta decisão, o aumento de pena que triplica as punições dos crimes de Calúnia, Difamação ou Injúria, quando praticados pela Internet, vai à promulgação e entrará em vigor.

Crimes contra a honra na internet

Com relação a tais mudanças e o maior rigor nas punições destes crimes, o advogado Luiz Augusto D’Urso, que é especialista em Crimes Virtuais e Presidente da Comissão Nacional de Cibercrimes da ABRACRIM (Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas), explica: "Até então, as penas previstas para os crimes contra a honra praticados pela internet, não inibiam esta prática criminosa. Agora, com a pena triplicada, além do efeito pedagógico, se observa uma resposta penal proporcional ao dano provocado, pois no ambiente virtual a ofensa ganha alcance imensurável, principalmente nas redes sociais".

Quanto à internet facilitar a forma de se comunicar, o especialista afirma:

A internet e as redes sociais abriram caminho para todos se manifestarem publicamente, trazendo facilidades para disseminar informações com maior alcance, todavia, o grande problema é que muitos se utilizam dessas facilidades propiciadas pela tecnologia para difundir criminosamente ofensas contra pessoas.

D’Urso que é Professor de Direito Digital no MBA da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) adverte, por fim, que a prática de crimes pela internet não significa impunidade: "O uso de perfis falsos para a realização de tais crimes pela internet não garante impunidade, pois é possível, mediante quebra de IP, identificar seus autores, que agora estarão sujeitos à pena triplicada".



É muita coragem fazer um perfil falso do diretor da Polícia Federal


PorAlexandre Garcia
19/04/2021 21:50


Algum espertinho achou legal criar uma perfil fake no Twitter com o nome do diretor-geral da Polícia Federal.| 

Virou moda recorrer à Justiça para acertar questões internas do Legislativo. Eu tenho criticado isso há bastante tempo. E não é que a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) foi pelo mesmo caminho e entrou na Justiça contestando a presença de Renan Calheiros (MDB-AL) na CPI da Covid.

Eu também discordo do fato dele e de Jader Barbalho (MDB-AP), cujos filhos são governadores, serem membros de uma CPI que vai investigar dinheiro federal destinado para os estados. De fato isso não faz sentido. Renan e Jader são moralmente impedidos, como seria se o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também integrasse a CPI para investigar o governo do pai.

Em seu pedido, Carla alega que Renan Calheiros tem 43 processos e seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Portanto, ele não teria a moralidade exigida para integrar uma comissão investigativa.

Mas todos os senadores que integram essa comissão — exceto Marcos do Val (Podemos-ES), que se diz decepcionado com a política — têm interesse eleitoral. A verdade é que essa CPI será um grande palanque.

Alguém teve a coragem de fazer um perfil fake no Twitter do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino. Essa pessoa ainda inventou uma história fantasiosa de que Lula e o STF estavam conspirando para matar o presidente Jair Bolsonaro. A história é fantástica e não crível.

O mais incrível é que uma das minhas colegas, a jornalista Leda Nagle, ficou horrorizada, achou inacreditável o que leu e postou o seu horror nas redes sociais diante dessa informação. Depois de perceber que se tratava de uma fake news, ela se retratou e pediu desculpas.

Agora as pessoas estão criticando minha colega por ela ter acreditado na publicação. Ela foi vítima de uma invenção e os próprios inventores de conteúdos falsos estão criticando ela.

Agora é uma questão de honra para a Polícia Federal achar quem fez esse perfil falso. Tomara que essa publicação no perfil falso não seja levada a sério, porque o STF, por exemplo, levou em conta um trabalho criminoso de hackers contra a Lava Jato. Teve ministro do Supremo que mudou o voto com base em prova criminosa na ação que decidiu pela suspeição do ex-juiz Sergio Moro. Tomara que esse pirata virtual não ganhe a mesma fama que os hacker da Lava Jato.

Isso precisa servir de lição para todos nós. Precisamos ter cuidado com o que recebemos nas redes sociais, porque existem pessoas que são capazes até de criar um perfil fake de um diretor-geral da PF. Imagina a coragem dessas pessoas. É preciso encontrar essa pessoa e puni-la com rigor.



Sarney Filho, ex ministro do Meio Ambiente DO PT e também um colecionador de escândalos no poder

            


Ex-ministro do Meio Ambiente, o eterno deputado federal Sarney Filho foi oficializado nesta quinta-feira (2), como candidato do PV ao Senado Federal na chapa da irmã, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) que busca mais um mandato no comando do Palácio dos Leões. Zequinha, como é mais conhecido, discursou fazendo um aceno a seus dois principais pontos fracos: a rejeição que sua família tem por parte eleitorado maranhense e sua relação acidentada com o setor ruralista .

