sábado, 10 de abril de 2021

Alvaro Dias diz que só usa cota para passagem, mas não é verdade


Por Judite Cypreste e Ana Rita Cunha

31 de julho de 2018, 21h40


O pré-candidato à Presidência pelo Podemos, Alvaro Dias (PR), omitiu gastos parlamentares com combustível e correios ao comentar sobre as despesas do seu mandato no Senado durante entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (30). O político também usou dados imprecisos sobre rejeição dos adversários na corrida presidencial e comentou o envolvimento de seu suplente no Senado Joel Malucelli em escândalos de corrupção.

Veja abaixo o que checamos.

FALSO


Veja por exemplo os meus gastos deste ano, de tudo, passagem, gabinete, tudo. (...) A única coisa que eu uso do gabinete é a cota de passagem.

No Senado, Alvaro Dias usufruiu, neste ano, de R$ 11.766,44 de sua cota para exercício da atividade parlamentar para gastos com passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais. No entanto, ao contrário do que foi dito por Dias, foram feitos pelo gabinete outros gastos estruturais, como, por exemplo, o valor de R$ 14.788,01 em correspondência e o de R$ 3.494,12 em outros materiais. Por conta disso, a afirmação dita pelo candidato de gastos apenas com passagens é FALSA.

A Ceap (Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar dos Senadores) é formada a partir do somatório da verba de transportes aéreos e da verba indenizatória e possui valores diferentes de acordo com cada estado. A VTA (Verba de Transporte Aéreo) é equivalente a cinco trechos, ida e volta, da capital do Estado de origem do senador ou senadora a Brasília, e varia de acordo com o preço médio das passagens de cada Estado. Para o Paraná, Estado que elegeu o senador, o valor é de R$ 17.586,60. Ao todo, a cota tem o valor mensal de R$ 32.586,60.

Por mês, o senador tem direito ao gasto de R$ 25.066,80 em correspondência, cuja quantia pode acumular para o mês seguinte caso não seja utilizada. Além disso, Alvaro Dias também fez uso de benefício para a compra do que aparece especificado no portal do Senado como “outros materiais”. Na lista, figura, por exemplo, a aquisição de 18 quilos de café no mês de maio.


Alvaro Dias falou de seus gastos quando questionado a respeito do episódio em que utilizou a cota parlamentar para a compra de passagens aéreas para a cidade de Montevidéu, no Uruguai, para seu filho. O episódio ocorreu em 2008 e outras três pessoas também foram beneficiadas, desta vez com passagens para Buenos Aires, na Argentina.

Ao jornal Gazeta do Povo, Alvaro Dias disse que, na ocasião da viagem de seu filho, pediu para o seus funcionários de gabinete providenciarem a passagem, pois no momento não poderia fazer, ele próprio, o mesmo. Afirmou também que em algumas ocasiões usa o próprio cartão de crédito para o custeio de atividades parlamentares.

VERDADEIRO


... não moro em apartamento funcional, não uso auxílio-moradia.

Neste ano, o pré-candidato ainda não usufruiu de nenhum imóvel funcional e nem do auxílio moradia, conforme consta do site do Senado. Por isso, a afirmação do candidato é VERDADEIRA.

Os imóveis funcionais são, de acordo com ato do Senado Federal, apartamentos para a moradia de senadores. Os parlamentares que não fazem uso do benefício podem optar pelo auxílio moradia no valor mensal de R$ 5.500,00. O benefício, no entanto, só será pago após a apresentação de recibos de aluguel ou notas fiscais de serviços de hotelaria.

É importante ressaltar, no entanto, que de 2008 até 2012 o Senado não disponibiliza informações sobre o uso dos respectivos benefícios pelo candidato.

Em outra checagem realizada pelo Aos Fatos, o senador havia dito que — nunca — havia utilizado os benefícios relativos à moradia, o que foi classificado como INSUSTENTÁVEL exatamente por não haver informações disponíveis e nem respostas do candidato com os dados faltantes.

IMPRECISO


Todos os meus concorrentes (...) têm uma rejeição de 50%, 60%.

Das três pesquisas dos últimos dois meses que apresentavam dados de rejeição dos candidatos à Presidência, duas delas, a pesquisa de 7 de junho do Datafolha e a pesquisa encomendada pela CNI ao Ibope de 24 de junho mostraram percentuais de rejeição dos adversários eleitorais de Alvaro Dias menores do que o mencionado pelo pré-candidato — entre 20% e 40%. A pesquisa do Ipespe, encomendada pela XP Investimentos, de 25 de julho apresenta níveis de rejeição próximos ao mencionado pelo senador. Como não há um consenso entre as pesquisas sobre o percentual de rejeição dos adversários de Alvaro Dias na corrida presidencial e o político não especificou a qual pesquisa referia-se, a declaração foi considerada IMPRECISA.

Analisando as pesquisa eleitorais divulgadas nos últimos dois meses, apenas as dos institutos Datafolha, Ibope e Ipespe apresentaram dados sobre a rejeição dos candidatos à Presidência, de acordo com o banco de pesquisas do site Poder 360 em parceria com o Volt Data Lab.

As três pesquisas com os dados de rejeição dos candidatos têm metodologias diferentes. O Datafolha e o Ibope usam entrevistas presenciais, enquanto o Ipespe usa entrevistas por telefone. A amostra de entrevistas do Ipespe (1.000 entrevistas) é menor do que a do IBOPE (2.000) e Datafolha (2.824). Outra distinção é que a amostra do Ipespe tem uma presença menor de pessoas de baixa renda. Enquanto no Ibope 55% dos entrevistados ganham até dois salários mínimos, no Datafolha, esse percentual é de 46%. No Ipespe, de 37%.

