Entidades querem federalizar 
  
Gravação mostra deputado
pedindo a mulher que aborte
crimes 
contra jornalistas
Entidades que representam jornalistas pediram ao governo a 
federalização dos crimes contra a categoria. Em uma reunião nesta quinta com a 
ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, as 
associações que reúnem empresas e profissionais da área cobraram a mudança de 
foro como uma forma de acelerar as investigações e desencorajar o tipo de 
atentado em que foi assassinato, na semana passada, o jornalista maranhense 
Décio Sá.
'A impunidade tem estimulado a multiplicação dos casos de 
violência. Em raríssimos casos os responsáveis são identificados e punidos', 
afirmou o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo. 
Maria do Rosário explicou que existe hoje a possibilidade de federalizar crimes 
de direitos humanos como extermínio - caso em que se enquadrariam várias mortes 
de jornalistas - mas é preciso fazer o pedido ao Superior Tribunal de Justiça e 
os casos são analisados um a um.
A ministro informou, ainda, que a secretaria vai criar um 
observatório para acompanhar as investigações de atentados contra 
jornalistas.
Ministra compara métodos da
ditadura aos do nazismo
A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do 
Rosário, comparou os métodos usados por agentes durante a ditadura militar, 
descritos no livro Memórias de Uma Guerra Suja, divulgado na última 
quarta-feira, a ações do tempo do nazismo. A ministra fez questão de ressaltar 
não ter lido o livro do ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo Cláudio 
Guerra.
O livro de Guerra, uma coletânea de entrevistas dadas aos 
jornalistas Marcelo Netto e Rogério Menezes, traz a informação de que opositores 
do regime militar teriam sido incinerados nos fornos de uma usina de 
cana-de-açúcar em Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro. O 
ex-delegado afirma ter ele mesmo levado os corpos até o local.
'As declarações são graves e trazem a público métodos 
comparáveis ao nazismo', afirmou. 'Mas todas essas declarações e todas as outras 
que surjam podem e devem ser trabalhadas no âmbito da Comissão da Verdade', 
afirmou. A comissão, no entanto, ainda não foi instalada, já que seus membros 
não foram indicados.
A escolha está a cargo da presidente Dilma Rousseff e os 
ministros, mesmo ligados diretamente ao tema, como Maria do Rosário, tomam muito 
cuidados em não tratar do assunto. A ministra se recusou a comentar o atraso na 
nomeação, que deveria ter sido feita no mês passado. A expectativa é que os 
nomes sejam indicados na próxima semana.
Gravação mostra deputado
pedindo a mulher que aborte
Uma gravação de três minutos, divulgada no Youtube, mostra o  deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) pressionando uma mulher a abortar o filho  supostamente dele. O diálogo entre os dois é áspero e a mulher, identificada  como Josy, recusa-se a fazer o aborto e cobra de Jordy que lhe dê apoio durante  a gestação.
No momento mais tenso, Josy argumenta: 'Tu estás pensando que a  minha vida é fácil, que eu vou pegar, chegar contigo e dizer `Tá bom, eu vou  fazer o aborto?'''. O deputado retruca: 'Eu não tô dizendo que é uma decisão  fácil, mas é uma decisão, Josy'. A discussão prossegue e Jordy promete pagar as  custas do aborto e até psicólogo para ela 'superar o trauma'. Sem acordo, ele  tenta o argumento decisivo: 'Josy, eu não tenho a menor condição! Eu pago três  pensões. Isso é uma loucura!'
Josy insiste que tem dúvidas e medo, e diz que sua decisão é  manter a gravidez. 'Preciso saber se vou ter seu apoio, se tiver de carregar o  bebê nove meses na barriga', diz ela. O deputado tenta sua última cartada. 'Uma  criança é pro resto da vida, eu não tenho condições, Josy. Eu não tenho tempo  nem de cuidar dos meus filhos que já estão aí'. Jordy é candidato a prefeito de  Belém.
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José  Carlos Araújo (PSD-BA), informou que o órgão só levará o caso à análise se for  provocado por um partido, por entidade civil ou por alguma decisão judicial.  Segundo ele, o conselho nunca julgou um parlamentar por esse tipo de situação,  embora aborto seja crime com pena de um a três anos de detenção prevista no  Código Penal.
Para o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder da  bancada evangélica no Congresso, trata-se de um episódio típico da vida privada,  que nada tem a ver com a atuação parlamentar. Mas o castigo de Jordy,  independentemente de processo no conselho, já está dado. 'A essa altura já  abortaram a candidatura dele', ironizou o deputado, autor de uma proposta de  emenda constitucional que torna o crime de aborto cláusula da Carta Magna.
Em nota, o deputado assume que a voz do áudio é sua mas alega  que o diálogo mostra apenas seu cuidado com a gravidez, 'não sobre abortar o  filho'. Ele disse que a mulher, uma namorada casual, entrou com ação de  alimentos 'gravídicos' pedindo 40% de seus vencimentos, negada pela justiça.  Informou ainda que moveu ação para comprovação de paternidade por meio de exame  de DNA.
O deputado revelou que tem cinco filhos e participa ativamente  da vida de todos. Mas explicou que é separado, 'portanto solteiro' e por isso  tem direito a se relacionar com mulheres maiores de idade. Atualmente com 26  anos, Josy está no oitavo mês de gravidez. 'Esse relacionamento foi fortuito,  mas tenho notas fiscais que demonstram que, desde o inicio, mesmo não tendo  certeza se o filho é meu, venho ajudando', garantiu. Ele disse que comprou  carrinho de bebê e bercinho, além de pagar o plano de saúde da mãe.
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