by Gabriel Novis
Estreia
Fui convidado pela direção de jornalismo da TV Mato Grosso para a estreia do Programa Conexão 27. Aceitei com satisfação a incumbência, pois teria minutos importantes em um programa sem censura para discutir, principalmente, problemas da minha cidade.
Três experientes jornalistas me sabatinaram. Nada foi combinado. Só soube que o tema central seria saúde pública, quando o âncora do programa me fez a primeira pergunta:
- Qual o seu diagnóstico sobre a nossa saúde pública?
- Não precisa ser médico, nem possuir curso de pós-graduação para fazer esse diagnóstico. – falei. – Basta perguntar ao povo dos bairros periféricos e aos humildes, que eles, sem nenhum pudor, farão um diagnóstico brilhante e real desta situação.
O segundo jornalista, pegando o caldo da resposta, queria saber o papel do médico frente a esta doença social que atinge a todos.
- Médico não cura. – falei incisivo. – Na saúde pública ele não decide e, sem decisão, não passa de uma triste figura decorativa.
O último entrevistador, com certeza frustrado com as duas primeiras respostas, perguntou-me:
- Afinal, quem poderia tentar resolver essa verdadeira covardia nacional que é não dar assistência aos seus pacientes?
- Quem decide, e quem tem esse poder aqui no Brasil, é o governo. Técnico não decide, sugere soluções. O político decide.
Explico: se temos condições de sediar uma Copa do Mundo em Cuiabá, por que não temos condições de resolver o gravíssimo problema da nossa saúde pública?
A Copa do Mundo, que é o maior evento futebolístico mundial, está chegando aqui por uma decisão política dos nossos governantes.
Mesmo com um Estado falido, totalmente desprovido de obras essenciais, com um precário sistema social – relacionado principalmente à saúde pública, segurança, educação – e projetos de ações sociais -, a opção do governo foi pelo novo campo de futebol e pelo puxadinho do aeroporto.
Em escala menor o grande programa de infraestrutura, com a permanente operação tapa buracos, pintura em azul do meio fio e a frustração pela ausência dos prometidos recursos federais para as obras, batizadas de legado da Copa 2014.
Parece que não gozamos de bom conceito junto à presidente da República. Afinal, ela perdeu nos dois turnos as eleições aqui, e o seu partido foi dizimado.
No governo as decisões são sempre políticas. Lembro aos que sofrem com a falta de recursos para a saúde pública que, por ordem do Planalto, após onze anos de agonia, entenda-se, tramitação no Congresso Nacional, veio a falecer a famosa PEC 29 – que era uma emenda constitucional com o objetivo de aumentar os recursos federais para a saúde pública.
Para a Copa do Mundo irão mexer, mais uma vez, na nossa remendada Constituição Federal para permitir a venda de bebida alcoólica durante os jogos da FIFA. O Brasil se dobrando, às pressas, para se enquadrar na lei da FIFA.
A entrevista passou tão rápida que não tivemos tempo de aprofundar a discussão de tantos problemas sociais que dominam Cuiabá. E não poderia ser de outra forma, pois esta discussão é interminável.
Está de parabéns a cidade de Cuiabá e sua Baixada! Ganharam um belo presente de aniversário adiantado.
Uma emissora que trabalha com o objetivo maior de zelar pela liberdade da nossa gente – com sua independência e vigilância constante.
Estreia
Fui convidado pela direção de jornalismo da TV Mato Grosso para a estreia do Programa Conexão 27. Aceitei com satisfação a incumbência, pois teria minutos importantes em um programa sem censura para discutir, principalmente, problemas da minha cidade.
Três experientes jornalistas me sabatinaram. Nada foi combinado. Só soube que o tema central seria saúde pública, quando o âncora do programa me fez a primeira pergunta:
- Qual o seu diagnóstico sobre a nossa saúde pública?
- Não precisa ser médico, nem possuir curso de pós-graduação para fazer esse diagnóstico. – falei. – Basta perguntar ao povo dos bairros periféricos e aos humildes, que eles, sem nenhum pudor, farão um diagnóstico brilhante e real desta situação.
O segundo jornalista, pegando o caldo da resposta, queria saber o papel do médico frente a esta doença social que atinge a todos.
- Médico não cura. – falei incisivo. – Na saúde pública ele não decide e, sem decisão, não passa de uma triste figura decorativa.
O último entrevistador, com certeza frustrado com as duas primeiras respostas, perguntou-me:
- Afinal, quem poderia tentar resolver essa verdadeira covardia nacional que é não dar assistência aos seus pacientes?
- Quem decide, e quem tem esse poder aqui no Brasil, é o governo. Técnico não decide, sugere soluções. O político decide.
Explico: se temos condições de sediar uma Copa do Mundo em Cuiabá, por que não temos condições de resolver o gravíssimo problema da nossa saúde pública?
A Copa do Mundo, que é o maior evento futebolístico mundial, está chegando aqui por uma decisão política dos nossos governantes.
Mesmo com um Estado falido, totalmente desprovido de obras essenciais, com um precário sistema social – relacionado principalmente à saúde pública, segurança, educação – e projetos de ações sociais -, a opção do governo foi pelo novo campo de futebol e pelo puxadinho do aeroporto.
Em escala menor o grande programa de infraestrutura, com a permanente operação tapa buracos, pintura em azul do meio fio e a frustração pela ausência dos prometidos recursos federais para as obras, batizadas de legado da Copa 2014.
Parece que não gozamos de bom conceito junto à presidente da República. Afinal, ela perdeu nos dois turnos as eleições aqui, e o seu partido foi dizimado.
No governo as decisões são sempre políticas. Lembro aos que sofrem com a falta de recursos para a saúde pública que, por ordem do Planalto, após onze anos de agonia, entenda-se, tramitação no Congresso Nacional, veio a falecer a famosa PEC 29 – que era uma emenda constitucional com o objetivo de aumentar os recursos federais para a saúde pública.
Para a Copa do Mundo irão mexer, mais uma vez, na nossa remendada Constituição Federal para permitir a venda de bebida alcoólica durante os jogos da FIFA. O Brasil se dobrando, às pressas, para se enquadrar na lei da FIFA.
A entrevista passou tão rápida que não tivemos tempo de aprofundar a discussão de tantos problemas sociais que dominam Cuiabá. E não poderia ser de outra forma, pois esta discussão é interminável.
Está de parabéns a cidade de Cuiabá e sua Baixada! Ganharam um belo presente de aniversário adiantado.
Uma emissora que trabalha com o objetivo maior de zelar pela liberdade da nossa gente – com sua independência e vigilância constante.
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