Na pesquisa do Datafolha que coletou entrevistas entre 6 e 7 de junho, nos cenários que incluíam Luiz Inácio Lula da Silva como candidato do PT, estavam na frente do senador paranaense: Lula, Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB). No cenário com Fernando Haddad como candidato do PT, estavam na frente de Alvaro Dias: Bolsonaro, Marina, Ciro e Alckmin. A taxa de rejeição do senador nesta pesquisa foi de 12%, menor do que a dos adversários à frente nas intenções de voto: Lula (36%), Bolsonaro (32%), Alckmin (27%), Marina (24%) e Ciro (23%). A margem de erro estimada da pesquisa é de dois pontos percentuais.

Na pesquisa do Ibope que coletou entrevistas entre 21 e 24 de junho, nos cenários que incluíam Lula como candidato do PT, estavam na frente de Alvaro Dias: Lula, Bolsonaro, Marina, Ciro e Alckmin. No cenário com Haddad ou com Jaques Wagner como candidato do PT, estavam na frente de Dias: Bolsonaro, Marina, Ciro e Alckmin. A taxa de rejeição do senador nesta pesquisa foi de 9%, menor do que a dos adversários à frente nas intenções de voto: Bolsonaro (32%), Lula (31%), Alckmin (22%), Marina (18%) e Ciro (18%). A margem de erro estimada da pesquisa é de dois pontos percentuais.

Na pesquisa do Ipespe que coletou entrevistas entre 23 e 25 de julho, nos cenários que incluíam Lula como candidato do PT, estavam na frente de Alvaro Dias: Lula, Bolsonaro, Alckmin, Ciro e Marina. No cenário com Haddad como candidato do PT, estavam na frente de Alvaro Dias: Bolsonaro, Marina, Ciro e Alckmin. A taxa de rejeição de Alvaro Dias nessa pesquisa foi de 48%, ligeiramente menor do que a dos adversários à frente nas intenções de voto: Lula (60%), Ciro (59%), Marina e Alckmin (58%) e Bolsonaro (55%). A margem de erro estimada da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais.

VERDADEIRO


Ele [Joel Malucelli] não está sendo investigado, a empresa está sendo investigada.

O primeiro suplente de Alvaro Dias é Joel Malucelli, empresário dono do Grupo J.Malucelli e principal financiador da campanha do senador em 2014. O nome de Joel Malucelli não consta como investigado em qualquer processo da Lava Jato nem da Greenfield, operações em que Malucelli ou empresas do seu grupo empresarial foram mencionados, portanto a declaração de Alvaro Dias é VERDADEIRA.

Essa não é primeira vez que o político é cobrado a dar explicações sobre o suplente, cuja empresa é citada em escândalos de corrupção. Em abril, Aos Fatos checou uma declaração semelhante de Alvaro Dias.

A J. Malucelli Construtora de Obras e a J. Malucelli Energia, empresas do grupo de Joel Malucelli, foram alvo de mandados de busca e apreensão da 49° fase da Operação Lava Jato. Segundo o Ministério Público Federal do Paraná, essas empresas, junto com Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, integrantes do consórcio Norte Energia, pagaram propina para vencer o leilão de concessão da usina hidrelétrica Belo Monte.

Apesar de não estar no rol de investigados, Joel Malucelli ainda era presidente do grupo J.Malucelli quando aconteceu o leilão de Belo Monte, em abril de 2010. Os executivos da J. Malucelli, Celso Jacomel Junior e Theophilo Garcez foram apontados nas delações premiadas como os representantes do grupo empresarial que participavam das negociações de propina, segundo o Ministério Público.

Ainda de acordo com o Ministério Público, as empresas do consórcio efetuaram pagamentos de propina para o MDB (45%), PT (45%) e para Antônio Delfim Netto (10%). A propina correspondia a 1% do valor do contrato e seus aditivos. Os procuradores estimam que tenham sido pagos R$ 15 milhões em propina, sendo R$ 300 mil desembolsados pelo grupo J, Malucelli, que tem 2% na Norte Energia.

Joel Malucelli também foi citado na delação premiada do ex-superintendente de Fundos de Investimentos da Caixa Econômica Federal, Roberto Carlos Madoglio, firmada com procuradores da operação Greenfield, que investigam desvios de dinheiro no banco estatal. De acordo com o delator, durante uma reunião com Joel Malucelli e Alexandre Malucelli, atual presidente do grupo J Malucelli e filho de Joel, foi combinado o pagamento de R$ 500 mil em propina para que a empresa do grupo no setor de energia recebesse aporte de R$ 330 milhões do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).

Tanto o grupo J. Malucelli, quanto Joel Malucelli em notas à veículos de imprensa negaram envolvimento com esquemas de corrupção.
De acordo com os dados de campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Joel Malucelli foi o maior doador da campanha ao senado de Alvaro Dias. Ele doou R$ 745.566 como pessoa física, 25% do total arrecadado pelo senador. Além disso a J.Malucelli Equipamentos, empresa do grupo de Joel Malucelli, doou separadamente R$ 511.211.

