Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3% da população, ou seja, mais de 170 milhões de indivíduos estão infectados pelo vírus da hepatite C. Dados mais recentes atribuem ao vírus HCV 20% dos casos de hepatite aguda, 70% dos casos de hepatite crônica, 40% dos casos de cirrose hepática, 60% dos casos de carcinoma hepatocelular e 30% dos casos de transplantes hepáticos realizados em países desenvolvidos.
- A hepatite C atinge 3 milhões de brasileiros.
Em um projeto para monitorar as estatísticas de casos de hepatite C no Brasil, o projeto VigiVírus, revelou que 61% dos pacientes analisados nesse estudo eram do sexo masculino. Com relação ao genótipo, 64% possuíam o genótipo 1, 33% do genótipo 3 e 3% do genótipo 2 e 4. Na região sul do Brasil, o genótipo 3 foi o mais prevalente (44%), quando comparado com as outras regiões (Sudeste=26% e Nordeste=27%). Além disso, dados mostram que no Brasil, entre doadores de sangue, a prevalência do vírus da hepatite C é de 1,2%.
Em um projeto para monitorar as estatísticas de casos de hepatite C no Brasil, o projeto VigiVírus, revelou que 61% dos pacientes analisados nesse estudo eram do sexo masculino. Com relação ao genótipo, 64% possuíam o genótipo 1, 33% do genótipo 3 e 3% do genótipo 2 e 4. Na região sul do Brasil, o genótipo 3 foi o mais prevalente (44%), quando comparado com as outras regiões (Sudeste=26% e Nordeste=27%). Além disso, dados mostram que no Brasil, entre doadores de sangue, a prevalência do vírus da hepatite C é de 1,2%.
A hepatite C é causada pelo vírus HCV que contém RNA,
da família Flaviridae e gênero Hepacivirus.
Transmissão da Hepatite C
A principal via de transmissão do vírus da hepatite C é o contato com sangue contaminado. Ocorre também transmissão durante o ato sexual , embora seja rara, ou por contato com materiais contaminados por sangue, como seringas, agulhas, alicates de unha, instrumentos usados em tatuagens, dentre outros.
A transmissão também pode acontecer durante o parto, de forma vertical. Apesar se relatos sobre a presença do vírus em outras secreções, como saliva, leite, urina e esperma, não há dados conclusivos sobre a transmissão através do contato com esses derivados do plasma.
Os grupos de risco de contágio
da hepatite C incluem:
- receptores de sangue por transfusão;
- usuários de drogas injetáveis;
- pacientes em hemodiálise;
- profissionais da área da saúde que tenham contato direto com sangue ou fluídos corporais;
- (indivíduos com comportamento sexual promíscuo e sem proteção).
Crianças infectadas com hepatite C parecem ter evolução mais benigna do que aquelas com hepatite B. Em um estudo com crianças infectadas com hepatite C genótipo 1, 45% curaram espontaneamente. A progressão da doença também parece ser mais lenta do que nos adultos que adquiriram a doença.
A co-infecção HCV-HIV é comum. Em um estudo europeu de 3000 portadores de HIV, 33% eram anti-HCV positivos (75% nos usuários de drogas endovenosas). A progressão para a cirrose é muito mais rápida nesses pacientes, chegando a 25% em 15 anos em um estudo.
A co-infecção HBV-HCV aumenta a velocidade do desenvolvimento de cirrose e hepatocarcinoma.
SINTOMAS DA HEPATICE C
Diferente das hepatites A e B, a maioria dos pacientes desenvolve doença lenta e crônica, sendo que cerca de 85-90% são assintomáticos ou apresentam sintomas não específicos, como letargia, dores articulares, náuseas, cansaço, dentre outros.
Cerca de 15% dos pacientes apresentam sintomas agudos que incluem icterícia, febre, dores abdominais, mal estar, diarréia e fadiga. Após alguns meses, esses pacientes se curam naturalmente.
Dos pacientes que apresentam doença crônica, 40% progridem rapidamente para cirrose e morte, 25% progridem lentamente para cirrose e morrem ao final de 10 anos e outros 35% morrem após 20 anos. O câncer hepático surge após cerca de 30 anos em 5% dos casos.
