sábado, 6 de abril de 2013

Como transformar o hobby em empresa Profissionais contam como fizeram para unir prazer e negócio



Elisa Prenna aproveitou suas habilidades culinárias para montar um bistrôFoto: Lauro Alves / Agencia RBS
Maria Amélia Vargas

maria.amelia@zerohora.com.br


Quem não sonha em combinar prazer e trabalho? Mas o que em teoria parece perfeito, na prática não se confirma ser assim tão simples. De acordo com Viviane Ferran, gerente de atendimento do Sebrae-RS, o primeiro erro de quem pensa em empreender a partir de habilidades e/ou interesses que lhe trazem satisfação é acreditar que o mercado será receptivo ao seu objeto de interesse.

— Antes de abrir um negócio, deve-se avaliar muito bem se aquele produto ou serviço atrairá o interesse das pessoas e se já não há diversas empresas oferecendo o mesmo — alerta Viviane.

O caderno Pense Empregos buscou exemplos de pessoas que conseguiram unir o útil ao agradável e montaram negócios bem-sucedidos a partir de seus hobbies e/ou habilidades.

Chicafundó

Do sonho alimentado desde a infância, Elisa Prenna, 38 anos, colheu os ingredientes para trocar a carreira na área de comércio exterior e transformar em negócio o prazer que sentia ao cozinhar para os amigos. Quando decidiu, no início de 2010, montar o próprio restaurante, a administradora decidiu fazer um test-drive:

— Por alguns meses, montei projeto-piloto em casa. Montava cardápios e recebia amigos e pessoas próximas a eles para colher opiniões. A partir daí, pude montar o cardápio e pensar no formato do meu bistrô — conta a proprietária do Chicafundó.

Quando abriu o Chicafundó, Elisa já sabia exatamente o que queria e o resultado foi semelhante à proposta inicial. Como se estivesse na copa da casa da avó, o cliente é tratado com o acolhimento da família. A comida preparada em um fogão de duas bocas pela própria dona do negócio e mais dois chefs traduzem a proposta intimista.

Cupcake

Colegas de trabalho em uma agência de comunicação digital — João Vitor de Souza (em pé), 24 anos, Paulo Fabrício de Araújo (sentado), 29 anos, e Eduardo Stefani Pacheco, 25 anos — compartilhavam a paixão pelos games. Da convivência diária surgiu a amizade e as ideias para a criação de novos jogos de computador. Projetos esses que não poderiam ser executados na empresa na qual trabalhavam.

Assim, o trio decidiu empreender e, em 2012, abriu a Cupcake, com o objetivo de desenvolver soluções de comunicação e entretenimento por meio dos passatempos virtuais em uma sala no bairro Auxiliadora, na Capital.

Lagom


A cerveja uniu o engenheiro de controle e automação Nicolai Poletto (da E para D), 30 anos, o publicitário Maurício Chaulet, 34 anos, e o chef Luciano da Rocha Filippetto, 37 anos. Da fabricação de bebida artesanal em casa e da troca de experiências entre os amigos cervejeiros surgiu a ideia de lançar a própria marca, o que levou o trio a se dividir entre suas carreiras e a vida de empresários da Lagom Brewery & Pub. Com o sucesso da empresa, os sócios passaram a se dedicar só ao negócio.

— Em 2012, o Daniel Nasi (sentado), dono da cervejaria Sieben, se associou a nós para abrirmos uma loja no Moinhos de Vento — resume Filippetto.

Lugastal

Após duas décadas advogando, Luciana Gastal (foto), 42 anos, voltou para a Capital, depois de temporada morando em Brasília, disposta a mudar o rumo profissional. Com dicas do marido Claudio Gastal, consultor empresarial na área de gestão, transformou o prazer do artesanato — mescla de design com patchwork — em negócio.

A marca Lugastal já existia informalmente por meio de um blog, lido por centenas de artesãs e aspirantes ao empreendedorismo. Mas, em 2010, nasceu formalmente a empresa. A partir do estúdio que funciona como ateliê de costura e loja, a empresária hoje vende seus produtos para 27 lojas brasileiras e uma uruguaia.

Dicas específicas


— Descubra se o produto ou serviço que você pretende oferecer interessará às pessoas.

— Faça uma pesquisa para saber se o mercado já não está saturado na área em que você pretende atuar.

— Inove, procure oferecer um diferencial (seja no produto, na forma de pagamento ou de atendimento, por exemplo).

— Estude a viabilidade do negócio (se o valor que você terá de cobrar pelo trabalho garantirá o giro financeiro necessário ao sucesso da empresa).

— Vá até a prefeitura da sua cidade e descubra se poderá ou não instalar a empresa no endereço que você pretende (se o local oferece condições de parada aos fornecedores e clientes, se há segurança, se é possível colocar uma placa na fachada da rua).

— Busque sócios que se complementem nas atividades técnicas e administrativas.

— Respeite a sua capacidade de investimento (ou seja, não dê o passo maior que a perna).

— Não misture o dinheiro da empresa com finanças pessoais.

— Lembre-se que estoque também é dinheiro (não fique com o dinheiro parado).

— Invista em publicidade (adequada ao seu tamanho).

Fonte: Viviane Ferran, gerente de atendimento do Sebrae-RS
Zero Hora

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