Outro lado. A reportagem entrou em contato com a assessoria do pré-candidato Alvaro Dias para que ele pudesse comentar as checagens. Até a última atualização desta reportagem, no entanto, não havia recebido retorno.

https://www.aosfatos.org/noticias/alvaro-dias-diz-que-so-usa-cota-para-passagem-mas-nao-e-verdade/

2017 - Renan Calheiros é denunciado por integrar organização criminosa Leia também a defesa de Renan Calheiros contra denúncia por Organização Criminosa




Foto: Agência Senado

Senador Renan CalheirosOs senadores Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), Edison Lobão (MA), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA) e o ex-presidente da República, José Sarney (AP) e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (CE) foram denunciados nesta sexta-feira, 08, de integrar organização criminosa.

Segundo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que ofereceu denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) o grupo de políticos recebeu R$ 864 milhões de propina. O grupo, conhecido como “quadrilhão do PMDB” teria gerado um prejuízo de R$ 5,5 bilhões à Petrobras e R$ 113 milhões à Transpetro.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) entregou nesta quinta-feira (26/10) sua defesa contra a acusação de participar de organização criminosa. De acordo com a peça, assinada pelo advogado Luís Henrique Machado, a Procuradoria-Geral da República acusa o senador por fatos ocorridos desde 2002, quando a lei que tipificou o crime de organização criminosa sequer existia. Nos casos posteriores à lei, diz a defesa, a acusação não apontou os elementos básicos que definem o crime, como estruturação ordenada e divisão de tarefas.

Acusação não apresenta qualquer indício de organização e divisão de tarefas para acusar Renan de organização criminosa, diz defesa entregue ao Supremo.

Renan é acusado de, junto com os senadores Romero Jucá (RR), Edison Lobão (MA), Jader Barbalho (PA) e Valdir Raupp, todos do PMDB, receber propina de R$ 864,5 milhões de fornecedores da Petrobras e da Transpetro. Também são acusados o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e o ex-senador pelo PSDB e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

De acordo com a PGR, eles receberam propina para manter em funcionamento um cartel de construtoras que têm contratos de fornecimento às estatais. A denúncia, assinada pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot, afirma que o PMDB do Senado se transformou numa organização criminosa para arrecadar dinheiro para o partido e para seus integrantes. A acusação se baseia nas gravações entregues por Sérgio Machado à Procuradoria.

Mas, segundo a defesa de Renan, a maioria dos fatos apontados como criminosos aconteceram antes de 2013, quando foi editada a Lei das Organizações Criminosas. E a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já é pacífica em estabelecer que só podem ser enquadrados nesse crime fatos cometidos depois da edição da lei. Fatos pretéritos devem ser classificados como quadrilha ou bando. Por isso, Luís Henrique Machado pede a absolvição sumária de Renan Calheiros, ou a rejeição da denúncia em relação a ele.

A PGR acusa os senadores de “crime permanente”, que teriam sido cometidos de maneira continuada. Mas, diz a defesa de Renan, isso não autoriza a acusação a se reportar a fatos anteriores à edição da lei que criou o crime e alegar a continuidade delitiva sem provar que as infrações foram cometidas a partir de 2013.

De todo modo, segundo a petição, a denúncia foi oferecida “sem se preocupar em demonstrar minimamente a associação estruturada e a divisão de tarefas entre os denunciados, tentando persuadir o tribunal afirmando que existia uma empresa criminosa em atividade desde 2002”.

Luís Henrique Machado analisa que esse tipo de denúncia já vem formando um padrão de trabalho. "Quando eu assumi a defesa do senador, havia um passivo de 18 inquéritos", conta. Hoje, há denúncias rejeitadas e inquéritos trancados por decisão do Supremo Tribunal Federal, além de investigações encerradas a pedido da própria PGR. "Com a paciência e trabalho, vamos eliminar, uma a uma, as acusações."


Clique aqui para ler a petição.
INQ 4.326




A data do evento de despedida do príncipe Philip, ainda não foi anunciada, mas segundo a imprensa do Reino Unido, o marido da rainha Elizabeth será sepultado nos Jardins de Frogmore, também em Windsor, onde ele e a monarca passaram a quarentena passaram a quarentena antes de serem vacinados contra a Covid-19.


Thamirys Andrade - 10/04/2021 16h10
Duque de Edimburgo completaria 100 anos em junho Foto: EFE/EPA

O príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, faleceu apenas dois meses antes de completar 100 anos. O duque de Edimburgo fez um último pedido à família, segundo relatam fontes próximas a família real ao The New York Post.

– Ele queria morrer em casa, na sua própria cama – disseram ao periódico.


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Philip faleceu no Castelo de Windsor na manhã desta sexta-feira (9). A causa da morte ainda não foi confirmada, mas o duque havia enfrentado alguns problemas de saúde nos últimos meses.

De acordo com as fontes, outro desejo do príncipe era ter um velório militar intimista, em cerimônia privada.

A data do evento de despedida ainda não foi anunciada, mas segundo a imprensa do Reino Unido, o marido da rainha Elizabeth será sepultado nos Jardins de Frogmore, também em Windsor, onde ele e a monarca passaram a quarentena passaram a quarentena antes de serem vacinados contra a Covid-19.

RS: Pacientes com covid há mais de 21 dias na UTI têm morte assistida

Denúncia aponta ainda que pessoas há mais de 7 dias esperando por leito e idosos com comorbidades vão ao final da fila de espera

  • CIDADES Guilherme Padin, do R7

Hospital da Restinga, em Porto Alegre, teve supelotação de leitos de UTI para covid

Hospital da Restinga, em Porto Alegre, teve supelotação de leitos de UTI para covid

EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO - 19.03.2021

Pacientes com covid-19 internados há mais de 21 dias em UTIs do Rio Grande do Sul estão passando pelo processo de morte assistida. Aqueles há mais de sete dias em postos de saúde, UPA ou emergência estão sendo realocados no final da fila por vagas em UTI para tratamento da doença - a regra vale também para quem tem mais de 60 anos e comorbidades. A denúncia é do vereador Leonel Radde (PT), de Porto Alegre (RS).

