Buck Jones, (não gostava de seu nome - Amaro - e adotara um nome de guerra de um heroi de estorias em quadrinhos), mas como dizia, Buck, chegara em casa, como de hábito, pela madrugada, e como de hábito, tomara, sem intervalo, três doses generosas de Gim, importado. Sua esposa dormia, já acostumada a rara presença do marido. Buck, estava contente. Assinara um aditivo à uma obra já superfaturada, e tirando os 10% do partido, lhe sobrara algo em torno de $800.000,00 reais em dinheiro vivo; Buck, experiente, não aceitava cheque nem depósito. Pegou na geladeira qualquer coisa congelada, e dez minutos depois de um rápido micro-ondas, frente a uma televisão de 75 polegadas, aconchegara-se a uma "poltrona do papai", e engolia, sem pausas, o que aparentava ser um Strogonof, de pelo menos, dois dias no freezer. O partido estava satisfeito com ele, jamais deixara de pagar o dizimo de suas negociatas, e chegou a ouvir quaquer coisa, como lhe darem um cargo de direção. Mas como explicar a sensação de um profundo tédio, e uma ânsia de vômito que ensaiava subir-lhe garganta acima? Tentou correr para o banheiro, mas o tédio, o Strogonof, já lhe escorriam pela roupa,indo manchar o tapete indiano, que um companheiro trouxera,sem ter que passar pela aduana. A televisão, já fora do ar, tinha, como imagem, os risquinhos tipicos de final de programação. Sem que Buck desse conta, viu-se jovem, cheio de ideais, lutando por um mundo melhor, discursando no final da formatura, com os sorrisos orgulhosos de seus pais e a namorada que viria a ser sua futura esposa..." O que fiz da minha vida?" lembrou-se de um verso de Fernando Pessoa, ele,cento e vinte quilos, arritmia cardiaca, arfando para subir até o segundo andar de sua mansão de mais de dois milhões de dólares. Entrou no chuveiro, vestido como estava. Queria limpar o vômito, o tédio, a alma... Deitou-se nú, ao lado daquela que outrora, fora a Miss do cientifico, e com o tempo engordara quase tanto como Amaro.Olhar fixo no teto,sem perceber as lágimas que escorriam abundantes por seu rosto,pelo travesseiro de plumas...Quem sabe, amanhã, ele não poderia dar um novo rumo à vida? Voltar a ser o Amaro, ético, orgulho de seus falacidos pais...Não pode concuir: uma dor fortissima no braço esquerdo, e tudo escureceu para sempre na vida e no projeto de um novo Amaro...
Buck Jones, (não gostava de seu nome - Amaro - e adotara um nome de guerra de um heroi de estorias em quadrinhos), mas como dizia, Buck, chegara em casa, como de hábito, pela madrugada, e como de hábito, tomara, sem intervalo, três doses generosas de Gim, importado. Sua esposa dormia, já acostumada a rara presença do marido. Buck, estava contente. Assinara um aditivo à uma obra já superfaturada, e tirando os 10% do partido, lhe sobrara algo em torno de $800.000,00 reais em dinheiro vivo; Buck, experiente, não aceitava cheque nem depósito. Pegou na geladeira qualquer coisa congelada, e dez minutos depois de um rápido micro-ondas, frente a uma televisão de 75 polegadas, aconchegara-se a uma "poltrona do papai", e engolia, sem pausas, o que aparentava ser um Strogonof, de pelo menos, dois dias no freezer. O partido estava satisfeito com ele, jamais deixara de pagar o dizimo de suas negociatas, e chegou a ouvir quaquer coisa, como lhe darem um cargo de direção. Mas como explicar a sensação de um profundo tédio, e uma ânsia de vômito que ensaiava subir-lhe garganta acima? Tentou correr para o banheiro, mas o tédio, o Strogonof, já lhe escorriam pela roupa,indo manchar o tapete indiano, que um companheiro trouxera,sem ter que passar pela aduana. A televisão, já fora do ar, tinha, como imagem, os risquinhos tipicos de final de programação. Sem que Buck desse conta, viu-se jovem, cheio de ideais, lutando por um mundo melhor, discursando no final da formatura, com os sorrisos orgulhosos de seus pais e a namorada que viria a ser sua futura esposa..." O que fiz da minha vida?" lembrou-se de um verso de Fernando Pessoa, ele,cento e vinte quilos, arritmia cardiaca, arfando para subir até o segundo andar de sua mansão de mais de dois milhões de dólares. Entrou no chuveiro, vestido como estava. Queria limpar o vômito, o tédio, a alma... Deitou-se nú, ao lado daquela que outrora, fora a Miss do cientifico, e com o tempo engordara quase tanto como Amaro.Olhar fixo no teto,sem perceber as lágimas que escorriam abundantes por seu rosto,pelo travesseiro de plumas...Quem sabe, amanhã, ele não poderia dar um novo rumo à vida? Voltar a ser o Amaro, ético, orgulho de seus falacidos pais...Não pode concuir: uma dor fortissima no braço esquerdo, e tudo escureceu para sempre na vida e no projeto de um novo Amaro...
...escuridão...um frio que lhe entrava por todo o corpo...Mas como...corpo? Amaro sentia-se vivo...tateava sem nada enxergar...o frio aumentava, tentou chamar por Clodiete, sua esposa, a voz não saia...pareceu girar na escuridão cada vez mais espessa...Um tempo que não soube precisar e a escuridão foi esmaecendo, permitindo à Amaro, distinguir formas embaçadas, contornos do que lhe pareceu uma caverna. Em meio a penumbra,outras formas assemelhavam-se à figuras humanas sem que no entanto, pudesse distinguir-lhes as feições. Um odor de carne putrefata lhe acompanhava, por mais que imaginasse poder sair daquela, que agora, se tornava mais nitida em sua visão: uma caverna, como que pendurada num abismo. As formas "humanas" cercavam-lhe cada vez mais próximas, sentia que encostavam em seu corpo; tentou empurrá-las - em vão - o odor aumentava, as formas, agora, lhe pressionavam, atravessavam seu corpo: Amaro gritou por socorro, mas a voz ficava presa na garganta...Por que? Amaro estava vivo, mesmo na névoa em que se transformara a escuridão, as sensações, embora terriveis,eram nitidas, insuportávelmente, nitidas... De repente, vozes, ou algo que lembrassem vagamente vozes, começaram a gritar ecoando por toda a caverna pendurada no abismo:- " ASSASSINO! ASSASSINO! ASSASSINO! As "vozes" pareciam ter o poder de fazer Amaro cair no chão,encolher-se em meio a uma massa viscosa, lamacenta,que imediatamente envolveu o corpo de Amaro...
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