O político que virou um verdadeiro colecionador de escândalos ao longo de seus 40 anos de carreira política, até tentou ajustar suas falas e gestos dando a entender que a experiência o credencia para pleitear uma das duas vagas na Câmara Alta pelo Maranhão. A verdade é que não é de hoje, entretanto, que o sobrenome maranhense aparece envolvido em escândalos com dinheiro público. Acusações rumorosas acompanham o clã desde os tempos em que Sarney presidiu o Brasil, na década de 1980.

Só Sarney Filho, por exemplo, acumula uma folha corrida dos mais diversos escândalos. Em 2010, Zequinha foi atingido pela Lei da Ficha Limpa. Sua candidatura chegou a ser impugnada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) do Maranhão. Ele foi acusado de abuso de poder econômico pelo fato de a prefeitura do município de Pinheiro, cujo prefeito era seu aliado, ter criado um link em sua página para a homepage do então deputado em 2006. O presidente do PV no Maranhão foi condenado a pagar uma multa e, segundo o MPE, isso o tornaria inelegível, conforme a lei complementar 135/2010. No entanto, após recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral, o deputado conseguiu manter o registro de sua candidatura.

Essa não é a única irregularidade a macular o currículo do ex-ministro do Meio Ambiente. Em 2009, Sarney Filho foi investigado pelo Ministério Público por ter usado sua cota parlamentar de passagens aéreas para viajar com a família para o exterior. Além disso, entre julho de 2007 e julho de 2008, a Câmara pagou oito passagens para Marco Antônio Bogéa, colaborador do empresário Fernando Sarney, irmão do deputado. Embora não tendo qualquer vínculo funcional com a Casa, Bogéa usou a cota de Sarney Filho, à época líder do PV na Câmara. Fernando Sarney e Marco Antônio Bogéa são acusados de participar de um suposto esquema de corrupção em estatais do setor elétrico e alvo de investigações da Polícia Federal na Operação Boi Barrica.

Em setembro de 2015, a CPI da Petrobras recebeu das mãos do deputado Jorge Solla (PT-BA) cópias de documentos da contabilidade extraoficial da Odebrecht, do fim da década de 1980, com registros de pagamento de propina a políticos das obras executadas naquela época. No material, entregue ao delegado Bráulio Cézar Galloni, coordenador-geral da Polícia Fazendária, constava o nome do deputado José Sarney Filho.

A partir de hoje, o blog abre uma série mostrando as revelações do período em que Zequinha esteve na Câmara ou em suas duas passagens pelo Ministério do Meio Ambiente: entre 1999 e 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso e mais recentemente quando voltou ocupar a pasta no governo Temer.

https://www.blogdoantoniomartins.com/saraney-filho-um-colecionador-de-escandalos-no-poder/

José Sarney protagonizou 25 escândalos em 2009


Acreditando ser uma espécie de “paladino da moralidade”, o senador José Sarney (PMDB-AP) publicou na Folha de S. Paulo de sexta-feira (4) um artigo intitulado “A pandemia da corrupção”. Numa das passagens do texto, o presidente do Senado escreve: "Ultimamente, os escândalos de corrupção têm marcado a vida pública brasileira. São episódios vergonhosos, que denigrem cada vez mais os políticos. Se a corrupção é um câncer para a sociedade, muito mais quando se trata da corrupção política". Noutra, mostra-se ainda mais indignado: "O que ocorre no país neste instante é inclassificável. É trágico, deprimente, inconcebível, sob todos os ângulos". Palavras certas na boca errada. José Sarney, desde que assumiu a presidência do Senado, em fevereiro deste ano, tornou-se "símbolo inconteste da indecência e da improbidade", segundo as palavras do reputado jornalista Alberto Dines. Só não foi defenestrado do cargo - como clamava a opinião pública - porque o presidente Lula o protegeu. O oligarca também teve a seu favor um Conselho de Ética controlado pelo PMDB, que arquivou as onze denúncias contra ele. O Jornal Pequeno selecionou nesta edição 25 escândalos protagonizados por Sarney neste ano - considerando-se apenas os que o atingiram diretamente, sem contar os que envolveram familiares e agregados do clã. Veja a relação.