A superlotação levou os hospitais gaúchos a seguirem esta recomendação, o que causaria uma falsa sensação de redução nas internações, mas, segundo a denúncia, só está aumentando o número de mortes.

Profissionais de saúde que denunciaram as medidas ao vereador e explicaram a situação à reportagem ao R7. Um médico afirma que já havia a suspeita de que o manejo dos pacientes estivesse funcionando desta forma há dias, e que a confirmou neste domingo com profissionais que trabalham na regulação.

“Pacientes com mais de 60 anos e comorbidades, independentemente da gravidade, vão ao fim da fila, assim como os pacientes graves que esperam sete dias ou mais em emergência UPA, pronto atendimento ou posto de saúde”, disse ele em anonimato, confirmando os relatos publicados pelo vereador em sua rede social.

A ortotanásia é quando há a morte natural, sem interferência da ciência, em que se permite a evolução e percurso da doença. A prática vem sendo adotada com pacientes que chegam a 21 dias em UTIs, segundo o denunciante.

Os médicos estariam sendo orientados a deixarem a doença evoluir sem novos procedimentos depois das três semanas, o que aumenta significativamente as chances de morte. Para o médico, a decisão é grave porque são comuns os casos de pessoas que passam deste período internadas e sobrevivem. “Já tivemos pacientes de três meses na UTI que sobreviveram”, comenta.

Em nota, a secretaria defende que os critérios para priorização de pacientes são técnicos, e que não há definição de prioridade por faixa etária, mas somente por comorbidades. A pasta não negou a prática da morte assistida aos pacientes com covid-19 após 21 dias ou mais de UTI.

O intuito das orientações relatadas na denúncia, segundo afirma Leonel Radde e corroborado pelo médico, seria reduzir a superlotação de leitos. No entanto, a medida não necessariamente significa uma baixa nas mortes pela doença. O índice de mortalidade no estado, segundo eles, é um indicativo disso.

Atualmente, a taxa de mortalidade por covid-19 a cada 100 mil habitantes no Rio Grande do Sul (148,3) é superior à da média brasileira (139,9), segundo dados do Ministério da Saúde.

Profissionais de outras especialidades tratam covid

A denúncia de Leonel Radde aponta para outro problema no combate à pandemia no Rio Grande do Sul: médicos de outras especialidades estão atendendo pacientes com covid-19. “Não há mais profissionais capacitados para trabalharem nas UTIs/COVID, mesmo com os leitos disponíveis”, escreveu o vereador.

O denunciante ouvido pelo R7 também confirmou a escassez de médicos especializados para covid-19: “Estamos com profissionais recém-formados ou de outras especialidades trabalhando na UTI. Então é óbvio que os óbitos vão aumentar”.

Também sob anonimato, uma profissional contou que, no Hospital de Pronto Socorro, em Porto Alegre, que recentemente teve dois andares terceirizados para o grupo Vila Nova, há médicos recém-formados trabalhando na UTI covid e na enfermaria do quarto andar.

“São profissionais de primeiro emprego, não estão habilitados para isso e, pela questão da experiência, por não saberem manejar os pacientes, há mais pessoas morrendo no local do que o normal”, disse.

Posicionamento

A reportagem do R7 solicitou uma nota à secretaria de saúde do estado do Rio Grande do Sul a respeito dos relatos publicados por Leonel Radde e confirmado pelos profissionais de saúde.

Em resposta, a pasta enviou a seguinte nota:

O Departamento de Regulação Estadual do RS e as Centrais de Regulação dos municípios seguem um protocolo técnico, debatido entre as equipes e que serve de embasamento para as decisões dos médicos reguladores. 

O critério de classificação dos pacientes que necessitam de transferencia para leito clínico ou leito de UTI é iminentemente técnico, e são definidos pelos médicos reguladores da Central de Regulação Hospitalar e Central do Samu e não existe orientação de critério de faixa etária isoladamente. Em situações de epidemia e de stress máximo do Sistema Hospitalar, um dos critérios médicos aceitos internacionalmente é o de priorização de pacientes com ausência de comorbidades, e que tenham maiores possibilidades de se beneficiar de algum recurso médico ou hospitalar designado.

Por exemplo, pacientes com doença terminal, ou graves sequelas neurológicas ou estado demencial irreversível, não são considerados prioritários. Mas o intuito da classificação é o de prioridade e não de exclusão. Nossos critérios são técnicos, definidos pela equipe para subsidiar a decisão do médico regulador, e são totalmente dependentes da avaliação individualizada do caso.

https://noticias.r7.com/cidades/rs-pacientes-com-covid-ha-mais-de-21-dias-na-uti-tem-morte-assistida-22032021

sexta-feira, 9 de abril de 2021

'Clube do Carimbo': Grupo que transmitia HIV intencionalmente é alvo de operação


Segundo MP de São Paulo, participantes da associação criminosa se organizavam por meio das redes sociais
O Globo
07/04/2021 - 12:54 / Atualizado em 07/04/2021 - 13:30
'Clube do Carimbo' é alvo de operação do Ministério Público de São Paulo Foto: Reprodução
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SÃO PAULO — Um grupo de pessoas que transmitia intencionalmente o vírus da Aids foi alvo de uma operação do Ministério Público de São Paulo nesta quarta-feira. Segundo o MPSP, os participantes se organizavam por meio de uma rede social e se autodenominavam "Clube do Carimbo".

