segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Liberdade para quem, cara pálida?

8 de novembro de 2009 16:18 por Pedro Doria


O senador norte-americano John McCain, candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, tem um novo projeto de lei em curso no Congresso dos Estados Unidos. Chama-se Ato de Liberdade da Internet. É uma lei simples. Determina que o governo está proibido de regular a internet.
Simples e, ao pé da letra, bonita que só. McCain argumenta que a rede é coisa nova, desenvolveu-se pela livre iniciativa de gente criativa, intervenção estatal acaba atrapalhando.
Um nome bonito, um discurso bacana, até se compreender o que há. O FCC, órgão americano equivalente à Anatel, quer baixar uma regra que proíbe as operadoras de telecomunicações de mexer com a neutralidade da rede.
Lá, as três grandes, Comcast, AT&T e Verizon, gostariam de ser mais criativas na hora de cobrar por acesso. Vendem um pacote básico. Quer baixar filmes? Custa mais um quinhão; usar Skype ou outro telefone via IP? Lá se vão outros caraminguás. De quebra, podem cobrar também dos sites. Um blogueiro pode ver seu site ficar mais rápido se pagar um tanto.
O argumento contra é evidente. Um Google virou um Google porque gente criativa sem dinheiro pagava pelo acesso o mesmo preço que gente graúda com bolso forrado.
É o bom site ou o bom programa que faz sucesso e se espalha qual vírus. Não importa a fortuna do criador.

Essa liberdade é para quem, ora pois?

O medo é de que se o lobby contra a neutralidade da rede vencer nos EUA, a moda se espalhe pelo mundo.
Cumpre ficar alerta – mas não será necessariamente assim. As empresas de telecomunicações têm mais poder nos Estados Unidos do que na Europa ou mesmo no Brasil. Lá, até hoje se paga para receber ligações por celular e desbloquear um aparelho é ilegal. O telemarketing é de uma agressividade ímpar.
Cá por estas bandas, quem diria, somos mais civilizados.
Fonte: O Estadão

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