Lula e Sarney dão as cartas da CPI
Maria Lima e Cristiane Jungblut
O Globo
A mais de mil quilômetros de Brasília, a dupla formada pelo ex-presidente Lula e pelo presidente do Senado, José Sarney, está orientando a estratégia da CPI Mista do Cachoeira – que será criada nesta quinta-feira no Congresso, em sessão marcada para as 10h30m, pela vice-presidente do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES). Nesta quarta-feira, Lula e Sarney, em tratamento no Sírio-Libanês, receberam mais um grupo de políticos do PMDB. O mesmo Lula que incentivou a criação da CPI, a despeito dos alertas do próprio PMDB e de setores do PT, deu uma ordem expressa: os dois maiores partidos da base devem se unir e usar a maioria para blindar o governo Dilma Rousseff e não deixar que a CPI respingue no Planalto.
Estiveram nesta quarta-feira com Lula e Sarney no hospital o vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e o ministro da Previdência, Garibaldi Alves. Na segunda-feira, Lula e Sarney — que já anunciou uma licença médica de 15 dias — receberam os líderes no Senado do PMDB, Renan Calheiros (AL), e do PTB, Gim Argelo (DF), e o do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), além do ex-líder Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Segundo relato de um dos participantes da reunião desta quarta-feira, Lula, ao discutir a estratégia, mostrou preocupação com o direcionamento que a oposição pretende dar, priorizando as investigações na empreiteira Delta e no ex-ministro José Dirceu. Pediu que PT e PMDB usem a maioria para tratorar e impedir a aprovação de “requerimentos inconvenientes”.
— Temos que usar a maioria para evitar o que for inconveniente. Vocês têm que unir os partidos aliados, colocar gente de confiança nos postos-chave, e não podem deixar que a CPI desvie do foco e contamine a área do governo — orientou Lula, conforme relatou ao GLOBO um dos interlocutores da dupla.
CPI só deve ser instalada na quarta
Na análise feita no que já está sendo chamado de o “QG do Sírio”, Lula avaliou que o foco vai ficar restrito ao Centro-Oeste: os governadores Marconi Perillo (PSDB), de Goiás; Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e outros envolvidos com o esquema de Cachoeira. Um dos presentes alertou:
— O único risco é estourar alguém via Delta.
Politicamente, os partidos querem, com o ato desta quinta-feira, dar uma sinal de que a CPI não ficará no papel. Mas os líderes têm até terça-feira para indicar seus representantes. Assim, a CPI só deve ser instalada na próxima quarta-feira. A realização da sessão foi acertada em reunião de Rose de Freitas, à tarde, com os líderes dos partidos.
— Espero que todos compareçam. A tradição das CPIs é de muita eficiência nesta Casa. E esta foi criada em tempo recorde, com a coleta das assinaturas. Por isso, não acredito que os líderes fizeram tudo isso para fazer uma encenação. Há fatos concretos para serem investigados. Acredito que na quarta-feira a CPI seja instalada — disse a deputada.
Segundo a Secretaria Geral da Mesa do Senado, que confere as assinaturas, a CPI contava com o apoio de 70 senadores e 337 deputados, sendo que mais 24 deputados estavam tendo suas assinaturas checadas. Os parlamentares têm até a meia-noite da data de leitura do requerimento, portanto, meia-noite desta quarta-feira, para retirar assinaturas ou aderir ao pedido.
O PT deve utilizar todo o prazo regimental para formalizar os nomes que farão parte da CPI. O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), que indicará três titulares e três suplentes, afirmou, mais uma vez, que o governo não vai interferir nos trabalhos:
— Tem que haver seriedade na investigação, e sem cerceamento. Não acredito que o governo vá interferir. Não é uma CPI contra o governo, contra a oposição, mas é para apurar o crime organizado que usou o Estado brasileiro de forma ilegal.