1. ‘De pai para filho’ - Logo em fevereiro, os jornais "O Estado de São Paulo" e "Folha de S. Paulo" divulgaram um diálogo entre José Sarney e seu filho Fernando Sarney - superintendente do Sistema Mirante. Na conversa, de 3 minutos e 32 segundos, ocorrida no dia 17 de abril do ano passado, o presidente do Senado pergunta ao filho se ele havia recebido informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre um processo judicial envolvendo Fernando que corre em sigilo. Em julho, Fernando Sarney foi indiciado pela Polícia Federal (Operação Boi Barrica) pelos crimes de formação de quadrilha, instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O "grampo" da PF também flagrou José Sarney e Fernando usando a TV Mirante para atacar um adversário político - o que é crime, pois as TVs brasileiras são concessões públicas e a lei 4.117/62 proíbe seu uso para fins políticos. Sarney manda Fernando "botar na TV [Mirante]" uma matéria para atingir Aderson Lago, então chefe da Casa Civil do governo Jackson Lago, e seu filho, Aderson Neto.

2. A queda do ‘homem do cofre’ - Em março, os escândalos envolvendo o Senado se multiplicaram. O primeiro deles foi a revelação, no 1º dia do mês, pela Folha de S. Paulo, de que Agaciel Maia, diretor geral do Senado desde 1995 (nomeado por José Sarney), usou o irmão e deputado João Maia (PR-RN) para esconder da Justiça, desde 1996, a propriedade de uma casa avaliada em cerca de R$ 5 milhões. Pressionado, Agaciel, que durante os últimos 14 anos foi o "homem do cofre" do Senado, se demitiu, em 4 de março.

3. Horas extras no recesso - Reportagem da Folha de S. Paulo, publicada em 10 de março, informou que o Senado pagou ao menos R$ 6,2 milhões em horas extras para 3.883 funcionários durante o recesso de janeiro, período em que não houve sessões, reuniões e nenhuma atividade parlamentar. Apenas 11 senadores - de um total de 81 - determinaram aos funcionários a devolução do benefício pago indevidamente.

4. Policiais do Senado na mansão de Sarney - Nas edições de 12 e 18 de março, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou que José Sarney usou pelo menos sete policiais do Senado para vigiar sua mansão, na Praia do Calhau, em São Luís. Sarney estaria temeroso de uma eventual reação popular pela cassação do governador Jackson Lago (PDT). Sarney tentou ludibriar a imprensa, admitindo apenas uma viagem de quatro agentes. Descobriu-se, depois, que na verdade foram três viagens, de sete policiais. O expediente fora do Senado somou 10 dias e custou cerca de R$ 30 mil em diárias e passagens.

5. Cai outro diretor de Sarney - Em 13 de março, outro diretor do Senado ligado a José Sarney, João Carlos Zoghbi, caiu, após denúncia do jornal Correio Braziliense de que cedeu seu apartamento funcional para familiares que não trabalhavam no Congresso. Responsável pela diretoria de Recursos Humanos da Casa, Zoghbi, que mora numa casa no Lago Sul, área nobre de Brasília, estava no cargo há 15 anos. Ele devolveu o apartamento, mas em maio, juntamente com sua mulher, Denise, e seu filho Marcelo, se viu envolvido num crime muito mais sério: suspeita de usar sua ex-babá, Maria Izabel Gomes, 83 anos, como "laranja" para abrir empresas que atuavam na intermediação dos empréstimos consignados no Senado e recebiam pelo serviço comissões milionárias de bancos. Zoghbi foi indiciado pela Polícia do Senado por formação de quadrilha e corrupção. Denise não foi indiciada.

6. O ‘escândalo das diretorias’ - Matéria da Folha de S. Paulo, publicada em 19 de março, revelou o chamado "escândalo das diretorias" do Senado. De acordo com a reportagem, nos últimos oito anos, o número de cargos de direção na Casa saltou de 32 para 181, o que significa mais de dois diretores para cada senador. O presidente do Senado, José Sarney, encabeça os atos que criaram pelo menos 70% dos 181 cargos de direção da Casa.

