Estatal traz petróleo do exterior para atingir refino recorde no país; compras de gasolina importada também são crescentes
Refinarias da estatal processam mais petróleo do que a empresa produz (Justin Sullivan/Getty Images)
A Petrobras informou nesta terça-feira que atingiu um recorde de refino de petróleo no dia 1º de janeiro, processando 2,111 milhões de barris ao dia. O volume é superior ao total produzido no país pela companhia durante os últimos meses. A estatal está aumentando suas importações do petróleo porque suas refinarias estão processando um volume maior da commodity do que a empresa consegue produzir. Em novembro, último dado divulgado pela Petrobras, a extração média diária de óleo da empresa estava em 1,98 milhão de barris.
"A Petrobras está importando cargas de petróleo leve cada vez maiores para suas refinarias. A autossuficiência tão festejada só aconteceu em 2009", disse o especialista em energia e sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires. A companhia sempre importou petróleo mais leve e exportou parte de seu petróleo pesado produzido no Brasil. Mas, segundo Pires, a balança comercial da Petrobras está deficitária desde 2010.
Segundo a Petrobras, o recorde de processamento de petróleo no país contribui para a redução da importação de derivados. Mas a importação de gasolina é substituída pela compra de petróleo bruto, matéria-prima das refinarias. A estatal disse que os investimentos feitos no aumento da eficiência operacional das refinarias e o trabalho integrado da empresa também contribuíram para a marca alcançada.
O recorde anterior de refino havia sido obtido em 12 de agosto de 2012, quando foi processado volume cerca de 10 mil barris/dia inferior à marca do primeiro dia deste ano.
Gasolina - Além de importar petróleo, a Petrobras vem sofrendo com importações de gasolina nos últimos anos para atender ao mercado crescente. Contudo, a empresa tem prejuízo com a área de combustíveis porque compra a preços internacionais, mas vende no mercado interno a preços regulados pelo governo federal, controlador da estatal, que não repassa a volatilidade externa para blindar a inflação.
Segundo a corretora Planner, em relatório desta terça-feira, o custo da Petrobras de importar diesel e gasolina e vender mais barato no mercado interno foi de 2,9 bilhões de reais entre janeiro e setembro de 2012. "Além disso, a Petrobras está deixando de ganhar, por vender mais barato no mercado nacional o combustível produzido em suas refinarias, um valor que estimamos em 18 bilhões de reais nos primeiros nove meses de 2012", escreveu a Planner.
A ação da Petrobras ordinárias (com direito a voto) da estatal fecharam com queda de 2,84%, a 19,80, enquanto os papeis preferenciais (sem direito a voto) caíram 2,89%, a 19,50 cada.
by Veja
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