by Deise Brandão
O Falso Juiz, documentário do jornalista português Sérgio Tavares, promete retratar o ministro Alexandre de Moraes como um “psicopata” e um “falso juiz”. Porém, o filme não entrega um perfil psicológico do ministro. O título é mais um alerta político do que uma tese comprovada.
A obra acumula dezenas de acontecimentos da política recente — soltura de Lula, governo Bolsonaro, pandemia, eleições, 8 de janeiro de 2023 — com Moraes sempre presente, mas não exatamente como figura central capaz de explicar tudo. As conexões entre os fatos são sugeridas, não explicadas.
Essa escolha enfraquece a clareza do documentário: há excesso de informação e pouca estrutura. O espectador sai com indignação e urgência, mas não com um argumento organizado. O filme funciona mais como provocação do que como investigação.
Mesmo com essa fragilidade, o documentário é relevante. O acúmulo de casos mostra um Brasil difícil de compreender, com abusos simultâneos e contradições que escapam de qualquer narrativa única. A obra atinge seu objetivo maior: mostrar ao mundo que há algo muito errado acontecendo no país, ainda que sem explicar totalmente o quê.
O ponto mais forte do filme surge quando Tavares dá voz aos presos do 8 de janeiro. Sem defendê-los, o documentário os humaniza, mostrando histórias que foram ocultadas pela narrativa dominante — pessoas transformadas em rótulos (“terroristas”, “golpistas”) voltam a ter rosto, nome e contexto.
No fim, o filme não comprova que exista um “psicopata” comandando o Judiciário, mas expõe um cenário político urgente e nebuloso. Em vez de respostas, exige reação. E talvez, diante da complexidade atual, isso seja o mais importante.
🕒 145 min — Classificação livre — Disponível no YouTube
O Falso Juiz, documentário do jornalista português Sérgio Tavares, promete retratar o ministro Alexandre de Moraes como um “psicopata” e um “falso juiz”. Porém, o filme não entrega um perfil psicológico do ministro. O título é mais um alerta político do que uma tese comprovada.
A obra acumula dezenas de acontecimentos da política recente — soltura de Lula, governo Bolsonaro, pandemia, eleições, 8 de janeiro de 2023 — com Moraes sempre presente, mas não exatamente como figura central capaz de explicar tudo. As conexões entre os fatos são sugeridas, não explicadas.
Essa escolha enfraquece a clareza do documentário: há excesso de informação e pouca estrutura. O espectador sai com indignação e urgência, mas não com um argumento organizado. O filme funciona mais como provocação do que como investigação.
Mesmo com essa fragilidade, o documentário é relevante. O acúmulo de casos mostra um Brasil difícil de compreender, com abusos simultâneos e contradições que escapam de qualquer narrativa única. A obra atinge seu objetivo maior: mostrar ao mundo que há algo muito errado acontecendo no país, ainda que sem explicar totalmente o quê.
O ponto mais forte do filme surge quando Tavares dá voz aos presos do 8 de janeiro. Sem defendê-los, o documentário os humaniza, mostrando histórias que foram ocultadas pela narrativa dominante — pessoas transformadas em rótulos (“terroristas”, “golpistas”) voltam a ter rosto, nome e contexto.
No fim, o filme não comprova que exista um “psicopata” comandando o Judiciário, mas expõe um cenário político urgente e nebuloso. Em vez de respostas, exige reação. E talvez, diante da complexidade atual, isso seja o mais importante.
🕒 145 min — Classificação livre — Disponível no YouTube
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