by Gabriel Novis
É assim que interpreto esse novo escabroso escândalo no Senado da República. Vamos aguardar os acontecimentos para não condenar inocentes.
No mínimo, é muito esquisita essa intimidade explícita entre um representante do poder judiciário federal, investido em um alto cargo político, com o maior contraventor do centro-oeste do Brasil, hoje descansando em um presídio.
A presidente desta nação republicana declarou recentemente no exterior, que se absteve de comentar atrocidades cometidas contra a população do país ditatorial visitado, dizendo que assim procedia, porque todos nós (governo) temos telhado de vidro.
Ela conhece as coisas e, até certo ponto, tem toda a razão.
A degeneração do tecido social e a decadência dos nossos valores morais e éticos estão nos transformando em uma nação marginalizada do bem, em grupamentos de personagens motivados por ganâncias materiais.
Não dá mais para acreditar em ninguém. Conseguimos a proeza de nivelarmos a nação por baixo, em um governo de telhado de vidro.
Esse é o sentimento do povo nas ruas: descrente de tudo, onde se sente abandonado e traído. Não é pessimismo induzido, ou coisa de torcedor do quanto pior melhor. É a mais cruel das realidades.
Será possível combater o crime organizado que tomou conta deste país e do nosso Estado, sem a credibilidade das nossas autoridades de A a Z?
Há exceções que não nos salvam da catástrofe da incredibilidade.
Como combater as drogas, se a maioria dos nossos representantes, como antigamente citava o metalúrgico, e agora o deputado campeão do mundo, são picaretas?
Como impedir um aluno a comprar uma prova de vestibular, quando todos sabem que a política é um grande balcão de negócios, onde tudo tem preço, sempre remarcado?
Alguns acreditam que estamos no início de uma nova fase, purificada de maldades.
Não condeno ninguém, até por que o sensacionalismo faz parte da tragédia nacional da falta dos bons costumes.
Notícia dessa relação promiscua recebe o nosso repúdio, se verdadeira for.
Como orientar as nossas crianças, adolescentes e universitários?
Eles estão vendo que a associação com o crime organizado é o caminho mais curto para a fama ou para a morte.
Muitos preferem correr o risco, e nós, da periferia do poder, ficamos apáticos, imobilizados, sabendo que essa é a regra do poder republicano.
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