Parte I
Padre voa 110 quilômetros com balões de festa
Adelir de Carli saiu de Ampére, no Paraná, e pousou na Argentina.
Os balões atingiram 5,3 mil metros de altitude.
Um padre do Paraná escolheu um modo peculiar de promover a fé: Adelir de Carli voa usando balões de festa gigantes.
O vôo do padre Adelir de Carli começou a ser preparado na madrugada do dia 13 de janeiro. Os balões foram enchidos com gás hélio, o mesmo usado em bexigas. Um por um, os balões foram sendo amarrados em cordas.
Para não escapar, antes que estivesse tudo pronto, o padre e o amontoado de balões ficaram presos, por cordas, na traseira de um caminhão. Pouco antes das dez da manhã, o padre subiu em direção ao céu.
Padre Adelir levantou vôo na cidade de Ampére, no Paraná. Os balões atingiram 5,3 mil metros de altitude. Depois de 4h15 de vôo, o pouso foi em San Antônio, já em território argentino – a 110 quilômetros de onde partiu. Para se aproximar do chão e pousar, o padre usou um estilete: foi furando e soltando uma parte dos balões.
A façanha do padre chamou a atenção dos fiéis, na igreja onde reza missas, em Paranaguá. "Ele é corajoso", diz um fiel.
Padre Adelir garante que não é só coragem. Ele tomou todos os cuidados, a começar por uma roupa térmica, por cima da qual usou um macacão.
"Se você pegar um frio que lá em cima pode passar até dez graus abaixo de zero, você se mantém com a mesma tranqüilidade", diz ele. Ele também usou capacete e voou em uma cadeira especial. "Se começar a queda bem mais alto, tem que abandonar o equipamento - no caso, os balões. Aí você aciona o pára-quedas reserva, que está ao lado do piloto", explica. "E reza também".
Cálculos
A parte mais difícil foi calcular a quantidade necessária de balões pra tirar do chão, o padre e todo o equipamento necessário. A conta partiu de uma observação bem simples: cada balão é capaz de erguer mais ou menos meio quilo. Como padre e equipamento pesam duzentos quilos, para decolar, com folga, foram usados 500 balões.
Padre Adelir voa para promover as ações da pastoral rodoviária, que faz missas nas estradas e dá apoio espiritual aos motoristas. "Esses balões nós vamos como homenagem àqueles que se preocupam com a vida dos caminhoneiros, o sofrimento que eles passam nas estradas, com a família, e o anseio que as famílias têm", diz ele.
O próximo vôo do padre já está marcado e deve acontecer em 20 de abril. A idéia é ficar 20 horas no céu. "Escolhi o dia 20 de abril porque é justamente na lua cheia. Uma alegria você poder contemplar aquele luar espetacular", prevê.
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