quinta-feira, 10 de julho de 2014

Mulher do ajudante de pedreiro Amarildo está desaparecida há dez dias


Às vésperas de completar um ano do sumiço do companheiro, Beth, como é conhecida, foi vista andando pelas ruas da Rocinha. Ela sofre de alcoolismo e depressão
Beth durante protesto contra o sumiço do marido, Amarildo | Foto: Reprodução/Caminho 21
Beth durante protesto contra o sumiço do marido, Amarildo | Foto: Reprodução/Caminho 21

A viúva do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, Elizabeth Gomes da Silva, de 48 anos, está desaparecida há dez dias. De acordo com a família, Beth, como é conhecida, saiu de casa no último dia 30 de junho após ser encontrada alcoolizada pelas ruas da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
O advogado da família, João Tancredo, informou que a companheira de Amarildo sofre de depressão profunda e bebe compulsivamente. Beth estaria vagando pelas ruas da comunidade. Ao ser encontrada, foi levada para casa pelos filhos. Após recaída, voltou a beber e a vagar pelas vias da comunidade, sem ser mais vista.
A Justiça concedeu atendimento psicológico a Beth, mas ela não conseguiu dar continuidade no tratamento. Já foram feitas buscas em hospitais e necrotérios. Um dos filhos suspeita que a mãe voltou a consumir drogas e a abusar do álcool.

Caso Amarildo

Amarildo desapareceu aos 42 anos, no dia 14 de julho de 2013, há quase um ano, quando o Brasil vivia uma onda de protestos. A operação Paz Armada, realizada por policiais militares e agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) para combater o tráfico de drogas, culminou no sumiço dele.
O auxiliar de construção foi levado para averiguação na unidade. Enquanto agentes da UPP afirmavam que Amarildo havia sido liberado, familiares diziam que o parente teria sido morto por PMs e o corpo, ocultado.
Pouco menos de um mês depois do caso, foi divulgado um vídeo que mostra o momento que Amarildo foi levado a uma UPP por uma patrulha da PM. Lá, foi o último local em que ele foi visto.
O procedimento derradeiro em relação ao julgamento do caso foi feito no início de abril, quando a Justiça do Rio de Janeiro realizou audiência de instrução e julgamento do processo. Foram ouvidas as últimas testemunhas de defesa dos 29 policiais militares acusados de envolvimento no crime.
No início deste mês, a PM encerrou o Inquérito Policial Militar (IPM) sobre o desaparecimento. O documento relata que os policiais cometeram crimes no âmbito da Justiça comum, e não da Militar, entre eles o major Edson dos Santos, ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, e o segundo-tenente Luiz Felipe de Medeiros, ex-subcomandante da unidade.

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