O cérebro humano realiza cerca de 300 milhões de operações por segundo. Contudo, quase todo esse processamento é inconsciente. Temos consciência de cerca de 2 mil operações, que representam 0,0006%.
Compare a um computador: O que você planeja, consciente, é um aplicativo (por exemplo, um editor de texto, ou navegador de leitura). O resultado, aparece na comunicação com o mundo exterior. No micro, aparece na tela e periféricos, como as caixas de som, impressoras, etc. Executa ou responde aos comandos. Contudo, para funcionar, depende do inconsciente, isto é, da plataforma operacional, o software: Windows, Linux, OS/2, Mac OS X, um conjunto de milhares de linhas de programação. A linguagem de programação é um conjunto de regras sintáticas e semânticas que executa funções não aparentes.
O ser humano funciona de forma semelhante. Possui o consciente – o aplicativo – o qual se comunica com o exterior. E há o inconsciente, semelhante às linhas de programação operacional do computador. Um erro na programação pode provocar um mau funcionamento do aplicativo (no humano, do consciente) desviando-o do processamento
No ser humano, há um conjunto de idéias interligadas, cujas relações formam um Sistema de Crenças. As informações do ambiente,recebidas pelos sentidos, é decodificadas com “traduções” conforme aquilo que queremos ou podemosacreditar. Durante as interações, dúvidas e conflitos, criam-se novas crenças! “A inteligência é uma adaptação.” (Piaget, La naissance de l’intelligence chez l’enfant, p. 10)
Réptil assume o controle e a capacidade de raciocínio é obliterada; em alguns casos, totalmente anulada. O cérebro primitivocomanda as interações ou movimentos automáticos e desencadeados em reação ao ambiente, ou a como percebemos o ambiente, que não é exatamente a mesma coisa. Quem já levou algumas pedradas, pode sair correndo quando uma pessoa, que caminha em sua direção, de repente, se agacha... Foge, antes de poder perceber que o outro se agachou para amarrar o cordão do sapato, ou apanhar uma moeda no chão!
Tanto para hipnose, quando para a manipulação, é preciso manter o rapport. Os manipuladores desenvolvem essa e outras habilidades desde criança porque (1) são incapazes de juízo de valor devido a uma mutação genética que acontece em 1% da população; e (2) não tiveram exemplos adequados para aprenderem a conviver respeitando os demais, sem os manipular! Em maio de 2012, “Pequenos PSICOPATAS” foi a manchete da capa da Revista Superinteressante.
Toda pane humana ou de computadores decorre de erro em programação inconsciente, salvo por violação física ou bioquímica do espaço: Tornando o ambiente não suportável - superaquecimento, congelamento, umidade - ou invasão por agente patogênico – vírus/bactérias ou ataques bioquímicos.
Erro em uma linha pode provocar um mau funcionamento do aplicativo(consciente) desviando-o da interação desejada, e desencadear um conjunto de erros, que pode provocar pane. Se há algo que desejas e depende de você, se ainda não alcançou é porque seu inconsciente está impedindo. Porque há uma diferença:
No computador, o carregamento é sucessivo: Linhas de comando incongruentes podem resultar em operações inúteis e/ou infindáveis. Contudo, um comando mais recente prevalece sobre o anterior, para uma mesma função. Assim, o computador funciona a partir de uma sucessão de linhas de programação lineares e cronológicas.
Diferente do computador, no qual as ordens de programação mais recentes podem suplantar as antigas, no processo de pensamento quando mais profundas e antigas forem as crenças, mais elas influenciam o presente e a criação das de novas. Superficiais são as crenças que podemos acessar conscientemente.
Há uma hierarquia nas crenças: As mais antigas, formaram e influenciam as atuais, que vão condicionar a criação das novas. E o sistema se protege: As mais recentes protegem as antigas, sendo que as mais profundas são quase inacessíveis.
Simplesmente não funcionaríamos – como seres humanos – sem um sistema de crenças. Temos crenças sobre tudo, e elas constituem respostas automáticas sobre aspectos como: Quem somos? Como somos? Do que somos capazes? Como são as outras pessoas? Como é o mundo? Como são as nossas relações com as pessoas e com o mundo? Há crenças culturais, religiosas, sociais, do ambiente de trabalho, da comunidade e das pessoas com quem convivemos. Cada grupo de humanos tem uma programação diferente conforme os hábitos desenvolvidos na região, as linguagens e outras peculiaridades, como as crenças políticas e religiosas e as necessidades distintas de sobrevivência, como as do clima.
Dos 3 cérebros e de como os usam para manipular:
Nada existe até que possamos produzir, primeiro, alguma imagem em nossa consciência. Só a partir daí que o mundo passa a fazer sentido, ser real. Contudo, para que isto aconteça, a informação precisa passar por três cérebros, que se desenvolveram durante milhões de anos.
Nas últimas décadas, a forma de vivermos mudou rápida e totalmente. Contudo, continuamos ligados aos nossos ancestrais biológicos porque possuímos um cérebro réptil, localizado no cerebelo, o qual controla as funções autônomas do corpo. Também chamado de “Complexo R” ou cérebro reptiliano, trabalha de uma forma binária: confio ou não. Quando somos dominados pelo medo, o cérebro
O cérebro emocional trata toda a informação antes da racionalização. É chamado cérebro límbico. Decide pela simpatia, ou não, e emvariados níveis: Gosto, gosto muito, gosto pouco, gosto menos ainda, etc. Quando o cérebro emocional antipatiza com alguma idéia, o racional não a processa. Por isso temos tanta dificuldade em entender uma matéria que não apreciamos!
