Recebi um telefonema, no final da tarde, com o  interlocutor indagando se eu era amigo do Mosquito!
Respondi que  amigo, propriamente não, mas conhecido, admirador e advogado dele em dois  processos-crimes.
Então veio a  notícia horrorosa: ele acabou de ser encontrado morto, aparentemente enforcado,  na sua própria casa. A liberdade de  expressão está de luto cerrado, havendo perdido um dos seus mais valentes  defensores. 
A pessoa que me  ligou estava perplexa, desatinada, sem saber como dar a notícia à mãe do  falecido, idosa e que padece de problemas de saúde.
Depois de anotar  o telefone do cidadão que fizera o contato, repassei-o a outros blogueiros e  advogados do Mosquito, de sorte a adotarem providências indispensáveis, como o  chamamento da Polícia, a localização da ex-mulher do finado, etc...
Agora o lado  preocupante: terá mesmo o blogueiro se suicidado, ou sua morte terá sido obra  dos incontáveis desafetos que cultivou, com suas enérgicas e contundentes  denúncias de corrupção e lambanças políticas  as mais variadas.
Um deles, numa  audiência em que eu estava presente, chegou a afirmar, na frente da Juíza, que  saíra de casa para matar o Amilton, mas fora dissuadido do seu intento pela  família e por amigos. 
Não posso  afirmar que a morte do Mosquito tenha sido obra de gente ao serviço dele,  citando a circunstância para lembrar o estado de exasperação em que chegaram os  denunciados pelo blogueiro, com palavras contundentes e, não raro, consideradas  infamantes, as quais engendraram inúmeros processos criminais e cíveis, contra  os quais o acusado travava uma luta desigual, mesmo estando apoiado por  simpatizantes.
O último  episódio, que magoou e desnorteou o Mosquito foi a medida nefasta e destemperada  do Promotor Aor Steffens de Miranda, que deu voz de prisão ao acusado Mosquito,  no curso de  uma audiência, no foro desta Capital, referente a processo movido  por Dário Berger, após fazer uma pergunta cuja resposta sabia que seria  positiva: você considera o prefeito de Florianópolis, corrupto?
O corajoso  blogueiro respondeu, à queima-roupa, na bucha, que não tinha a menor dúvida e o  membro do Ministério Público aproveitou-se da franqueza do Amilton para detonar  mais um processo contra aquele destemido cidadão. Manobra rasteira, convenhamos,  daquele que deveria portar-se com isenção, cumprindo seu papel, sem, todavia,  tomar as dores de um dos lados do processo. 
O Amilton, com  seu estilo desabrido,  colecionou desafetos, desde politicos dos mais variados  partidos (Deputados - Edson Andrino - Prefeitos, Secretários, Vereadores),  até  influentes membros da família Sirotski (caso do garoto acusado de estupro),  Promotores  e Procuradores de Justiça, Desembargadores, Policiais, empresários  (inclusive  Fernando Marcondes de Mattos), Advogados (Gerson Basso e outros) e  administradores públicos das esferas federal (Ideli Salvati, por exemplo)  estadual (Governador LHS, vice PAVAN,  Gilmar Knaesel, Renato Hinnig, Martini,  para exemplificar) e municipal, daqui e de outros rincões, aos quais denunciava,  sem pestanejar, por supostas falcatruas, omissões, ineficiência,  etc...
O que se  imputava a ele, era o cometimento dos delitos de injúria (inclusive racial),  calúnia e difamação, com o escopo de intimidá-lo e de condená-lo a ressarcir  danos morais.
Mosquito era um  desiludido com o PT, partido que ultimamente andou enxovalhando - não aos  militantes das bases partidárias, mas às lideranças que entendia haverem traído  os ideais dos petistas  bem intencionados - não perdoando, verbi gratia,  o Vereador Márcio Pereira de Souza, de Florianópolis,  ao qual acusava de  ter  se bandeado para as hostes de Dário Berger, contra o desejo dos seus  correligionários, afirmando que uma das manobras de Márcio teria visado impedir  a instalação da CPI da AFLOV, que supostamente revelaria o envolvimento do  Prefeito em lambanças administrativas nada elogiáveis. O espisódio valeu um  racha no PT, pois o Vereador Lino Peres (ao qual o Mosquito respeitava), que  assumira o lugar de Márcio, quando este foi guindado a Secretário de Turismo,  viu-se apeado do cargo para que Dário pudesse contar com o voto de  Márcio.
Pois bem: tendo  ou não se suicidado, a morte do Amilton -   ao contrário do que ocorre no Japão,  onde os denunciados cometem suicídio, rasgando os próprios ventres - há de pesar  nas consciências dos repugnantes corruptos e incompetentes que ele  reiteradamente denunciou e não faltará quem dê continuidade à sua obra de defesa  do interesse coletivo.
O Mosquito  continuará a azucrinar - por nosso intermédio, os numerosos admiradores que  soube cultivar - os que contra ele deflagraram processos-crimes e cíveis, na  certeza de que a luta contra a corrupção não ficará ao alvedrio, tão somente, do  Ministério Público e da Polícia. 
Cidadãos e  cidadãs, conscientes que somos dos efeitos deletérios da roubalheira que assola  a administração pública em nosso País, não esmoreceremos e continuaremos a  travar  batalhas que o Mosquito, por certo, não rejeitaria.
As forças do  Mosquito se exauriram, mas haverá uma legião de pessoas que seguirão seu  desiderato de passar este País a limpo: seremos os "indignados do Mosquito". As  fontes que abasteciam aquele blogueiro com fatos e provas de safadezas de  administradores públicos e seus acólitos, sabem com quem contar para dar  continuidade à obra meritória de Amilton Alexandre, em prol do bem comum, mesmo  que não consigamos nos igualar a ele em destemor, em ousadia e, por que não  dizer, em imprudência.
 
 
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