terça-feira, 1 de maio de 2012

Bicheiro negociou compra de partido



Gravações feitas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo indicam que o bicheiro Carlinhos Cachoeira negociou a compra do controle de um partido político.
No dia 5 de maio de 2011, apontam os grampos, Cachoeira havia jantado com Marconi Perillo (PSDB) na casa do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). No dia seguinte, Cachoeira conversa com Edivaldo Cardoso, ex-presidente do Detran-GO, que também participara do encontro. “O partido que o Marconi falou ontem é o P de pato, R, P de pato?”, pergunta Cachoeira, se referindo ao nanico PRP (Partido Republicano Progressista).
Cachoeira prossegue: “O cara de Brasília, que eu ajudei muito na campanha, é do partido. (…) Hoje é chefe de gabinete do Agnelo.” O bicheiro se refere ao então chefe de gabinete do governador petista, Cláudio Monteiro, que foi candidato a deputado distrital pela sigla, em 2010. O tio dele é presidente do PRP em Brasília.
Três dias depois desse diálogo, Cachoeira fala com o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, apontado como o araponga do grupo, que sugere contato com outro nanico, o PRTB. “Lá é o Levy Fidelix o presidente. Aí alguém tem que ligar lá pra falar pra ele vir a Brasília”, diz Dadá.
No mesmo dia, Cachoeira pede para o ex-vereador Wladimir Garcez, apontado pela PF como seu assessor e contato direto do grupo com Perillo, mandar mensagem “para o nosso maior”, perguntando “se é bom pegar o PRTB.”
No dia 16 de maio, Dadá diz a Cachoeira que Levy Fidelix, do PRTB, chegaria a Brasília para tratar do assunto. Um dia antes, no entanto, Cachoeira havia manifestado estar “de olho” no PRP e que o objetivo era “tomar o partido”.
O atual presidente da sigla em Goiás, Jorcelino Braga, se filiou à legenda em setembro, quatro meses após o diálogo.
Em outros grampos da PF naquele mesmo mês aparecem menções a valores a serem pagos a um partido, não identificado. Em um deles, Dadá informa a Cachoeira ter conversado com um advogado, que teria aumentado o preço da transação, de R$ 200 mil para R$ 300 mil.
“Que que isso? Está roubando”, reclama Cachoeira. Dadá diz que, feito o pagamento, Cachoeira poderia nomear o presidente estadual e, posteriormente, os diretórios municipais, ficando com o controle da sigla. Cachoeira diz para oferecer R$ 150 mil, podendo chegar a R$ 200 mil.

(Leia a íntegra da matéria aqui)

by Fernando Mello, Breno Costa e Leandro Colon
 – Folha

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