terça-feira, 8 de julho de 2014

H1N1: Familiares apontam erro de diagnóstico em duas mortes




08/07/2014 - 

Foto: Jair José Primak/ Foto enviada por Gilse Primak

Por Cristina Esteche
Dois casos de mortes, sob suspeita da gripe H1N1, em Guarapuava nos últimos dias e possíveis equívocos em diagnósticos, chamam a atenção da 5ª Regional de Saúde e revolta familiares. Uma reunião foi realizada na manhã desta terça (08) para debater o tema, segundo informou a chefe da Regional, Eliane Dranca. “No momento não podemos falar nada a esse respeito porque ainda não temos informações sobre os casos”, afirmou à Rede Sul de Noticias.
No gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Karina disse que o exame de uma das vítimas ainda não tem resultado. “O material foi coletado e encaminhado ao Lacen [Laboratório Central do Estado do Paraná] e ainda não temos o retorno”, afirmou. Ana Karina se refere ao laudo da paciente Maria Lucia Czui Leineker, 60 anos. De acordo com informações encaminhadas à RSN por familiares, ela residia na Vila Santana e  foi diagnosticada como sendo portadora de gripe alérgica, mas sete dias depois entrou em óbito. “E  quais ações os setores da saúde fazem nessas questões?”questiona um familiar.  “Isso mostra o despreparo de alguns médicos”, emenda.

Outro caso é contado pela irmã da vítima, a pedagoga e cientista social Gilce Primak Niquetti em “desabafo” enviado à RSN. Segundo Gilse, no dia 1º de julho deste ano, seu irmão Jair José Primak, 58 anos, passou mal na madrugada enquanto trabalhava. Uma série de idas e vindas a hospitais e unidades de saúde, diagnósticos equivocados até que se chegasse à causa da doença – pneumonia e suspeita de gripe H1N1, o levaram também à morte.

Indignação com atendimento na Saúde de Guarapuava 
Por Gilse Primak 

Era uma vez, na cidade de Guarapuava- Paraná -Brasil no dia 01/07/2014, um cidadão brasileiro, passou mal de madrugada trabalhando, em uma empresa da cidade de transporte de funcionários.
Assim, foi levado as pressas pelos amigos ao hospital, que ao chegar ao primeiro, na portaria sem olhar o doente já disseram, não temos neurologista, pasmem cidadãos Guarapuavanos, fizeram diagnóstico sem examinar e nem recolher o doente no ambiente de atendimento.

Então começou a via crucis, no outro hospital da cidade, de caridade hum.... foi atendido com o pagamento da consulta e exames, diagnóstico AVC, exames feito na hora e ficou internado no quarto do SUS, com fortes dores e com insuficiência respiratória, e no mesmo dia ás 14h foi liberado do hospital, pois os exames deram negativo, e o médico especialista que não observa o ser humano na sua totalidade, foi questionado, e disse -volte daqui um mês é só uma crise nervosa já vai passar.

Assim sendo, com dificuldade respiratória sua esposa levou no PS do Boqueirão e pediu um raio x e que o médico auscultasse o pulmão, diagnóstico, já está medicado é só uma gripe, já melhora.
A tardinha, o quadro só piorava então familiares o levaram até a UPA da Vila Pequena, e foi atendido prontamente, diagnóstico Pneumonia, com suspeita de gripe H1N1, recebeu oxigênio e teve que aguardar até abrir vaga no hospital de caridade até o outro dia. Onde foi para UTI, mas no dia 04/07/2014 , tarde demais, de manhã entrou em óbito.Enquanto, o país comemorava a vitória do Brasil no jogo das quartas de finais da Copa do Mundo, nos chorávamos a perda de meu irmão na capela mortuária Municipal.

Perdemos um cidadão Guarapuavano que estava feliz curtindo com a família a chegada do primeiro neto Vitor Gabriel para o mês de setembro, de seu filho Cleiton Primak e sua nora Jocimara, também deixou a esposa Clara Kaminski , a filha Jake fisioterapeuta , a caçula Thais acadêmica de Agronomia da Federal, além das irmãs, cunhados , sobrinhos, sobrinhos netos , afilhados e muitos amigos.

Triste história que com certeza não aconteceu só na minha família. Indignação, com o DR. Especialista , só faz diagnóstico por partes do ser humano. Como disse sua filha estetoscópio agora é colar? É só em país de Terceiro Mundo que morre de Pneumonia?

Não quero generalizar, pois contamos com ótimos e humanos profissionais na saúde, mas infelizmente perdi meu irmão Jair Primak por incompetência médica? Não sei.....Quem sabe porque não fazia parte de família da elite Guarapuavana, ou então não circulava nas páginas sociais.

Chorei, quando meu neto Nicolas de sete anos me disse: “Vó não posso ficar feliz com a Copa do Mundo no Brasil, minha professora falou, que muitas pessoas precisam de escolas e hospitais, por isso perdi o tio Jair, nem falei que gostava tanto dele.” Mais eu acredito, na transformação dessa sociedade injusta, pelas mãos dos professores críticos e menos conteudistas.

“ E agora José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora José? “Carlos Drumond


Desabafo de autoria de Gilce Francica Primak Niquetti, irmã de Jair José Primak, filhos de Catarina e Basílio Primak. Gilse é  pedagoga, cientista social e pesquisadora da cultura cigana.

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