Estadão
Na 'Economist', Dilma diz que
'modelo brasileiro' é solução para crise
SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff defendeu o controle da economia pelo Estado e os programas de transferência de renda no País - características de um modelo de combate à crise financeira mundial apresentados em um artigo publicado na revista britânica The Economist. Dilma afirma que os governos devem agir para evitar a instabilidade econômica e a desigualdade de renda provocadas por mercados sem regulação.
O artigo integra a revista 'The world in 2012', a mais recente edição de um projeto anual da The Economist com previsões e comentários sobre a economia e a política mundiais.
No texto, a presidente afirma que os países desenvolvidos podem tomar como lição o 'modelo brasileiro' de crescimento, apoiado em políticas salariais sólidas e o combate às desigualdades sociais.
'O acúmulo de dívidas não substitui o aumento de salários, e a autorregulação do mercado não substitui a regulação governamental', escreveu. 'O mundo rico agora busca um modelo econômico mais equilibrado e existem algumas políticas comuns que todos deveríamos perseguir em 2012 para construir democracias sustentáveis e inclusivas.'
Sem citar especificamente o nome de programas como o Bolsa Família, Dilma avalia que a transferência de renda para os mais pobres ajudou a expandir o consumo no Brasil e criou novas oportunidades de investimento. 'Hoje, o mercado consumidor crescente do Brasil sustenta o desenvolvimento econômico não só do Brasil, mas de toda a sua região', afirma.
Para a presidente brasileira, o mundo precisa elevar salários ao aumentar a produção para beneficiar a classe média. 'O mercado, por si só, não melhora a distribuição de renda. É necessária a ação dos governos.'
No artigo da The Economist, Dilma critica a guerra cambial e o protecionismo nas disputas comerciais entre os países.
Após destacar uma transformação na balança de distribuição de riquezas no mundo e a
emergência de países como o Brasil, Dilma defende também a reforma de instituições internacionais - como a ONU, o FMI e o Banco Mundial. 'Os países em desenvolvimento precisam ser ouvidos, e suas preocupações e contribuições devem ser levadas em consideração', afirma.
IBGE registra PIB estável no terceiro trimestre
IBGE registra PIB estável no terceiro trimestre
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficou estável no terceiro trimestre contra o segundo trimestre deste ano, divulgou há pouco o IBGE. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que iam de queda de 0,30% a uma expansão de 0,60% para o PIB nessa base de comparação, e em linha com a mediana projetada, de zero.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, o PIB apresentou alta de 2,1% no trimestre passado, situando-se também dentro das estimativas ouvidas pelo AE Projeções, que variavam de altas de 1,80% a 2,90%, mas abaixo da mediana, de 2,40%.
Ainda segundo o instituto, o PIB brasileiro acumula altas de 3,2% no ano e de 3,7% nos últimos 12 meses, até setembro. Apenas no terceiro trimestre de 2011, o PIB em valores correntes somou R$ 1.046,7 bilhões.
No período o PIB da indústria apresentou retração de 0,9% contra o trimestre imediatamente anterior, mas expansão de 1% na comparação com o terceiro trimestre de 2010. Já o PIB da agropecuária subiu 3,2% em relação ao segundo trimestre e 6,9% na comparação com igual período do ano anterior. O PIB de serviços, por sua vez, mostrou queda de 0,3% contra o segundo trimestre do ano e alta de 2% ante igual período do ano anterior.
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