7. O ‘jeitinho’ da ‘diretora’ - No auge do escândalo das diretorias, o jornal "O Globo" descobriu, em 23 de março, que José Sarney presenteou, em 2003, uma jornalista "prestadora de serviços" ao clã com uma das diretorias esdrúxulas "descobertas" pelo Senado. Elga Maria Teixeira Lopes, que participara da campanha da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) para o governo do Maranhão em 2002, foi indicada por Sarney para chefiar a diretoria de Modernização Administrativa e Planejamento do Senado. Já na atual gestão de José Sarney, Elga foi nomeada por ele para dirigir a enorme máquina de comunicação do Senado, com 20 secretarias. Foi exonerada em 23 de abril.

8. ‘Assessores virtuais’ - Em meados de março, o Jornal Nacional, da Rede Globo, denunciou a existência de "assessores virtuais" no Senado, nomeados por integrantes da Mesa Diretora. O JN mostrou que além do presidente do Senado, existem vice-presidentes e quatro secretários que integram a Mesa com direito a gabinete especial e 12 cargos comissionados - nomeações feitas sem concurso. Segundo a reportagem, o gasto com esses comissionados, nas quatro secretarias, é de R$ 360.650,96 por mês.

9. O castelo português de Sarney - Em sua edição de 24 de maio, o Jornal Pequeno revelou, em primeira mão, que José Sarney possuiu, por pelo menos 4 anos, um castelo na cidade portuguesa de Sintra (a 20 km de Lisboa). A Quinta dos Lagos - imóvel de 23.400 metros quadrados de área total, em estilo que lembra o período medieval, avaliado atualmente em R$ 30 milhões (10 milhões de euros) - foi adquirida por Sarney quando ele ainda era presidente da República (início de 1990) e jamais foi declarada à Justiça Eleitoral nem à Receita brasileira.

10. Auxílio-moradia ilegal - O escândalo do auxílio-moradia, pago a José Sarney e outros parlamentares ilegalmente, foi para as páginas da Folha de S. Paulo em 28 de maio e indignou o país. De acordo com o jornal, Sarney recebeu o benefício de R$ 3.800 mensais por dois anos, mesmo sendo dono de uma mansão em Brasília e tendo à sua disposição a residência oficial. Sarney primeiramente negou que recebia o auxílio. Depois admitiu e pediu desculpas por ter passado aos jornalistas uma "informação errada". "Por um equívoco, estavam depositando o auxílio na minha conta. Eu tinha a impressão de que não estava recebendo". A justificativa de Sarney virou piada nacional.

11. Atos secretos - Esse escândalo começou com a descoberta, no dia 10 de junho, pelo jornal "O Estado de S. Paulo", de que um neto de José Sarney - João Fernando Michels Gonçalves Sarney, 22 anos, filho de Fernando Sarney - foi nomeado e, tempos depois, exonerado de um cargo no Senado por meio de atos sigilosos. No dia seguinte, descobriu-se que, com a exoneração de João Fernando, sua mãe - a ex-miss Rosângela Terezinha Michels Gonçalves, com quem Fernando Sarney teve um relacionamento extraconjugal - herdou seu cargo (secretário parlamentar no gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB) e seu salário (R$ 7.600). Depois, surgiu uma enxurrada de parentes e aliados do clã beneficiados por atos secretos. Alguns foram exonerados, mas muitos seguem empregados.

12. Verba indenizatória - Em 23 de junho, a Folha de S. Paulo divulgou que Sarney estava gastando sua verba indenizatória (dinheiro público) para uma finalidade pessoal: organizar seu acervo de livros em Brasília. Ele contratou a empresa Memória Viva Pesquisa e Manutenção de Acervos Históricos. O contrato perdura até hoje. Sarney usou, de janeiro a outubro de 2009, R$ 44.400 da verba indenizatória para manter seu acervo.

13. Funcionários da Fundação Sarney no Senado - No mesmo dia 23 de junho, a imprensa revelou que o Senado empregou dois funcionários ligados à Fundação José Sarney, sediada em São Luís, no Convento das Mercês (Desterro). Nonato Quintiliano Pereira Filho foi nomeado para secretário parlamentar, cujo salário é cerca de R$ 7.600, em 1995, trabalhano no gabinete do senador Lobão Filho (PMDB-MA), aliado de Sarney. Fernando Nelmásio Silva Belfort teve sua nomeação para o gabinete da Liderança do Governo no Congresso em 24 de agosto de 2007. Foi exonerado em 3 de abril passado. Ele ocupava cargo de assistente parlamentar, com salário de cerca de R$ 2.500.

