DO RIO
(12.01.2012)
Ao menos 40 homens do Batalhão de Choque da PM estão de prontidão, desde a noite de sexta-feira, na frente do Museu do Índio, no Maracanã, zona norte do Rio. Eles aguardam ordem judicial para desocupar o local, que deve ser demolido por causa das obras da Copa do Mundo.
O governo estadual afirma que a aldeia indígena, que fica no terreno do museu, será removida para as obras de modernização do estádio do Maracanã. Há cerca de seis anos, 23 famílias indígenas vivem no imóvel.
O cacique Carlos Tukano acusa os policiais militares de intimidação e diz que não negocia. "Eu não vou abrir mão. Essa é a minha terra e não vou voltar atrás para ninguém", afirmou. Tukano exige uma conversa com o governador ou com o prefeito.
PM do Rio cerca Museu do Índio
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Índio observa movimentação policial em frente ao Museu do Índio, no Rio de Janeiro
Pouco antes do meio-dia, o presidente da Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado), Ícaro Moreno Junior, precisou ser escoltado do local porque um manifestante agarrou em sua camisa na tentativa de puxá-lo para uma conversa.
"A situação é caótica. Se avizinha uma luta corporal entre policiais e indígenas", disse o defensor público Daniel Macedo, titular do segundo ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva, que acompanha os índios desde o início da operação.
Segundo Macedo, se o mandado de reintegração de posse não chegar, a polícia estará cometendo crime de abuso de autoridade e de exercício indevido da função.
Por volta de 12h45, o clima continuava tenso no local. Índios com arcos e flechas e homens encapuzados permaneciam nas janelas mais altas do prédio do antigo museu.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que "a presença dos policiais do Batalhão de Choque no antigo prédio do Museu do Índio é para reforçar o policiamento do local para o cumprimento de mandado de reintegração de posse".
by Folha de são Paulo
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