terça-feira, 8 de julho de 2014

"Escudo" de Marin, Felipão deve deixar o cargo


Os nomes mais cotados para substituí-lo são os de Tite, ex-técnico do Corinthians, e de Muricy Ramalho, treinador do São Paulo


LEOPOLDO MATEUS E ALBERTO BOMBIG, DE BELO HORIZONTE

Felipão durante o jogo do Brasil nesta terça-feira (8) (Foto: Laurence Griffiths/Getty Images)

A goleada da Alemanha sobre o Brasil por 7 a 1 (a maior derrota da história da Seleção Brasileira) deve determinar o fim da segunda Era Scolari na Seleção Brasileira. O técnico, que comandou a conquista do pentacampeonato em 2002, perdeu as condições de permanecer no cargo a partir de agora, segundo apurou ÉPOCA. Os nomes mais cotados para substituí-lo são os de Tite, ex-técnico do Corinthians, e de Muricy Ramalho, treinador do São Paulo. A decisão caberá a Marco Pólo Del Nero, o presidente eleito da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que assumirá o cargo ainda neste ano.

Com a ausência de Neymar na partida de hoje, Luiz Felipe Scolari tinha várias opções a sua frente para montar a equipe. Podia colocar Paulinho (que foi bem contra a Colômbia) e fechar o meio com Luiz Gustavo e Fernandinho. Podia também optar por Willian, adiantar Oscar e aproveitar o entrosamento da dupla do Chelsea. Mas decidiu colocar Bernard, que se mostrou perdido em campo, principalmente por causa da ligação direta entre defesa e ataque feita pela Seleção Brasileira no primeiro tempo. Com isso, o técnico não fechou o meio nem montou um time ofensivo. Em termos táticos, tomou um baile tático da Alemanha. Resultado prático: 5 a 0 no primeiro tempo. No segundo tempo, Felipão mudou o time e, enfim, colocou Paulinho e Willian. O time melhorou um pouco, mas, mesmo assim, ainda levou o sexto e o sétimo gols.

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Ao longo do final de semana, Felipão tentou, novamente, fazer do amargo limão uma limonada. Sem poder contar com Neymar, o principal jogador da equipe, lesionado na medula no final do jogo contra a Colômbia, o treinador reuniu o grupo na Granja Comary e pediu garra a todos. Para ele, a lesão do craque poderia conferir aos jogadores o equilíbrio emocional que faltara durante jogos anteriores. O que se viu em campo, porém, foi um time atordoado após o primeiro gol da Alemanha. A equipe verde-amarela sofreu um verdadeiro apagão. Felipão, conhecido como rei dos mata-mata e um grande motivador, falhou na tentativa de usar a ausência do craque a seu favor.

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Luiz Felipe Scolari retornou ao comando da seleção em novembro de 2012, após a queda de Ricardo Teixeira da presidência da CBF. O atual presidente da entidade, José Maria Marin, nunca foi um fã do trabalho de Mano Manezes, o técnico escolhido por Teixeira para comandar a Seleção na Copa de 2014. Marin, então, decidiu ouvir o clamor popular, até para se blindar das críticas em caso de derrota na Copa. Conforme as pesquisas de opinião, Felipão era, em 2012, o técnico preferido dos brasileiros – portanto o presidente da CBF fez a escolha óbvia, tirando de seus ombros a responsabilidade por manter Mano, comandante na derrota para o México na final da Olimpíada de Londres. Logo após Felipão ter assumido pela segunda vez, o Instituto Datafolha mostrou que 66% dos brasileiros apoiavam sua entrada no lugar de Mano Menezes.

Com carta branca de Marin, Felipão assumiu pela segunda vez o cargo de treinador com plenos poderes. Ao final do jogo desta terça-feira, Felipão chegou a fazer um gesto atribuindo para si a responsabilidade pela derrota. Ele também fez questão de entrar em campo e cumprimentar todos os jogadores, do Brasil e da Alemanha. “Fiz aquilo que eu achava que era o mais correto, o melhor”, afirmou em entrevista coletiva, após a goleada alemã. Questionado se estava deixando o comando da Seleção, o treinador afirmou: “Só lembrando que ainda tem jogo sábado”.

Até o Mundial, o técnico teve ampla liberdade para convocar quem quisesse e montar a preparação que queria para seleção. Nem sequer foi questionado pela CBF por ter deixado de fora jogadores mais experientes como Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho.

by Época

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