14. Uso indevido de imóvel público - Deu na Folha em 25 de junho: "Nomeada por ato secreto, uma funcionária do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mora há quatro anos num imóvel localizado no térreo de um dos prédios exclusivos para senadores. Valéria Freire dos Santos é viúva de um ex-motorista de Sarney - Antoniel dos Santos - e desde que mudou para o local ganhou um emprego no Senado, no gabinete pessoal de Sarney. Para servir café em expediente de meio período, recebe salário de R$ 2.313,30 por mês".

15. Neto de Sarney ‘operava’ no Senado - Um neto do presidente do Senado, José Sarney, sócio de uma corretora, operava crédito consignado no Senado, descobriu o Estadão em 26 de junho. A empresa de José Adriano Cordeiro Sarney - filho do deputado federal Sarney Filho, o "Zequinha" (PV-MA) - atuava na Casa desde que foi criada, em 2007, na intermediação de empréstimos com desconto em folha para servidores - negócio milionário sob investigação. Ao Estadão, José Adriano disse que o faturamento anual da Sarcris Consultoria, Serviços e Participações Ltda. é de "menos de R$ 5 milhões". Depois da revelação do caso, o filho de "Zequinha" parou com os negócios na Casa.

16. Casa de R$ 4 milhões não declarada - O Estadão e a Folha publicaram em 26 e 27 de junho: o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), omitiu em sua declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral, em 2006, a casa onde ele mora, avaliada em R$ 4 milhões, localizada na Península dos Ministros, área nobre de Brasília. Sarney, que declarou à Receita Federal a casa, comprada em 1997 do banqueiro Joseph Yacoub Safra, diz que omissão ao TRE ocorreu por mero esquecimento.

17. Segurança de Sarney no governo Roseana - A Folha contou: "Acusado em inquérito da Polícia Federal de vazar informações sigilosas à família Sarney, Aluísio Guimarães Mendes Filho, agente da PF e segurança do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), passou a chefiar a área responsável pelo sistema de grampos da Secretaria da Segurança Pública do Maranhão. Aluísio foi alçado ao posto de secretário-adjunto de Inteligência pela governadora Roseana Sarney (PMDB). Ele continua na função de segurança de Sarney".

18. O escândalo da Fundação José Sarney - Em 9 de julho, o Estadão publicou que a Fundação José Sarney desviou para firmas fantasmas, e empresas da família do próprio senador (Sistema Mirante), dinheiro da Petrobras repassado em forma de patrocínio pela Lei Rouanet à Fundação no ano de 2005. Do total de R$ 1,34 milhão repassado para estatal, pelo menos R$ 500 mil foram parar em contas de empresas prestadoras de serviço com endereços fictícios em São Luís. A fundação não participou de concorrência pública para receber a verba por ser convidada para participar do programa de patrocínio. O objetivo do patrocínio era digitalizar os documentos do museu, mas isso não foi feito.

19. JP desmonta farsa - Em sua edição de 15 de julho, o Jornal Pequeno desmontou a farsa da doação que Sarney teria feito da mansão do Calhau a sua filha Roseana. "A mansão que a família Sarney possui na praia do Calhau há mais de 30 anos não existe, de acordo com o que constam nas declarações de bens do presidente do Senado, José Sarney, e da ocupante do governo maranhense, Roseana Sarney, à Justiça Eleitoral em 2006. Ambos esconderam o imóvel da Justiça Eleitoral. Sarney disse à Folha de S. Paulo que não mencionou a mansão porque já havia assinado, antes das eleições, uma procuração, pela qual doava a casa a Roseana. Ele não apresentou à Folha nenhuma prova de que essa procuração existe. De qualquer forma, Roseana, candidata derrotada ao governo do Maranhão em 2006, deveria ter revelado a doação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que não fez. O JP teve acesso a certidões do 1º Cartório de Registro de Imóveis e do Cartório do 3º Ofício de Notas que desmontam a farsa da tal doação por procuração. As certidões comprovam que a doação só foi realizada, efetivamente, em 22 de julho de 2008, por meio de escritura pública formalizada no cartório do 3º Ofício Dr. José Maria Pinheiro Meireles. No dia 20 de agosto do mesmo ano, a doação foi registrada no 1º Cartório de Registro de Imóveis".