Chamada de operação antivírus, a ação cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na capital paulista, na Grande São Paulo, no interior do estado, e em cidades do Rio de Janeiro.

A investigação sobre o caso surgiu há alguns meses. Segundo os investigadores, o grupo é composto de pessoas de todo o país. Nesta primeira fase da operação, o objetivo é encontrar mais provas e identificar outros integrantes da associação criminosa.

Além da atuação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), participaram da operação policiais militares do BAEP e promotores de Justiça do Gaeco das regiões de Bauru, São José do Rio Preto, Franca, Ribeirão Preto, Vale do Paraíba, ABC e capital, além de policiais militares e promotores de Justiça do Gaeco do Rio. Os suspeitos serão interrogados e os objetos apreendidos submetidos à perícia.

terça-feira, 6 de abril de 2021

Em um de seus delírios (quem pode, phode...) Barroso diz que Venezuela é “tirania de direita"

“Você acha que a Venezuela é conservadora? Certamente eu acho, desde o tempo de Chávez”, comentou o presidente do TSE

Da RedaçãoPublicado em 15/02/2021 às 12:53Atualizado há 2 meses

Durante entrevista concedida ao historiador Marco Antonio Villa, realizada neste sábado, 13, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou que o governo venezuelano é uma ditadura de direita, “camuflada” com discursos de esquerda.

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O também ministro do Supremo Tribunal Federal garante que os regimes de Hugo Chávez e de Nicolás Maduro são orientados pelo conservadorismo. “Você acha que a Venezuela é conservadora? Certamente eu acho, desde o tempo de Chávez. Para mim, aquilo sempre foi uma tirania de direita, com um discurso disfarçado”, declarou Barroso.

https://costanorte.com.br/tvcultura/jornaldapraia/not%C3%ADcias/barroso-diz-que-venezuela-%C3%A9-tirania-de-direita-1.276287

2016: Barroso: “Modelo do Brasil não é capitalismo, é socialismo para os ricos”

Ministro do STF nega que políticos influenciem Corte e critica sistema de financiamento eleitoral
Ministro do STF Roberto BarrosoNELSON JR / STF


Fonte: ElPaís

Nesta segunda-feira, quando mais um vazamento de conversa entre políticos de alto escalão
 levantou suspeitas de tráfico de influência Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Corte
 Luís Roberto Barroso afirmou que ninguém tem poder para obstruir a Operação Lava Jato
no tribunal. Desta vez, foi Romero Jucá quem disse ter conversado com ministros do STF e 
sugeriu até incluir o Supremo em um suposto acordo para deter as investigações, de acordo com
 áudios publicado pela Folha de S. Paulo.


"É impensável que qualquer pessoa, individualmente, tenha acesso ao Supremo. Para pedir 
audiência, todos têm acesso. Recebo todos que me pedem. Mas, acesso para intervir?
afirmou o ministro Barroso, nesta manhã durante um seminário em São Paulo promovido pela revista 
Veja. Barroso, contudo, não quis se posicionar diretamente sobre a conversa vazada de Jucá, que o
 acabaria obrigando a deixar o cargo de ministro do Planejamento de Michel Temer .

No mesmo evento, o juiz federal Sergio Moro, responsável pelo caso Lava Jato na primeira instância, 
defendeu que "assuntos pertinentes à Justiça não devem sofrer interferência do Governo". Para ele, a 
Lava Jato não perdeu o ímpeto e as investigações mantém o curso normal de todo processo. 
"A Operação Lava Jato não é um seriado. Claro que a parte mais visível está nos mandados de busca e
 apreensão, mas existe todo um trabalho de investigação, de audiências. Esse trabalho persiste", afirmou.

O vazamento da conversa entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sergio Marchado não é o primeiro 
caso ligado à Lava Jato que envolve o Supremo. Em novembro passado foi a vez do delator e senador
 cassado Delcídio Amaral (PT-MS) protagonizar um escândalo envolvendo suposto tráfico de influência 
política no Supremo Tribunal Federal. Em conversa vazada por Bernardo Cerveró, filho do ex-dirigente 
da Petrobras, Nestor Ceveró, Delcídio teria prometido influenciar ministros do STF na soltura de Nestor
 Ceveró da prisão. O caso mais recente foi a divulgação de conversas telefônicas entre o ex-presidente
  Luiz Inácio Lula da Silva e o então ministro da Casa Civil Jaques Wagner, em março deste ano. 
O diálogo sugere que o Planalto teria tentado pressionar a ministra Rosa Weber para tirar as investigações
 de Lula das mãos de Moro.

A diferença, desta vez, é que o protagonista do escândalo de tráfico de influência é um político do PMDB
, e não do PT.

Corrupção e "socialismo dos ricos"

"Não existe corrupção do PT, do PSDB, do PMDB. O que existe é corrupção e uma das grandes 
causas está associada ao sistema eleitoral, aos mecanismos de financiamento de campanha",
 declarou Barroso no evento. Segundo o ministro, a relação de interdependência entre o Estado e o setor 
privado gera um ambiente de "troca de favores" danoso para a política e para a economia brasileira.
 "Tudo depende do Estado, das suas bênçãos, do seu apoio e financiamento. Todos os subprodutos 
negativos advêm como burocracia, troca de favores e corrupção pura e simples. Vivemos um modelo de
 capitalismo que não gosta nem de risco nem de competição. Isso não é capitalismo, isso é socialismo
 para os ricos", ironizou.

