Estadão
A corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana  Calmon, disse hoje (25) que há um 'corporativismo ideológico perigosíssimo' nas  corregedorias do Poder Judiciário que favorece a infiltração de 'bandidos de  toga'. 'O corporativismo é uma visão ideológica. Ideologicamente você parte para  defender o Poder Judiciário, e você começa a não ver nada que está ao seu redor.  Você não vê sequer a corrupção entrando nas portas da Justiça, porque você acha  que, para defender o Judiciário, você tem que manter o magistrado imune às  críticas da sociedade e da imprensa', afirmou a ministra, ao participar da 9ª  Reunião Plenária Anual da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem  de Dinheiro (ENCCLA), em Bento Gonçalves (RS). 'À medida que nós continuamos com  o corporativismo, nós estamos favorecendo que as pessoas venham se esconder  nessa grande arrumação que fizemos: ''Aqui é muito bom, eu posso fazer e estou  fora do alcance da lei'''.
 Na avaliação da ministra, o Poder Judiciário padece de uma  ideologia de dois séculos de falta de transparência no País, em referência os  primeiros tribunais portugueses. 'Nada se esconde mais, um dos braços e  instrumentos da corrupção é exatamente esse fechamento. Você combate a corrupção  com transparência', afirmou. 'É uma cegueira causada pela ideologia. Não veem  que isso está se alastrando. Por isso eu falei dos bandidos de toga, porque é  uma infiltração, uma cultura que tem sido deletéria no Poder Judiciário'.
 A ministra afirmou que essa é uma das razões pelas quais a  atuação do CNJ vem sendo criticada por alguns magistrados e entidades de classe.  'Num primeiro momento, houve uma grita em relação à atuação do CNJ. Essa onda  passou, como se a intervenção estivesse sendo aceita, mas ela retorna em um  momento em que nós começamos a fazer uma apuração disciplinar. Ondas que se  repetem toda vez que o corporativismo, leia-se, ideologia, vem sendo atacado por  algum órgão, mesmo que estatal', afirmou. As informações são do jornal O Estado  de S. Paulo.
 
 
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