O neocortex é a sede do pensamento racional, na região central. É o responsável pela energia que permite a compreensão e a interpretaçãodo que os sentidos percebem, combinados com nosso banco de dados (memória) e com as programações inconscientes (sistema de crenças). É o responsável pela uma tradução do que vivenciamos.
O neocortex também é a sede da vontade, de agir bem ou mal – certo ou errado – e, aliás, é quem define essas coisas. Também acrescenta a um sentimento, o que pensamos dele (angustia, dor, surpresa, aflição...) é nos permite desenvolver sentimentos sobre abstrações, como idéias, arte, símbolos, imagens, etc. Também é a parte responsável pelos julgamentos.
Ligue-se, ou serás aliciado!
Na hipnose, o paciente permite que o consciente se distraia ao fixar um ponto, ou acompanhar um pêndulo. Então, o facilitador pode se comunicar com o inconsciente, investigando crenças profundas, até então escondidas e, se o paciente permitir, as re-programar, ou alimentar novas crenças, melhores, com mais escolhas.
A manipulação é uma forma sutil de hipnose. O manipulador mistura realidade com ficção, descontextualiza imagens e sons, muda a cronologia, suprime elementos essenciais, substituindo-os por outros. Induz à aceitação de valores invertidos e de falsas crenças, mediante empilhamento e bombardeio sensorial. Para facilitar, causa entorpecimento dos sentidos com micro-acionamentos dos cérebros primitivos. Acionando o límbico(emoções) ou réptil (medo), causa mini-bloqueios do consciente, e isso tudo permite o ingresso das falsidades que querem impor.
A ditadura da minoria:
Nos debates, além da distorção da própria linguagem, os manipuladores identificam os valores e intenções positivas dos envolvidos, e os usam para jogar uns contra os outros, a fim de anular os adversários. Se sobrar alguém para os enfrentar, aproveitam as intenções positivas e os valores do interlocutor para desviar o assunto; ou para o irritar: Voltam a aspectos superados, distorcendo anteriores conclusões. Violam os protocolos, e cometem sutis faltas de respeito, vilipendiando valores... Se nada disto funcionar, partem para a ofensa direta. Tudo isto, é para acionar o cérebro límbico (emoções), ou réptil (medo), e bloquear a capacidade de raciocínio do interlocutor. Porque agem assim? Clique aqui.
O praticante de artes marciais desenvolve a transcendência do medo e das emoções, e aprende a os tratar como informações, um dos segredos do Nirvana-Satori ou do paradoxo das artes marciais. Para tentar reduzir as pessoas capazes de os enfrentar, os manipuladores (sociopalobistas) promoveram a infâmia das artes marciais no Brasil do último quarto do Século XX.
Dos tipos de crenças:
As crenças permeiam nossas vidas intensamente.
Os resultados, os sucessos e insucessos, dependem muito das crenças que podem ser estimulantes ou limitantes. Estas, usualmente manifestam-se por desesperança, impotência ou inutilidade.
Podemos dividir as crenças em:
1º Significado:
“x” “y” [“x” significa “y”]
A criança aprende através de esquemas de ação através dos quais atribui significado a cada “coisa”. Por vezes, o significado éequívoco, resultante de falhas da percepção. Uma crença, errada, isolada, nem sempre produz resultados negativos. Experiências subseqüentes podem propiciam a correção, substituí-la por uma crença melhor. Ou pode criar nova(s) crença(s), falsas; neste caso, a primeira crença irá ocultar-se e ficar protegida por um sistema de crenças secundárias, terciárias, etc.
2º Relações Causais:
“y” “w” [“y” implica “w”]
A conjugação de significados equivocados não corrigidos, e uma crença sobre repetição, em geral disparada por alguma experiência traumática, pode criar falsa relação de causa e efeito. O sistema continuará seu aprendizado, contudo, baseado nas crenças já existentes. Uma sucessão de experiências desencadeando um conjunto de falsas crenças, umas dando suporte às outras, pode se implantar no inconsciente e prejudicar o desenvolvimento.
3º Limites:
“x” [impossível “x”]
Constatada a impossibilidade momentânea de realização de alguma atividade, que pode ser potencializado por alguma experiência traumática ou crenças de significado equivocadas, pode resultar numa falsa crença de incapacidade.
4º Identidade:
“z” [sou “z”]
Trata-se de um tipo de crença de significado que assume importância especial porque é sobre sua própria pessoa, e vai influenciar o desenvolvimento de seu sistema de crenças e valores. Em geral, quando há um microconjunto de falsas crenças, onde umas dão suporte às outras, parte delas diz respeito à identidade.
A vida em sociedade depende da paz social, a qual se estrutura sobre os 4 planos de atuação humana: Ademais dos fatos, atuamos no Plano dos Valores-Crenças; no Plano do Direito; e no Plano dos Jogos-Esportes. Este último, é o principal mecanismo da descarga tensional (Freud, “O mal-estar na Civilização”; Jung, “Obras completas”). Apesar de distintos, há áreas de interseção entre os planos, e a passagem, de um para outro plano, aproveitam aos manipuladores. A grande maioria das pessoas simplesmente ainda não percebeu as intensas mudanças que acontecem a sua volta e, muitos, ainda nem sabem em qual das ondas de desenvolvimento tecnológico nos encontramos...
Especialista em Processo e Direito Desportivo
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