Diagnóstico da Hepatite C
Assim como na hepatite B, o principal método de diagnostico de hepatite C é a sorologia para o anti-HCV pelo método ELISA e/ou Imunoblot. Existem outros métodos para detecção do RNA viral, que se encontra no sangue de 7 a 21 dias após a infecção. Há varias técnicas, sendo que o PCR qualitativo e quantitativo alguns desses métodos. Além disso, uma forma eficaz de se determinar a gravidade da doença é através de uma biopsia do tecido lesionado, embora haja algumas técnicas menos invasivas para tal determinação.
Complicações da Hepatite C
Alem dos sintomas hepáticos, o vírus pode levar a algumas manifestações extra-hepáticas através da estimulação, como o surgimento de linfoma de células B, fibrose pulmonar idiopática, úlcera de córnea, tireoidite autoimune, glomerulonefrite membranoproliferativa, fenômeno de Reynaud, dentre outros. Além disso, a hepatite C pode evoluir para o carcinoma hepato-celular e cirrose hepática. As complicações da cirrose hepática incluem ascite, hemorragias digestivas, peritonite bacteriana espontânea e encefalopatia hepática.
Tratamento Hepatite C
As principais drogas usadas para a infecção crônica da hepatite C são o interferon alfa e ribavirina em esquema combinado. A eficácia desse esquema é de cerca de 60%, entretanto, nem todos os pacientes respondem de maneira igual à terapia e varia entre 45 e 55 por cento no genótipo 1 e ronda os oitenta por cento nos genótipos 2 e 3. O esquema de terapia atualmente indicado pelos órgãos mundiais de saúde é o seguinte:
- - interferon alfa 3.000.000 unidades por via subcutânea 3 vezes por semana;
- - ribavirina 1.000 mg ao dia por via oral em < 75 kg e 1.200 mg em > 75 kg.
São considerados fatores benignos ao tratamento:
- - genótipo do vírus que não seja o 1;
- - baixa viremia (quantidade de vírus no sangue);
- - ausência de fibrose ou cirrose ao início do tratamento.
E fatores de menor resposta ao tratamento:
- - genótipo 1;
- - alta viremia (> 800.000 UI/mL);
- - fibrose avançada ou cirrose compensada (a descompensada contra-indica o tratamento);
- - obesidade;
- - raça negra;
- - uso descontinuado ou redução na dose da medicação (sendo o primeiro pior que o segundo);
- - idade avançada;
- - consumo de bebida alcoólica
- - acúmulo de ferro no fígado.
São considerados contra-indicações ao tratamento combinado das duas drogas:
- - anemia (hemoglobina < 12 g/dL em mulheres e < 13 g/dL em homens);
- - leucopenia (leucócitos < 1.500 / mm3);
- - plaquetopenia (plaquetas < 100.000 / mm3);
- - hepáticas (transaminases normais; cirrose descompensada);
- - cardiovascular (coronariopatia);
- - endocrinológica (diabetes descompensado);
- - doenças autoimunes;
- - neuropsiquiátricas (vertigens; doença psiquiátrica severa);
- - obstétrica (gestação ou incapacidade de anticoncepção).
O PEG-interferon alfa é uma alternativa ao interferon alfa, sendo que essa molécula apresenta absorção e eliminação mais lentas. É importante que antes de qualquer conduta, um médico seja consultado.
Novos tratamentos contra a hepatite C
Os novos tratamentos, o telaprevir e o boceprevir ativos contra o vírus HCV tipo 1 (vírus majoritário no Brasil) são muito promissores em combinação com os dois primeiros descritos acima, estes tratamentos já estão disponíveis no Brasil.
Ambas as drogas melhoram significativamente as chances de sucesso do tratamento (por exemplo, de 70 a 90% dos pacientes são curados com telaprevir em seis meses ao invés de um ano como antes).
Estes dois novos medicamentos que são na verdade, inibidores da protease podem aumentar a resposta virológica de maneira continua (com uma correlação com a cura clínica) em comparação com a terapia convencional (interferon e ribivirina). [Fonte: Pharmavista.net, Suiça, junho 2011].
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