O Ministério Público em Mato Grosso abriu investigação para  apurar denúncia sobre investimento de R$ 2,16 milhões para drenagem e  pavimentação de ruas em Cuiabá, obra que teria favorecido a futura sede do Grupo  André Maggi, do senador Blairo Maggi (PR), ex-governador do Estado. O promotor  Célio Joubert Fúrio, que coordena o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e  Probidade Administrativa, considera que a denúncia, 'apesar de anônima, traz  narrativa coerente e fundamentada, levantando dúvidas razoáveis sobre obra  pública'.
Oficialmente, a verba - repassada pelo Ministério das Cidades e  de responsabilidade da Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana de Mato  Grosso - foi empregada na duplicação da avenida e do Trevo Dr. Hélio H. Torquato  da Silva, da Avenida Loteamento, pista direita e esquerda, e travessas, além da  duplicação da Avenida Hélio Ribeiro, trechos 1 e 2.
'Segundo consta da reclamação inicial, a obra teria sido  executada com o objetivo precípuo de beneficiar a nova sede da empresa do Grupo  Amaggi', assinala o promotor. 'O denunciante afirmou que ouviu de funcionários  da construtora responsável pela execução da obra que eles asfaltaram a nova sede  do grupo.'
Demonstrando indignação com a denúncia, o secretário de  Transporte, Arnaldo Alves, já fez contato com o promotor. Hoje, Alves vai ao  Ministério Público para esclarecer o caso.
O dinheiro é oriundo de emenda parlamentar federal. A  denunciante, que se identifica como funcionária pública, afirma ter visto os  mesmos caminhões e empregados da construtora trabalhando no entorno da nove sede  do grupo de Blairo. Caminhões do Departamento Nacional de Infraestrutura de  Transportes Dnit) também estariam sendo usados, segundo revelou o site Mídia  News, de Cuiabá.
O promotor determinou expedição de ofício à Secretaria de  Transporte indagando a origem dos recursos empregados na obra e como se deu e  qual foi a modalidade de licitação deflagrada que resultou na contratação da  empresa (Constil). O promotor requereu cópia do contrato, 'com todos os anexos,  complementos ou aditivos, se houver', além do projeto básico e projeto  executivo, com planilhas e cronograma de execução.
A denúncia encaminhada ao Ministério Público é ilustrada com  duas fotos - uma da placa da obra, com a inscrição 'aqui tem investimento do  governo federal'; outra do prédio do grupo e o entorno. 'Apesar de haver  possibilidade de que o asfaltamento questionado seja prolongamento da avenida  duplicada, é curioso o fato de que ele acaba exatamente no entorno do prédio  privado, não tendo continuidade, pois não liga a avenida a lugar nenhum, que não  seja aquela obra particular', observa o promotor.
Fúrio destaca que apenas depois que receber informações  oficiais sobre o empreendimento é que vai decidir se instaura inquérito civil.  'Existe interesse em averiguar eventual favorecimento na execução da obra, uma  vez que podem estar presentes atos de improbidade administrativa.'
 
 
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