Outra medida importante no combate à corrupção, na visão do ministro, é a mudança na jurisprudência 
do foro privilegiado. "A demora no julgamento dos casos leva à impunidade. Temos 369 inquéritos e 102
 ações contra parlamentares no STF. O prazo para recebimento de um processo como esse pelo Supremo
 é de quase dois anos", diz. Barroso defende a criação de uma vara especial em Brasília para tratar de
 foro privilegiado. "Seria um único juiz, para dar celeridade às decisões e aos julgamentos", justifica.

Bolsonaro representa a luta contra a corrupção e a expectativa de uma política de segurança eficaz. Ele apresentou suas ideias de forma mais clara.Bolsonaro representa uma forma de virar a mesa






09/11/2018 nº 2551Edições anteriores



FERNANDO GABEIRA, JORNALISTA E ESCRITOR
Camilla Maia / Agência O Globo




André Vargas
Edição 09/11/2018 - nº 2551


Observador da realidade brasileira desde 1979, quando voltou do exílio após a Anistia, o mineiro Fernando Gabeira, 77 anos, foi jornalista, ativista e político, voltando ao jornalismo após o fim de seu quarto mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro, em 2011. Desde 2013, ele apresenta um programa de reportagens que leva seu nome no canal GloboNews. Com passagens pelo Partido Verde (PV), que ajudou a fundar, e Partido dos Trabalhadores (PT), com o qual rompeu, Gabeira crê na reconstrução da esquerda brasileira e dos movimentos sociais sem as amarras petistas. Dono de uma lucidez crítica e desprovida de pudores ideológicos, ele falou sobre os acertos da campanha de Bolsonaro, as conexões de seu populismo com o de Donald Trump, o surgimento de uma nova direita via redes sociais, a relevância do jornalismo diante das fake news e o papel dos militares no novo governo.


O que você achou do resultado geral das eleições?
Não meu surpreendeu. Sua vitória afirmou três pontos. Primeiro, foi uma grande crítica ao sistema político. Bolsonaro representa uma forma de virar a mesa. Depois, uma possibilidade de luta contra a corrupção. E, finalmente, a expectativa de uma política de segurança eficaz. Embora, não necessariamente ele será capaz disso. Bolsonaro apenas apresentou essas ideias com mais ênfase e de forma mais clara para o entendimento popular.



Bolsonaro representa a luta contra a corrupção e a expectativa de uma política de segurança eficaz. Ele apresentou suas ideias de forma mais clara.

As eleições de Bolsonaro e de Trump foram parecidas?

Há pontos em comum. O principal é a utilização das redes sociais. A seguir, é a expectativa de alcançar o homem comum, colocando-o contra o que dizem ser o sistema. Ambos os políticos se mantêm distantes dos partidos políticos, apesar de Trump ter a força do partido Republicano por trás. Ambos também se mostram distantes da mídia, de especialistas, de técnicos e de intelectuais. Todavia, Bolsonaro fez uma campanha bem modesta. Trump não só tinha muito dinheiro arrecadado, como uma rede de televisão [Fox] grande e conservadora ao seu lado. Por isso, acho que a campanha do Bolsonaro foi mais difícil.

A democracia de coalizão que pautou a Nova República está exaurida?
Tanto que a proposta do vencedor é superá-la por meio da escolha de ministros que sejam técnicos, competentes e independentes de filiações partidárias. Será uma tentativa de superar o modelo anterior, o que é de difícil realização. O novo presidente terá que ser um pouco mais aberto, a ponto de entender que, se houver gente competente e honrada nos partidos para ocupar alguns postos no governo, ele terá que abrir espaço. Um governo não pode discriminar seus políticos. Seria algo extraordinário.


Como o senhor avalia o crescimento político dos evangélicos. Hoje daria para governar sem eles e sua agenda conservadora?
O campo que elegeu Bolsonaro é diversificado. Há os evangélicos e também jovens liberais que fazem apologia do estado mínimo, além de intelectuais e propagandistas de direita que surgiram na mídia e nas redes sociais nos últimos tempos. Os evangélicos sempre estiveram na política, só que agora encontraram um candidato que, além de professar o mesmo credo, parece disposto a aceitar uma série de reivindicações. Algumas podem ser problemáticas, como a ideia recente de transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém. Temos no Brasil uma grande harmonia entre as comunidades judaica e árabe, além de relações comerciais com países do Oriente Médio, grandes compradores de nossos produtos. Isso poderia nos prejudicar.

O futuro governador do Rio Wilson Witzel (PSC) fala em combate aberto contra o tráfico. Seria por aí?
É preciso distinguir o combate às drogas e o combate aos grupos armados que ocupam territorialmente certas áreas. Há táticas e problemas. Eu apoiei a intervenção federal na Segurança Pública do Rio. Achava que as polícias não tinham mais condições de rechaçar o crime. Parte por falta de equipamento, parte por corrupção, além de outros fatores. A intervenção trouxe alguns parâmetros, com regras de engajamento adotadas no Haiti. Porém, não foram desenvolvidas táticas para enfrentar esses grupos, que também podem ser encontrados no México, em El Salvador e até na Síria. Diante de quem utiliza a população como escudo é preciso políticas mais sofisticadas. Se as forças armadas atingem e matam moradores, acaba-se fomentando um apoio permanente da população ao tráfico.

A campanha eleitoral à Presidência tirou a relevância da cobertura jornalística tradicional?
Não creio, ainda que parte dos candidatos tenha falado diretamente com seus eleitores por meio das redes sociais. É preciso lembrar que grande parte dos temas que as redes discutiram nasceu da cobertura da mídia tradicional. As redes, por si, não podem dispensar a estrutura tradicional de apuração de notícias, pois é daí que tiram a matéria-prima com a qual trabalham e brigam.

