"Depois de cinco décadas de isolamento, o cantor e compositor Geraldo Vandré, que se transformou em um dos maiores enigmas da MPB, resolve finalmente quebrar o silêncio. Autor de clássicos como “Disparada” e “Pra Não Dizer que Falei das Flores”, Vandré deu uma entrevista ao repórter Geneton Moraes Neto no dia em que completava 75 anos de idade, 2m 2012. Desde que voltou do exílio, no segundo semestre de 1973, ele não falava para a televisão" ( Globo News)
Este ano aos 82 anos, Vandré apresentou-se em João Pessoa, e o Concerto ocorreu nos dias 22 e 23 de março, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo
Este ano aos 82 anos, Vandré apresentou-se em João Pessoa, e o Concerto ocorreu nos dias 22 e 23 de março, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo
by Wikipedia
Geraldo Vandré, foi um nome artístico utilizado
por Geraldo Pedroso de Araújo Dias (João Pessoa, 12 de setembro de 1935)
até 1973[1] e pelo qual continua sendo
conhecido até a atualidade. Geraldo é advogado, e um dos maiores cantores e compositores brasileiros. Seu sobrenome é uma abreviatura do sobrenome do
seu pai, José Vandregísilo.
Foi o primeiro filho do casal José Vandregísilo e Marta. O nome
artístico Vandré é uma abreviatura do segundo nome do pai.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, tendo ingressado na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela qual se formou em 1961. Militante estudantil, participou ativamente do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Conheceu Carlos Lyra, que se
tornou seu parceiro em músicas como "Quem Quiser Encontrar o Amor"
e "Aruanda", gravadas por Lyra. Gravou seu primeiro LP,
"Geraldo Vandré", em 1964,
com as músicas "Fica Mal com Deus" e "Menino das
Laranjas", entre outras.
Em 1966, chegou à final do Festival
de Música Popular Brasileira da TV Record com o sucesso Disparada,
interpretado por Jair Rodrigues. A
canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de A Banda, de Chico Buarque.[2]
Em 1968, participou do III Festival
Internacional da Canção com Pra não Dizer que não Falei de Flores, mais
conhecida por Caminhando. A composição se tornou um hino de
resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura
militar durante o governo militar, e
foi censurada. O
Refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a
hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores. No
festival, a música ficou em segundo lugar, perdendo para Sabiá, de
Chico Buarque e Tom Jobim. A música Sabiá foi
vaiada pelo público presente no festival, que bradava, exigindo que o prêmio
viesse a ser da música de Geraldo Vandré.
Simone foi
a primeira artista a cantar Pra não dizer que não falei de flores após
do fim da censura.
Hoje, Geraldo Vandré reside no centro da cidade de São Paulo, mas sempre viaja para o Rio de Janeiro ou Imbituba, no litoral sul de Santa Catarina. Em
2010 concedeu uma polêmica entrevista a Geneton Moraes Neto,
criticando o cenário cultural brasileiro desde os anos 1970 e afirma que seu
afastamento da música popular não foi causado pela perseguição sofrida
pela ditadura
militar, mas sim, pela falta de motivação para compor ao público
brasileiro, vítima do processo de massificação cultural.
Carreira artistica
Primeiras
canções
Vandré iniciou carreira musical nos anos 60, tornando-se famoso,
pelas suas músicas que se tornaram
ícones da oposição ao regime
militar de 1964, como "Porta Estandarte",
"Arueira", "Pra não dizer que não falei de flores", entre
outras. Canções legitimamente populares.
O sucesso maior veio com "Disparada", vencedora junto com A
Banda de Chico Buarque do Festival
da Canção da TV Record em 1966.
Ao saber que sua música havia ganhado Chico Buarque, solicitou que "A Banda"
dividisse o primeiro lugar com "Disparada", história desconhecida até
2003 quando Zuza Homem de Mello,
lançou seu livro "A era dos Festivais - Uma Parábola". Neste livro
ele revela que Chico Buarque ao
saber que sua música havia ganhado, não concordou com o resultado, pois
considerava "Disparada" melhor e não aceitaria o prêmio, a situação foi
resolvida quando foi informado que ele e Geraldo Vandré dividiriam o prêmio.
Em 1968 ao defender "Pra não
dizer que não falei de flores" no "Festival de Música
Popular Brasileira" criou um dos hinos da resistência ao regime militar
que ficou conhecido pela primeira palavra: "Caminhando". Além de
estar em uma nova situação envolvendo ele e Chico Buarque. "Sabiá" de Tom jobim e Chico Buarque foi declarada vencedora, mas o
público se revoltou, pois queriam "Pra não
dizer que não falei das flores" que acabou ficando em segundo
lugar. Enquanto se apresentavam Cynara e Cybele ao lado de Tom Jobim e Chico Buarque foram vaiados durante a
apresentação como música campeã. Este se tornou um dos momento mais
emblemáticos da história dos festivais.
Canções após o exílio
Após o exílio, Vandré foi vigiado de perto pelos militares, sem poder
expressar o retrato do Brasil à época. Logo após o Retorno ao Brasil, Vandré
compôs a canção "Fabiana", em homenagem à Força Aérea Brasileira.
Geraldo Vandré abandonou a vida pública e se afastou do mundo artístico,
atuando como advogado [3]. Tal afastamento foi alvo de inúmeros
boatos que vinculavam sua suposta descrença na esquerda, sua mudança ideológica
e seu abandono da vida artistica a supostos atos de tortura que teriam sido
infligidos a Vandré pelo governo militar. O próprio Vandré na entrevista de
2000 afirmou ter se exilado por vontade própria, e disse ter abandonado a
carreira artistica devido ao fato de que a imagem de "Che Guevara
Cantor", pregada nele pela esquerda, abafa sua obra. O que é certo, é que
ainda hoje, não há espaço para suas canções. Não há espaço para a cultura
popular brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário