segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Investigação sobre morte de Mosquito deve ser concluída em janeiro

by Izidoro Azevedo dos Santos (Herbert)

 

Blogueiro foi encontrado enforcado em sua casa na terça-feira (13) | Foto: Reprodução

Samir Oliveira

A morte do jornalista Amilton Alexandre, conhecido como Mosquito, que foi encontrado enforcado em sua casa na terça-feira (13), na cidade de Palhoça (SC), permanece rodeada de especulações que surgem aos tufos nas redes sociais e em blogs que acompanham o caso. O delegado responsável pelo caso garante que não descarta nenhuma hipótese sobre a morte e que a investigação deve estar encerrada em janeiro do ano que vem.
Como Amilton mantinha o blog Tijoladas do Mosquito e publicava diversas denúncias contra autoridades de Santa Catarina – desde o prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PMDB), à atual ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati (PT) -, transbordam teorias que tentam relacionar seus poderosos e endinheirados desafetos à morte que silenciou uma voz cáustica e com potencial de repercussão.
É sob esse ambiente de especulações e pressão pública que atuam os órgãos de investigação de Santa Catarina. O titular da Delegacia da Polícia Civil de Palhoça, Attilio Guaspari Filho, garante que a apuração está sendo feita “com rigor” e estima que o inquérito estará concluído até a metade de janeiro. “Aí poderei dizer com certeza o que ocorreu”, projeta.
Ciente de que Mosquito sofria mais de 40 processos judiciais e que foi alvo de inúmeras ameaças de morte – algumas registradas na própria delegacia de Palhoça -, Attilio é cauteloso nas declarações. Ele reconhece que, com apenas quatro dias de investigação, as evidências recolhidas até agora sugerem que o jornalista teria, de fato, dado fim à própria vida. Mas a possibilidade de um suicídio forjado ainda orbita ao redor do trabalho policial.
“Tudo leva a crer que foi suicídio, a forma como foi encontrado o corpo… Mas não descartamos a tese do homicídio”, comenta, evitando encampar uma ou outra possibilidade com convicção. Entre hipóteses, fatos e boatos, o delegado tem apenas uma certeza: “Por enquanto, não dá para determinar”.
O policial não considera estranho o fato de Mosquito não deixar nenhum bilhete explicando o suposto suicídio. Segundo ele, os bilhetes do tipo não são tão comuns assim em casos de pessoas que tiram a própria vida. “Não são todos que deixam (algo escrito). Tem gente que, no nervosismo, acaba se matando sem pensar nisso”, explica.
Attilio ainda aguarda o resultado dos laudos em elaboração pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) e pelo Instituto Médico Legal (IML) de Florianópolis. As conclusões estão sendo redigidas e devem estar sobre a mesa do delegado na próxima semana.

Polícia quer depoimentos de pessoas que ameaçaram Mosquito | Foto: Reprodução
Em contato com o Sul21, a assessoria de imprensa do IML já havia dito que o laudo cadavérico atesta que a causa da morte é “asfixia por enforcamento” provocada por “energia de ordem mecânica”. O documento também descarta a possibilidade de Amilton ter sido envenenado.
O IGP evita dar detalhes sobre as conclusões dos peritos. O instituto apenas informou que já realizou três diligências na casa do jornalista. Na última, foi feito um exame papiloscópico para verificar a presença de impressões digitais no local onde o corpo foi encontrado.
Enquanto aguarda os relatórios oficiais, o delegado Attilio realiza oitivas com testemunhas da morte de Amilton e pessoas ligadas ao blogueiro. O policial já ouviu cinco pessoas, entre eles, a ex-mulher do jornalista, e está intimando alguns desafetos públicos de Mosquito para deporem. “Vou ouvir quem o ameaçou”, garante.

Comentário de: Daniel | 16 de dezembro de 2011 | 20:20

A questão é: será que o delegado vai chegar até as altas esferas do poder? Ainda mais sendo quem são os seus desafetos: os políticos corruptos de Santa Catarina e a família Sirotsky e sua RBS?
 
 

Um comentário:

Lia/fpolis disse...

Alguém avise aos 'peritos' que digitais não aparecem quando usam luvas...alÔ, Houston, temos um problema!
¬¬

Até hoje a PC não teve capacidade de esclarecer a morte no Norton, por coisas bem mais triviais do que enfrentar políticos e empresários poderosos, sem falar de delegados e seus filhinhos monstrinhos.

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