domingo, 24 de março de 2013

Vaticano é acusado de gastar R$ 58 milhões em complexo que abriga sauna gay Pelo menos 18 dos cardeais responsáveis pela escolha do Pontífice moram no local, em Roma




A basílica de São Pedro, em Roma

Um dia antes do início do conclave que irá eleger o Papa que substituirá Bento XVI, um novo escândalo sobre o Vaticano tomou conta da imprensa internacional. De acordo com o jornal “Independent”, a instituição religiosa teria gasto € 23 milhões (mais de R$ 58 milhões) em apartamentos de um prédio em Roma que abriga nada menos que a maior sauna gay da Europa.

Pelo menos 18 dos cardeais responsáveis pela escolha do Pontífice moram no local. Um deles é Ivan Dias, chefe da Congregação para Evangelização dos Povos, de 76 anos, que vive no mesmo andar onde funciona a sauna. Visto como um conservador, mesmo para os padrões atuais da Igreja, o ex-arcebispo de Bombaim teria ficado “horrorizado” com a descoberta. Uma de suas crenças é de que gays e lésbicas podem ser curados de suas “tendências não naturais através do sacramento da penitência”.

Segundo a imprensa local, o investimento no imóvel, realizado em 2008 pelo cardeal Tarcisio Bertone, foi realizado graças a generosos benefícios fiscais recebidos pela Igreja Católica durante o governo de Silvio Berlusconi. A propriedade é reconhecida como parte da Cidade Santa.

Leitores de sites gays italianos foram rápidos em fazer piadas sobre o tema.

“Se você não pode ir a uma sauna gay por medo de ser visto, o que você faz com milhões de euros roubados de italianos? Compra um bloco de apartamentos com a sauna dentro”, dizia um dos comentários do “Gay.it”.

A denúncia acontece em um momento delicado para a Igreja, que ainda se recupera de especulações a respeito da renúncia de Bento XVI. Chegou a ser dito que a saída do teólogo alemão ocorreu devido à presença de cardeais homossexuais dentro do Vaticano.
Primeiro dia de conclave termina com fumaça preta


Fumaça negra sai da chaminé instalada na Capela Sistina

Terminou com fumaça preta a primeira reunião do conclave para escolher o sucessor de Bento XVI, nesta terça-feira. Ao final de três horas de reunião, os cardeais eleitores reunidos na Capela Sistina não chegaram a um consenso, e um produto químico foi adicionado aos votos durante a queima.

A fumaça saindo pela chaminé da Capela Sistina foi observada por milhares de pessoas que aguardavam na Praça de São Pedro. Quando o novo Pontífice for escolhido, a fumaça será branca. As reuniões do conclave serão retomadas na manhã desta quarta-feira e continuarão até que haja um eleito. Já era esperado que o primeiro dia terminasse sem que um nome fosse escolhido. Especialistas acreditam que somente quarta-feira à tarde ou quinta-feira seja conhecido o nome do novo ocupante do Trono de Pedro.

Mais cedo, cantando a “Ladainha dos santos”, um canto gregoriano que pede aos mártires a inspiração, os 115 cardeais seguiram em fila no início da tarde desta terça-feira até a Capela Sistina para iniciar o conclave que escolherá o sucessor do Papa Bento XVI. O Vaticano já informou que é mínima a chance de um nome ser definido ainda na primeira votação

Uma vez na capela, os cardeais prestaram um juramento de sigilo, comprometendo-se a não divulgar qualquer informação sobre o que for tratado dentro do conclave. O religiosos estão proibidos de se comunicar com o mundo exterior, incluindo o acesso à internet e a redes sociais. O cardeal sul-africano Wilfrid Napier chegou a brincar, dizendo que já estava com síndrome de abstinência do Twitter.

A procissão obedeceu à ordem de cardinalato à qual cada um pertence. Primeiro entram os cardeais diáconos, que atuam na Cúria Romana. Atualmente são 30, entre eles o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, que é prefeito emérito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

A seguir é a vez dos Cardeais presbíteros, os que estão à frente das dioceses pelo mundo. São a maioria que participam deste Conclave: 81. Entre eles, os outros quatro Cardeais brasileiros: Geraldo Majella Agnelo, Cláudio Hummes, Raymundo Damasceno Assis e Odilo

Por fim, os Cardeais bispos, aqueles que assumem dioceses suburbicárias em Roma. São somente quatro, sendo o mais idoso o Giovanni Battista Re, que é justamente o Decano do Conclave.

Após o juramento, foi proclamado o “extra omnis”, para que todos os não eleitores deixassem o recinto, e lacrada a porta da capela, dando início formalmente às deliberações para a escolha do novo Papa.

Até que a fumaça branca anuncie que o trono de Pedro tem um novo ocupante, seguem intensas as especulações. Hoje, o jornal italiano “Corriere della Serra” disse que o arcebispo de Milão, cardeal Angelo Scola, já teria 50 dos 77 votos necessários. Segundo a reportagem, o brasileiro Odilo Scherer, embora ainda um dos mais cotados, teria perdido força por conta de sua ligação com a Cúria romana, abalada por uma série de escândalos.

Missa solene teve como tema o amor e a unidade da Igreja

Pela manhã, os cardeais participaram da missa solene, celebrada pelo decano Angelo Sodano, que, por ter mais de 80 anos, não participa do conclave. Na homilia, Sodano fez diversas homenagens e Bento XVI, que renunciou ao pontificado no dia 11 de fevereiro, e pediu a Deus um novo “Bom Pastor” que lidere os cerca de 1,2 bilhão de católicos em todo o mundo.

Ao contrário do contundente discurso que Bento XVI, então ainda cardeal Josef Ratzinger, proferiu em 2005, atacando a “ditadura do relativismo”, Sodano foi conciliador em sua fala, ressaltando a importância do amor como “maior mandamento” e o trabalho de cada um pela unidade da Igreja. Segundo especialistas, o cardeal não sinalizou a preferência por qualquer um dos candidatos.

Nem tudo foi serenidade e meditação na missa. O cardeal italiano Antonio Maria Veglio passou mal e precisou ser socorrido durante a cerimônia. O Vaticano, porém, não informou a natureza do problema.

Os cardeais mudaram-se nas primeiras horas do dia para a Casa de Santa Marta, onde ficarão hospedados durante toda a duração do conclave.

Fonte: O Globo

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