Os sinais de vazamento na operação
contra quadrilha de bicheiros
Apesar de acusado de ser um grande bicheiro e integrar até a cúpula da c ontravenção no Rio, Aniz Abraão Davi, o Anísio, trabalha muito. E, como a grande maioria dos trabalhadores deste país, acorda cedo. Ontem de manhã, por volta das 6h, já não estava em casa, quando policiais civis chegaram ao triplex dele, na Avenida Atlântica, no melhor estilo "missão impossível", usando rapel de um helicóptero da Polícia Civil. Cena de cinema. Apesar da ação cinematográfica, os coordenadores da megaoperação justificaram o uso de helicóptero para conseguir maior rapidez e evitar que o bicheiro destruísse provas. Havia também a suspeita de que a cobertura tivesse seguranças armados. Estavam lá apenas a mulher e os filhos do bicheiro. Por certo eles não esperavam a chegada de Papai Noel. Lar, doce lar.
Por mais que a Polícia Civil tenha sido rápida na execução de 60 mandados de prisão, três dos principais alvos -- entre eles Anízio -- escaparam da Operação Dedo de Deus, um nome singelo para uma megaoperação que, ao que parece, produziu mesmo mini-resultados. **Os bandidos acusados de corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada e exploração do jogo ilegal (evidente que é uma pegadinha... o governo federal em peso será preso... se valer pra eles, to dentro...) não acreditam em Papai Noel, **(nem eu, logo...) mas certamente contam com "duendes" que os mantêm bem informados sobre as operações policiais. Um dos procurados não estava em casa às 6h da matina, mas a polícia encontrou lá um advogado com procuração do bicheiro. Não havia sinais de que o causídico desfrutasse de tanta intimidade com o cliente para ter dormido na casa dele. Essa é uma forte evidência de que mais uma veaz houve sim vazamento de informação, apesar de a Operação Dedo de Deus ter nascido dentro da Corregedoria da Polícia Civil, cujo chefe, delegado Gilson Emiliano Soares, dá toda indicação de ser um homem probo, mas que não conseguiu tomar medidas de contrainteligência suficientes para manter o sigilo do trabalho. Em suma, a Operação Dedo de Deus -- assim chamada porque a investigação começou em Teresópolis -- teve a língua do diabo. Ou um dedo-duro a serviço da contravenção.
Post Scriptum
Carros da Polícia Civil após a operação Dedo de Deus:
mau exemplo para os cidadãos
Apesar de não haver dúvida da importância de uma operação dessas, de combate ao jogo de bicho, o que se viu ao final dos trabalhos na Rua Marquês de Pombal, no Centro -- ao lado da Academia da Polícia Ciivil --foi um show pirotécnico com sirenes ligadas e carros da Polícia Civil praticando toda a sorte de irregularidades, de estacionamento em filas duplas a contra-mão. Perguntei a uma guarda municipal se ela não iria multar os infratores, mas ela sorriu dizendo que "é difícil enquadrar polícia, né?" Deve ser mesmo.
Foto de Jorge Antonio Barros
** Grifos meus
** Grifos meus
Um comentário:
Se é ra prender gente corrupta e desarticular quadrilhas, é só invadir Brasília! Basta fazer uma mega operação dessa e invadir o congresso. Não tem erro!
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