Bastidores: 
Tânia Monteiro e Vera Rosa
O Planalto ordenou ao ministro Fernando Pimentel  (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) uma terapia de choque de publicidade  para neutralizar as suspeitas de tráfico de influência.
Escolada com a crise que culminou com a demissão do ex-ministro  da Casa Civil Antonio Palocci, em junho, a presidente Dilma Rousseff recomendou  que Pimentel não se esconda e dê todas as explicações necessárias à imprensa,  rebatendo cada uma das revelações. Há uma forte preocupação no Planalto com o  desgaste que ele possa sofrer caso persistam denúncias na imprensa. O ministro  atuou como consultor, através da firma P-21, para empresas que depois foram  contratadas pela Prefeitura de Belo Horizonte, cidade da qual Pimentel foi  prefeito.
O Planalto pretende com a 'vacina' da publicidade evitar  comparações entre Pimentel e Palocci, que não revelou seus clientes e manteve  silêncio sobre sua atividade de consultor. O governo alega que o volume de  recursos recebidos por Pimentel se assemelha a valores pagos a consultorias e  que o trabalho feito pelo ministro foi realizado após deixar a prefeitura.
As declarações dadas ontem pelo ministro Gilberto Carvalho  (Secretaria-Geral) seguem essa linha.'Estou tranquilo, porque ele vem  respondendo as denúncias', disse. Para Carvalho, a situação é 'bem diferente' do  caso Palocci, pois as consultorias ocorreram quando Pimentel não era nem  ministro, nem prefeito.
No entanto, o fato de as denúncias do jornal O Globo terem se  espalhado por outros veículos, chegando à TV, é considerado negativo pelo  governo. Pimentel, um dos poucos ministros que têm acesso direto à presidente,  tem conversado com Dilma com a mesma frequência e têm dado explicações - até  agora, consideradas satisfatórias. Pimentel acredita que esteja sendo alvo de  fogo amigo do PT mineiro.
Mesmo tendo conseguido evitar a convocação da Câmara, há um  temor de que, se persistirem as denúncias, ocorram outras tentativas, o que  seria ruim para o governo. Cada operação desse tipo demanda presença em plenário  da base aliada, o que é politicamente oneroso.
Também tornou-se motivo de apreensão no Planalto a oposição ter  encaminhado à Comissão de Ética da Presidência pedido de abertura de processo  para apuração de conduta ética do ministro. Na semana passada, a comissão acabou  sendo desautorizada por Dilma, quando a presidente questionou as razões pelas  quais o colegiado decidiu recomendar a demissão do ex-ministro do Trabalho  Carlos Lupi.
Conta a favor de Pimentel a proximidade do fim do ano e do  recesso legislativo. O governo espera que o período de festas contribua para  diminuir a pressão sobre o ministro.
 
 
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