O boicote do presidente eleito aos grandes veículos de imprensa é um tiro na democracia, uma maneira de se preservar ou a escolha de um adversário?
Quando ocorre uma situação de crise em que populistas entram em cena, eles tendem a apresentar o conjunto da imprensa, da política, da academia e da Justiça como partes de um sistema, fazendo com que tudo seja visto como um ataque contra a renovação. Creio que a referência que temos que analisar é o próprio Trump, que foi muito mais radical, acusando a imprensa de ser inimiga do povo. Já Bolsonaro falou que a “Folha de S.Paulo” tem que acabar e, em certos momentos, não fala com jornalistas de determinados veículos. Na comparação, os termos de Bolsonaro são mais brandos.

Qual o futuro do jornalismo em tempos de fake news?
Quase todas as grandes empresas jornalísticas tiveram que montar equipes para traduzir as fake news. É indispensável que a sociedade tenha notícias bem apuradas e verdadeiras para que as pessoas e as empresas tomem as decisões corretas. As estruturas profissionais de jornalismo gastam até 30% de seu esforço confirmando informações, algo que não existe na internet. É claro, porém, que existem pessoas nas redes que só acreditam no que querem acreditar. Daí não se pode fazer nada.

Bolsonaro disse ser apaixonado por você. Como assim?
Ele estava fazendo campanha. Antes, convivemos 16 anos na Câmara dos Deputados, atuando em campos diferentes, mas nunca tivemos um atrito. Sempre nos respeitamos e nos unimos quando o tema era corrupção.

Essa mentalidade militar que se apresenta nos postos do próximo governo oferece algum risco?
As Forças Armadas se transformaram nos últimos anos, por isso alguns de seus integrantes ao lado de Bolsonaro podem funcionar como elementos moderadores. A aventura autoritária foi decantada e hoje os militares integram o campo democrático, com uma leitura nova do mundo, sem a Guerra Fria. Muitos quadros militares fizeram assessoria parlamentar, adquirindo uma visão muito clara do que é o mundo político.

Após décadas de avanços sociais e políticos, lhe parece que parte dos brasileiros ficaram mais conservadores?
Essa tendência conservadora sempre existiu de modo latente. O que houve foi um fracasso ético da esquerda no poder, o que colocou, por extensão, em dúvida muitas de suas bandeiras. Outro fator foi o governo de esquerda encaminhar algumas medidas favoráveis às minorias, tentando avançar, sem a consulta permanente à população. Um exemplo é a educação sexual nas escolas. Muita gente prefere que isso seja feito dentro da família. A esquerda fez avanços, sim, mas que acabaram ofuscados pela corrupção, o que fortaleceu uma certa visão de impureza nas lutas sociais e identitárias. Outro ponto é o surgimento, ao largo da imprensa, de pensadores de direita, alguns deles jovens liberais, outros propagandistas religiosos, de redes sociais. O movimento Escola Sem Partido, por exemplo, representa uma reação à presença da esquerda no magistério. Todavia, não acredito que isso deva ser feito com repressão. Defendo a diversidade de opiniões nas escolas.

A violência contra as minorias pode aumentar?
A forma como o tema foi apresentado na campanha suscita tais atitudes. Às vezes, pode-se chegar à violência, como ocorreu pontualmente, em outras, podemos ficar naquele humor violento, como o das torcidas organizadas cantando: “Bolsonaro vem aí para matar viado”. Creio que passada a eleição, essas questões devem entrar em segundo plano, já que teremos discussões sobre Reforma da Previdência, economia, acertos políticos e segurança pública. Tudo isso envolverá o País.



No Brasil, haverá muita energia de oposição. Nos EUA, após Trump, os democratas se mobilizaram

O que você achou da fusão do Ministério do Meio Ambiente com o da Agricultura?
Se o Meio Ambiente se transformasse em uma agência, não veria problema. O que me preocupa é que as agendas do Meio Ambiente e da Agricultura são muito vastas, por isso acho que não vão ser bem cumpridas. Há também a crítica de que colocaram as raposas cuidando do galinheiro. Isso pode fazer com que nossos produtos agrícolas no exterior sejam boicotados, pois nossos competidores podem se mobilizar. Já houve uma fake news de vaca louca brasileira espalhada no Canadá.


Há saída para a esquerda brasileira?
Claro que há. O governo que começará no Brasil irá liberar muita energia de oposição. Imediatamente após a vitória de Trump, a sociedade americana e os democratas passaram a se mobilizar. A esquerda do partido Democrata ganhou espaço na Câmara com as eleições desta semana. Com isso, quero dizer que a direita será superada, pois haverá alternância no poder. A única dificuldade que vejo na esquerda brasileira, que não há entre parte dos democratas americanos, são essas denúncias de corrupção que aqui não foram objeto de crítica interna. Agora, acho que novas configurações podem surgir. Até o PT pode se transformar. Não está proibido. O caminho está aberto, pois não sabemos que êxitos Bolsonaro obterá. Também acredito que os movimentos sociais, que reúnem lutas de minorias, mulheres, índios e negros, precisam fazer uma crítica sobre sua associação ao PT. Alguns foram cooptados, o que criou uma certa hostilidade que talvez não seja exatamente contra suas causas, mas contra o partido.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

O vídeo sobre o assassinato de Celso Daniel que Lula quer que suma da internet


 

