Em um artigo, comento os recentes ataques ao ex-presidente Lula. Segue texto abaixo.
O artifício de usar os meios de comunicação para plantar supostas informações, bombardear uma manchete à exaustão com a intenção explícita de fazer uma lavagem cerebral no leitor/espectador/ouvinte/internauta, de forma articuladas em todos os veículos, é coisa da antiga, diriam os nossos antepassados. Carlos Lacerda fez isso com Getúlio Vargas, com Juscelino Kubitschek e seu vice, João Goulart, sem nunca desbancar seus desafetos, apesar do suicídio de Vargas.
A direita voltou à carga posteriormente com Jango para justificar o golpe militar que se seguiria. Enfim, não é de hoje que a oposição, que não conseguiu derrotar nem Lula e tampouco o PT no voto, tentam alcançar de novo o espaço perdido, como se a história fosse estática e a sociedade um ser inanimado, destituído de vivência e capacidade analítica. A boa notícia é que apesar de parecer, esse não é o Dia da Marmota (pra quem não sabe, ou não se lembra, é o enredo de um filme americano, em que um repórter, escalado mais uma vez para cobrir as festividades do Dia da Marmota numa pequena cidade do estado da Pensilvânia cai em um "feitiço do tempo", e todos os dias seguintes passam a se repetir sempre iguais ao Dia da Marmota).
Enquanto a mídia corporativa ainda está presa no feitiço do tempo, o Brasil muda e vai, cada dia mais, dando menor importância aos fatos por ela noticiados. O julgamento da Ação 470 no STF coincidentemente marcado para antes e durante o período eleitoral, imaginavam os opositores do PT, serviriam para enfraquecer o partido. Não foi o que aconteceu. O PT recebeu 17.264.643 votos para prefeito, que é a maior votação de um partido nas eleições deste ano, conquistou 635 prefeituras nos dois turnos da votação e cresceu 14% em relação ao último pleito e ainda elegeu Fernando Haddad para a maior Prefeitura de São Paulo, que durante anos foi reduto tucano.
O crescimento do partido, mesmo em meio a um bombardeio desleal, faz crescer a ira e o medo dessa oposição, que agora usa um condenado, Marcos Valério, para atacar Lula. O próprio Procurador da República, que não nutre nenhuma simpatia pelo Partido dos Trabalhadores (ao contrário), afirmou que Valério inventa coisas que, quando investigadas não se confirmam. A mídia, só para variar, deu pouca (ou nenhuma) repercussão a essa declaração.
Lula e Dilma seguem em ascensão nas pesquisas, ao contrário da instituição imprensa, que viu sua confiabilidade despencar 10%. Segundo levantamento feito pela própria Folha de São Paulo, a desconfiança da população em relação à mídia tem aumentado. São dados que integram a mesma pesquisa em que Lula e Dilma aparecem como os eleitos à Presidência ainda no primeiro turno (com média de votação de 56%) se a eleição fosse hoje.
Atualmente, de cada cinco brasileiros apenas um declara “confiar muito na imprensa”. Mesmo assim, parte dos veículos de comunicação prefere ignorar seus leitores/espectadores/ouvintes/internautas e seguir plantando verdades que se desmaterializam à primeira análise e dar amplitude e aceitar de bom grado e de forma conivente declarações contra o PT vindas de pessoas muito suspeitas, sejam elas Marcos Valério, ou Carlinhos Cachoeira.
A boa notícia é que no Brasil hoje não é o Dia da Marmota.
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