sexta-feira, 13 de abril de 2012

Logradouros públicos

by Gabriel Novis Neves

 



Uma jornalista mostrou-me um convite em que sua excelência o governador do Estado, convida o povo de Mato Grosso para a inauguração de conjuntos habitacionais.
Digna de aplauso a decisão do governo em construir casas populares para os trabalhadores das nossas maiores cidades! É uma medida de cunho social que evita a proliferação de favelas nas nossas metrópoles.
A grande participação do governo estadual nessas obras resume-se à confecção de uma gigante placa que marcará o evento – muitas vezes até a chegada do próximo governo e a escolha do homenageado para o logradouro público.
A nossa Constituição diz que os bens públicos devem ser nomeados com datas históricas ou em homenagem à personalidades que prestaram serviços e se destacaram em atividades de desenvolvimento desta nação, estado ou município.
Alguém que possa servir de exemplo às atuais e futuras gerações.
Acontece que essa lei do mérito nunca foi cumprida em nosso Estado. Milhares de verdadeiros heróis locais estão apodrecendo na memória do povo com o passar dos anos. O especialista nesse assunto foi o nosso grande historiador Estevão de Mendonça.
Os oportunistas de plantão não deixam esquecidos os seus parentes, que no dizer do Millôr Fernandes, representa o detestável “culto à personalidade”.
Os carentes de notoriedade não percebem, pela cegueira da hipocrisia, que estão furando uma fila errada: a fila daqueles que alcançaram a celebridade e, por isso, são dignos de ser lembrados.
A lista dos pertencentes às “árvores genealógicas” merece o nosso respeito privado.
Bons tempos, não muito distantes, em que os construtores de uma cidade não permitiam o uso do nome dos seus construtores nos seus prédios.
Com o bom humor da nossa gente, e diante do nome desconhecido, virá a pergunta inevitável: quem é?
Diante de certas respostas, o diálogo será encerrado.
Tenho absoluta certeza que o conjunto habitacional, ora inaugurado, será batizado pelo povo com o nome de: “Conjunto Habitacional Quem É”.

Fazer o quê?

Um comentário:

Deise Brandão disse...

Jorge Gerônimo Hipólito comentou em 13 de abril de 2012 às 8:11 hs:


Se no limiar do “Capitalismo” houvesse flash de “Socialismo”, certamente, culminaria com “Políticas Públicas que motivaria a volta ao “Campo”. Desta feita, não haveriam favelas e nem mesmo o endividamento dos pobres, por conta dos financiamentos habitacionais. Desconfiadamente, eu penso que o endividamento prenderá os cidadãos e cidadãs (eleitores) aos governos. Por quê? Ora, porque a iniciativa, na essência é paternalista, consequentemente, os “filhos” continuarão dependentes “Ad aeternun”.

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