RS: Pacientes com covid há mais de 21 dias na UTI têm morte assistida

 Denúncia aponta ainda que pessoas há mais de 7 dias esperando por leito e idosos com comorbidades vão ao final da fila de espera

  • CIDADES Guilherme Padin, do R7

Hospital da Restinga, em Porto Alegre, teve supelotação de leitos de UTI para covid

Hospital da Restinga, em Porto Alegre, teve supelotação de leitos de UTI para covid

EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO - 19.03.2021

Pacientes com covid-19 internados há mais de 21 dias em UTIs do Rio Grande do Sul estão passando pelo processo de morte assistida. Aqueles há mais de sete dias em postos de saúde, UPA ou emergência estão sendo realocados no final da fila por vagas em UTI para tratamento da doença - a regra vale também para quem tem mais de 60 anos e comorbidades. A denúncia é do vereador Leonel Radde (PT), de Porto Alegre (RS).

A superlotação levou os hospitais gaúchos a seguirem esta recomendação, o que causaria uma falsa sensação de redução nas internações, mas, segundo a denúncia, só está aumentando o número de mortes.

Profissionais de saúde que denunciaram as medidas ao vereador e explicaram a situação à reportagem ao R7. Um médico afirma que já havia a suspeita de que o manejo dos pacientes estivesse funcionando desta forma há dias, e que a confirmou neste domingo com profissionais que trabalham na regulação.

“Pacientes com mais de 60 anos e comorbidades, independentemente da gravidade, vão ao fim da fila, assim como os pacientes graves que esperam sete dias ou mais em emergência UPA, pronto atendimento ou posto de saúde”, disse ele em anonimato, confirmando os relatos publicados pelo vereador em sua rede social.

A ortotanásia é quando há a morte natural, sem interferência da ciência, em que se permite a evolução e percurso da doença. A prática vem sendo adotada com pacientes que chegam a 21 dias em UTIs, segundo o denunciante.

Os médicos estariam sendo orientados a deixarem a doença evoluir sem novos procedimentos depois das três semanas, o que aumenta significativamente as chances de morte. Para o médico, a decisão é grave porque são comuns os casos de pessoas que passam deste período internadas e sobrevivem. “Já tivemos pacientes de três meses na UTI que sobreviveram”, comenta.

Em nota, a secretaria defende que os critérios para priorização de pacientes são técnicos, e que não há definição de prioridade por faixa etária, mas somente por comorbidades. A pasta não negou a prática da morte assistida aos pacientes com covid-19 após 21 dias ou mais de UTI.

O intuito das orientações relatadas na denúncia, segundo afirma Leonel Radde e corroborado pelo médico, seria reduzir a superlotação de leitos. No entanto, a medida não necessariamente significa uma baixa nas mortes pela doença. O índice de mortalidade no estado, segundo eles, é um indicativo disso.

Atualmente, a taxa de mortalidade por covid-19 a cada 100 mil habitantes no Rio Grande do Sul (148,3) é superior à da média brasileira (139,9), segundo dados do Ministério da Saúde.

Profissionais de outras especialidades tratam covid

A denúncia de Leonel Radde aponta para outro problema no combate à pandemia no Rio Grande do Sul: médicos de outras especialidades estão atendendo pacientes com covid-19. “Não há mais profissionais capacitados para trabalharem nas UTIs/COVID, mesmo com os leitos disponíveis”, escreveu o vereador.

O denunciante ouvido pelo R7 também confirmou a escassez de médicos especializados para covid-19: “Estamos com profissionais recém-formados ou de outras especialidades trabalhando na UTI. Então é óbvio que os óbitos vão aumentar”.

Também sob anonimato, uma profissional contou que, no Hospital de Pronto Socorro, em Porto Alegre, que recentemente teve dois andares terceirizados para o grupo Vila Nova, há médicos recém-formados trabalhando na UTI covid e na enfermaria do quarto andar.

“São profissionais de primeiro emprego, não estão habilitados para isso e, pela questão da experiência, por não saberem manejar os pacientes, há mais pessoas morrendo no local do que o normal”, disse.

Posicionamento

A reportagem do R7 solicitou uma nota à secretaria de saúde do estado do Rio Grande do Sul a respeito dos relatos publicados por Leonel Radde e confirmado pelos profissionais de saúde.Em resposta, a pasta enviou a seguinte nota:

            "O Departamento de Regulação Estadual do RS e as Centrais de Regulação dos municípios seguem um protocolo técnico, debatido entre as equipes e que serve de embasamento para as decisões dos médicos reguladores. O critério de classificação dos pacientes que necessitam de transferencia para leito clínico ou leito de UTI é iminentemente técnico, e são definidos pelos médicos reguladores da Central de Regulação Hospitalar e Central do Samu e não existe orientação de critério de faixa etária isoladamente. Em situações de epidemia e de stress máximo do Sistema Hospitalar, um dos critérios médicos aceitos internacionalmente é o de priorização de pacientes com ausência de comorbidades, e que tenham maiores possibilidades de se beneficiar de algum recurso médico ou hospitalar designado.
Por exemplo, pacientes com doença terminal, ou graves sequelas neurológicas ou estado demencial irreversível, não são considerados prioritários. Mas o intuito da classificação é o de prioridade e não de exclusão. Nossos critérios são técnicos, definidos pela equipe para subsidiar a decisão do médico regulador, e são totalmente dependentes  da avaliação individualizada do caso".

https://noticias.r7.com/cidades/rs-pacientes-com-covid-ha-mais-de-21-dias-na-uti-tem-morte-assistida-22032021

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