domingo, 15 de abril de 2012

Deic fará devassa em dados fiscais e telefônicos de suspeitos

 
 
Deic fará devassa em dados fiscais e telefônicos de suspeitos Divulgação/Polícia Civil
São apuradas suspeitas de fraude no contrato da SSP que deveria vender sucata para trituração Foto: Divulgação / Polícia Civil


Justiça abre sigilo de possíveis envolvidos em irregularidades no caso do ferro-velho


by Diogo Vargas *


Jogadas ao relento da imensidão do pátio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), no Bairro Areias, em São José, na Grande Florianópolis, peças como motores de caminhões e automóveis saíram da tutela do Estado para protagonizar suspeitas de crimes, afastamento de autoridades públicas e investigações complexas sobre os envolvidos. Um desvio cujas ramificações a polícia buscará esclarecer com a quebra de sigilos autorizada pela Justiça.

Documentos, troca de e-mails, fotografias e depoimentos — associados ao clima de descontentamento político por trás — fazem parte do polêmico inquérito da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). São apuradas suspeitas de fraude no contrato da SSP que deveria vender sucata para trituração, mas no qual acabaram sendo descobertos desvios de peças que seriam revendidas.

Uma tentativa de se aprofundar e descobrir até que ponto foram essas suspeitas será intensificada a partir de segunda-feira pela Deic. De acordo com o delegado Alexandre Carvalho de Oliveira, da divisão de furtos e roubos de veículos, a Justiça de São José autorizou a quebra, pedida pela Deic, de sigilos fiscais, bancários e telefônicos de sete suspeitos no caso.

A polícia ainda não recebeu as informações, mas poderá ter acesso aos dados confidenciais de servidores públicos e empresários nos próximos dias. Um dos objetivos é esclarecer a relação entre a Comissão de Leilões do Detran e empresa G-Truck, de Joinville, um dos destinos das peças que saíram irregularmente do complexo de São José e de Tijuquinhas.

A G-Truck é a dona do maior pátio em que ficam os veículos apreendidos em Joinville. Nos últimos anos, o local também sediou leilões de veículos feitos pelo Estado. Até quinta-feira, a comissão era presidida pelo tenente-coronel José Theodósio de Souza Júnior, afastado pelo secretário da SSP, César Grubba, por omissão na fiscalização do contrato da sucata. Além de Theodósio, outros quatro integrantes da comissão foram afastados e sofrerão processos administrativos. O DC não conseguiu localizá-los, nem pela assessoria de imprensa.

A G-Truck, de acordo com a Deic, apareceu de forma ainda não esclarecida no transporte das peças do complexo para Joinville. A Gerdau, quem venceu a licitação para a trituração das peças, disse à polícia em depoimento que contratou verbalmente o serviço.

A polícia ainda não sabe a dimensão da parceria entre Estado e G-Truck. O DC procurou na sexta-feira o dono da empresa, Sidney Martins, mas ele não foi encontrado por telefone. Em manifestações na semana passada, Sidney disse que tinha nota fiscal, que os motores estariam velhos e não poderiam mais ser comercializados. Por isso, os devolveria ao Estado.

Além dos dados dos investigados, a Deic vai ouvir o próprio secretário Grubba e o seu secretário-adjunto, coronel Fernando de Menezes. Ele prestarão depoimento como testemunhas em data ainda não definida.

                                                                                                                  * Colaborou Gabriela Rovai

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