No Senado, o líder do PT, Walter Pinheiro (BA), disse que o partido ainda analisa os nomes, mas a ideia também é esperar até terça-feira. Sobre o processo de escolha dos nomes do PT na CPI, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), brincou que faz parte do DNA do PT debater muito. Sobre a investigação, disse que não pode ser palco de disputa política:
— A CPI não é para fazer mais um espetáculo. Àqueles que quiserem fazer apenas a disputa política, peço que não se escalem.
Já a oposição se organiza para ficar unida na CPI. O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), confirmou o que Lula e Sarney temem. Para ele, o alvo é o governo, e não apenas o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO):
— Temos que estar com os olhos abertos, com nível máximo de cobrança para que não acabe em pizza. Inicialmente, tinha como alvo a oposição, mas agora o alvo mudou.
Já prevendo o rolo compressor, os senadores Pedro Taques (PDT-MT), Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foram na quarta-feira à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para pedir que a instituição, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Movimento de Combate à Corrupção acompanhem os trabalhos da CPI.
— A ideia é montar uma comissão com entidades organizadas da sociedade civil para acompanhar e fiscalizar a CPI — disse Randolfe.
O líder e presidente do DEM, senador José Agripino (RN), disse que a sociedade não vai aceitar que a CPI investigue os adversários do governo e proteja os seus:
— A base governista não terá condições políticas de ocultar investigações perante a sociedade .
ESPERAR O QUE DE QUEM
JÁ DECLAROU ISSO???
by Deise
Lula o Sarney do Brasil
by Adriana Vandoni
(Giulio Sanmartini) Quando Lula, ainda morava em casa emprestada pelo seu compadre Roberto Teixeira, Marisa Letícia comia em pé segurando o prato de pirex amar nas mãos, sua filha Lurian era uma ilustre desconhecida e seu “filhote” Fabio dava duro no zoológico doe São Paulo, seu esporte preferido era viajar (de carro) pelo país desancando o clã Sarney.
Hoje ele é o presidente do Brasil e “arrumou” todos os seus, com métodos pouco ortodoxos, o grande inimigo José Sarney, passou a ser grande aliado e protegido. Lula pela proximidade com este, pegou seus piores vícios.
A gangue que traz o estigma do nome Sarney, são os donos do estado do Maranhão, lá fazem o que bem entendem e estão acima da lei.
Lula com sua caterva tem a certeza, dentro de sua personalidade patológica, que é dono do Brasil e assim age distribuindo todos os tipos de benesses aos seus.
Ele vem dando uma demonstração de querer estar acima da Lei, com seu agressivo e contumaz desrespeito à Lei Eleitoral. Sobre esse grave fato escreve Dora Kramer (Lavoura Anárquica – 25/5), diz ela que há um grupo querendo que para defender Lula, quer considerar a Lei Eleitoral que o vem punindo com multas, algo superado: “Esta não caiu em desuso nem é alvo da argumentação fora de foco que considera a Lei Eleitoral obsoleta face a uma circunstância específica, mas esquece que ela vigorou de 1997 até a última eleição sem contestação.
Tornou-se inadequada porque o presidente Lula resolveu antecipar a campanha e revogou a norma na marra. A Justiça Eleitoral aceitou até março deste ano a imposição dessa regra do jogo.
Mas, agora, é de se perguntar: estabelecida a ocorrência do ilícito, pode o presidente continuar a agir ao arrepio do princípio maior da legalidade seja qual for a lei transgredida?”
Mudando de cenário, num escorregão ele demonstrou que se sente dono do Brasil e de tudo que tem nele. Foi nessa segunda feira (24/5) durante seu discurso no lançamento do canal internacional da TV Brasil, no Itamaraty, empolgou-se e soltou o seguinte: ““Eu reclamava muito com Franklin [Martins, ministro de Comunicação Social]. Falava: ‘mas rapaz, você deste tamanho não consegue fazer a minha TV internacional. Eu estou saindo daqui a sete meses, talvez nem veja a integração total da nossa televisão. Gostaria de ver antes de sair do governo”.
Quer dizer que a TV é dele? Mas não é ele que paga, não é mesmo? O caso de Lula já atingiu a ponto que se fazem necessários cuidados médicos.
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