Rio -  Até o final do mês, o vice-prefeito eleito e futuro secretário de Desenvolvimento Social, Adilson Pires, vai apresentar o projeto que prevê bolsa de R$ 350 a R$ 900 para famílias de menores viciados em crack, conforme antecipou a coluna Informe do Dia nesta quinta-feira.

Apesar do programa está em fase de estudo, especialista acredita que a verba pode ser aplicada de maneira errada pelos parentes.

“A bolsa pode combater a pobreza das famílias que possuem menores viciados, mas não é incisiva no controle pela dependência química. O foco deve ser na saúde pública, pois dar dinheiro a parentes não significa que os menores deixem o crack”, observa Paulo Jorge Ribeiro, antropólogo e professor da PUC-RJ.
Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia
Viciados que estavam na Av. Brasil, na entrada da Ilha, deixaram o local  | Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia
Para Adilson Pires, a medida é crucial no tratamento dos menores. “A família precisa estar perto e deve ter responsabilidade sobre o viciado. Tirar o usuário da rua é tarefa nossa, mas o menor não pode viver no abrigo para sempre”, defende.

Atualmente, a Secretaria de Assistência Social possui 123 menores abrigados em 54 unidades da cidade. Na próxima quinta-feira, Pires vai se reunir com membros de apoio aos dependentes químicos para discutir detalhes do projeto.

Um dos principais desafios é o destino dos menores que não possuem familiares na cidade. “Vamos ter que pensar em outra saída se nenhum membro da família for encontrado”.

Avenida Brasil sem cracolândia

Viaturas da PM deram lugar às cracolândias na Avenida Brasil, próximo ao acesso à Ilha do Governador e Parque União. Na tarde desta quinta-feira, poucos usuários foram vistos perambulando pela via.

Na quarta-feira, operação da Secretaria de Assistência Social recolheu 25 adultos e um adolescente ali. Em uma semana, foram 290 acolhimentos, sendo 266 adultos e 24 jovens. O 22º BPM (Maré) vai permanecer com as viaturas baseadas na região.