by Cangablog
A ÚLTIMA TIJOLADA
     A notícia da morte do blogueiro Amilton Alexandre,  o Mosquito, causou comoção entre os frequentadores da Kibelândia no final da  tarde de ontem (13). A notícia se explalhou rapidamente pela internete e em  poucos minutos a morte do blogueiro era o assunto mais citado no twitter do  Brasil.
    Soube da morte no momento em que entrava na  Kibelândia, por volta das 18:30hs. Um telefonema do meu amigo Izidoro Azevedo  dos Santos trazia a trágica notícia:
   - Canga, o Mosquito se  matou!
    Pôrra, isso é uma coisa brutal!
    Liguei imediatamente para um vizinho do Muska,  Gonzaga, e perguntei de onde ele tinha tirado a notícia. Se ele me confirmava a  morte. Respondeu que era verdade. Estava em frente ao Mosquito, morto.  Aguardavam apenas o IML.
     A partir desse momento o telefone não parou mais  de tocar. Eram pessoas me passando infiormações e outras tantas querendo  informações.  minha mesa na Kibelândia virou um centro de notícias onde operava  o cangablog, o twitter, o FaceBook, o telefone, o menssenger e os canais de voz  do FB e do gmail. 
    Começaram a chegar pessoas na Kibelândia com a  notícia e vários grupos se foirmaram na rua e dentro do bar. Teorias da  conspiração e outras teorias se misturavam a comentários de látimas e  sentimentos de perda. Várias pessoas choravam e lamentavam a morte do  Mosquito.
    Tentando manter o foco e sair daquele turbilhão de  pensamentos e stress que me invadiu ainda conseguia observar o  comportamento da massa. Uma coisa me chamou a atenção. Nenhuma daquelas pessoas  eram íntimas ou mesmo amigas do Mosquito. Ele era solitário. O seu circulo de  amizades era extremamente virtual. Era na internete, através das várias mídias  que manipulava, que conseguia praticar parcerias e amizades que não tinha na  vida real.
    Mas mesmo assim todos estavam comovidos,  demonstravam isso publicamente. Por que?
Porque embora até evitassem sentar na mesa do Mosquito  quando ele estava na Kibelândia se sentiam parte integrante do blogueiro. Ele  falava e escrevia o que todo o mundo queria falar e não tinha coragem para  tal.
    O Mosquito foi um fenômeno incrível em termos de  mobilização de opiniões, se transformou em porta-voz da grande maioria das  pessoas revoltadas com os crime cometidos por políticos, desembargadores,  agentes do Ministério Público, juízes e conselheiros do Tribunal de Contas que  eram incessantemente denunciados e escrachados no Tijoladas do  Mosquito.
 Essas pessoas que ali estavam não lamentavam a  perda de um amigo, lamentavam a perda das suas vozes, lamentavam o fim de um  canal de manifestação que pela primeira vez desnudou de fato toda e qualquer  autoridade metida em crimes e falcatruas.
    Essas pessoas que ali estavam não lamentavam a  perda de um amigo, lamentavam a perda das suas vozes, lamentavam o fim de um  canal de manifestação que pela primeira vez desnudou de fato toda e qualquer  autoridade metida em crimes e falcatruas.    Se enganam os que, com a morte do Mosquito pensam  que sairam vitoriosos do embate. Já estavam feridos de morte. O Mosquito na sua  sanha vingativa contra a corrupção já tinha manchado as suas "ilibadas"  histórias. Já estavam derrotados desde o primeiro dia que frequentaram as  páginas do Tijoladas do Mosquito. 
    Ainda há poucos dias colocou no twitter: - Eu  tenho um amigo! O Canga!
    Gostava de mim e me ouvia. Nunca tivemos uma  amizade próxima. Pelo contrário, brigamos uma vez e eu sempre o evitava. Mais  tarde com o surgimento do Cangablog voltamos a nos falar. Ele mandava  comentárias diariamente, muitos eu não publicava por escatológicos. Com tanta  reclamação da parte dele propus que criasse um blog. Surge, então, o Tijoladas  do Mosquito. Ensinei-o a blogar e depois ele disparou. 
    Conseguiu a fantástica façanha de, num só dia,  atingir a marca de mais de 70 mil acessos. Foi quando denunciou o caso do  estrupo que envolvia menores filhos de famílias ricas de  Florianópolis.
    Atuávamos em conjunto. Trocávamos informações e  denunciávamos casos de corrupção em conjunto.  Mosquito tinha uma quantidade de  fontes de informações incrível. Conhecia muita gente. Fazia matéria de denúncia,  investigativas. Fazia jornalismo.
    Ainda ontem li no twitter um jornalista dizendo que  tudo que ele não fazia era jornalismo.   
Despeito!
    Talvez para esse jornalista, praticar jornalismo é  fazer assessoria de imprensa e colunas elogiativas de autoridades. Está  enganado. Mesmo com diploma de Administração, o Mosquito fazia jornalismo.  Morreu em plena atividade da profissão.
Sobre a sua morte, ele já vinha há dias mandando sinais  de que pretendia dar cabo da vida. sozinho, semdinheiro, com o seu blog fechado  pela justiça, estava deprimido e parecia  não encontrar saida para o fosso em que se meteu.
    Tinhamos uma linha recuada de defesa. Um hacker, do  bem, que mora em Laguna nos dava suporte constantemente. Com ele Mosquito falava  bastante pelo twitter. Semana passada escreveu: 
- O circulo está se fechando. Não vejo mais saída. Acho  que vou me matar!
   Com um grande arsenal de tijolos para atirar nos  corruptos que enlouqueceu neste tempo em que atuou, resolver guardar o último  para si.
Uma pena!


 
 
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