20. Conta de Sarney fora do país - Reportagem publicada na revista Veja em julho revelou que José Sarney teve uma conta no exterior não declarada à Receita Federal. A Veja teve acesso a informações que fazem parte de um processo sigiloso de liquidação do Banco Santos. Segundo a reportagem, um documento com o título "JS-2", com sete linhas, que integra o processo, mostra que este era o nome-código de uma conta de dólares de Sarney. As anotações foram feitas em junho de 2001. O banqueiro Edemar Cid Ferreira, dono do Banco Santos, é amigo de Sarney. Segundo a revista, eles estiveram em Veneza, em junho de 2001, visitando a Bienal de Artes da cidade. Na volta, o banqueiro fez em seu computador registros financeiros da viagem. Nas anotações está a entrega de US$ 10 mil em Veneza a "JS".

21. PF investiga obra em Macapá - Também deu na Folha em julho: "A Polícia Federal abriu inquérito no dia 17 de junho para investigar a ampliação do aeroporto internacional de Macapá (AP). Essa é a principal obra pela qual o presidente do Senado, José Sarney, trabalhou para viabilizar na capital do Estado que o elegeu. A PF quer averiguar irregularidades detectadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A ampliação parou após o tribunal descobrir problemas no contrato e na execução, entre eles, um sobrepreço de pelo menos R$ 17 milhões".

22. ‘Grampos’ ligam Sarney a Agaciel e atos secretos - Em 22 de julho, o Estadão divulgou os conteúdos dos "grampos" da PF que motivariam a censura ao jornal pela Justiça, a pedido de Fernando Sarney. A seqüência de diálogos revelou a prática de nepotismo explícito pela família Sarney no Senado e amarrou o presidente da Casa, José Sarney, ao ex-diretor-geral Agaciel Maia na prestação de favores concedidos por meio de atos secretos. Em uma das conversas, o empresário Fernando Sarney, filho do parlamentar, diz à filha, Maria Beatriz Brandão Cavalcanti Sarney, a "Bia", que mandou Agaciel reservar uma vaga para o namorado dela, Henrique Dias Bernardes. Em conversa com Fernando, o senador pergunta, sobre o assunto: "Já falou com Agaciel?" Recebe uma resposta afirmativa e promete interceder. "Tá bom. Eu vou falar com ele."

23. ‘Grampo’ liga Sarney a Zuleido Veras - A Folha e o Estadão também deram, em julho: "Em diálogos, captados pela Polícia Federal com autorização judicial, o empreiteiro Zuleido Veras diz que não faltaria dinheiro para um empreendimento em Macapá porque é obra de Sarney. Numa outra conversa, em Brasília, Zuleido diz que já estava chegando à casa do senador. Dono da construtora Gautama, Zuleido foi o principal alvo da Operação Navalha, deflagrada em abril de 2007 para investigar fraudes em licitações de obras públicas. Ele foi preso ao lado de executivos e lobistas da empreiteira, indiciado por formação de quadrilha, corrupção e tráfico de influência e denunciado pelo Ministério Público".

24. Família Sarney interfere na agenda de Lobão - A Folha mostrou ao país em 11 de outubro: conversas interceptadas pela Polícia Federal mostram que o filho mais velho de Sarney, Fernando, e um apadrinhado antigo de José Sarney, Silas Rondeau, têm livre acesso ao ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e a seu gabinete. Nesses diálogos, eles ditam compromissos para Lobão ou para seus assessores e secretárias, marcam e cancelam reuniões do ministro sem avisá-lo previamente, orientam Lobão sobre o que dizer a empresários que irá receber, falam de nomeações no governo e discutem contratos que acabariam assinados pelo ministério. Nas conversas, Lobão, Rondeau e Fernando se tratam quase sempre por apelidos. O ministro é chamado de "Magro Velho". Rondeau é o "Baixinho". Fernando é chamado de "Bomba", "Bombinha" ou "Madre", e José Sarney é chamado de "Madre Superiora".

25. ‘Ataque’ ao setor elétrico - Gravações da Polícia Federal, no bojo da Operação Boi Barrica, mostram que o presidente do Senado, José Sarney, não estava alheio às investidas do filho mais velho, Fernando, sobre órgãos públicos do setor elétrico - ações que, para os policiais, configuram crime de tráfico de influência. Numa conversa, o senador orientou Fernando a arrumar emprego para aliados no comando da Eletrobrás, estatal ligada ao Ministério de Minas e Energia. Noutro diálogo, o filho do senador avisou que, feitas essas nomeações indicadas pelo pai, ele iria "atacar" os apadrinhados, com o objetivo de liberar verbas de patrocínio a entidades privadas ligadas à família - o que de fato aconteceu.
 
https://www.clickpb.com.br/politica/jose-sarney-protagonizou-25-escandalos-em-2009-65664.html

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