segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Circulando no face. Cabe ressaltar que este texto, já circula na net, segundo apurei, a mais antiga de 2005. Vale a informação. porém, com 8 anos de atraso. Imaginem, o avanço. by Deise

         "Relato de um doutorando vivendo em Boa Vista-RR 


Segue abaixo o relato de uma pessoa que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima. Trata- se de um Brasil que a gente não conhece. 

As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui. 

Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução. 

Para começar, o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense. Pra falar a verdade, acho que a proporção de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí

vai. Portanto, falta uma identidade com a terra.

Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é funcionária pública, (e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da prefeitura é claro) ou a pessoa trabalha no comércio local ou recebe ajuda de Programas do governo.

Não existe indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do território roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto restam apenas 30%, descontando- se os rios e as terras improdutivas que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades. 

Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca de 800 km ) existe um trecho de aproximadamente 200 km reserva indígena (Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados. 

Detalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses. Desses 70% de território indígena, diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI. 

Outro detalhe: americanos entram à hora que quiserem. Se você não tem uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrarem- se hasteadas bandeiras americanas ou inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerd com cara de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas, pasme, se você quiser montar uma empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí, camu-camu etc., medicinais ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se preparar para pagar 'royalties' para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia... 

Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: Os americanos vão acabar tomando a Amazônia. E em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes.. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:

'Irão não minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa'.

A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo
objetivo de combater o narcotráfico. Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente diplomático). Dizem que tem muito colombiano traficante virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a cidadania venezuelana por cerca de 200 dólares.

Pergunto inocentemente às pessoas: porque os americanos querem tanto proteger os índios ? A resposta é absolutamente a mesma, porque as terras indígenas além das riquezas animal e vegetal, da abundância de água, são extremamente ricas em ouro - encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO. 

Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa.

É, pessoal... saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho.

Será que podemos fazer alguma coisa???

Acho que sim.

Repasse esse e-mail para que um maior número de brasileiros fique sabendo desses absurdos. 

Mara Silvia Alexandre Costa

Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag.Patog. FMRP - USP 


Roraima: estado brasileiro, cobiça internacional


Primeira parte    Segunda parte
Sempre que surge uma dessas mensagens vem logo a pergunta: quem é o autor?

A versão mais difundida circula com a assinatura de Silvio Malta Rangel Drummond que nunca esteve em Roraima nem é o autor da mensagem original. Diz ele:
...
infelizmente não tenho como identificar o autor desse relato.

Quem me dera se eu achasse!

E como andei recebendo vários emails a respeito, tentei localizar o autor. A própria Cássia, que foi a pessoa que passou, nem me respondeu.

Será possível uma coisa dessa está acontecendo sem que a imprensa esteja sabendo?!?!?

Outra coisa, será que nós, que trocamos emails de tudo, pra todos, não encontramos alguém que poderia afirmar ou negar esse relato?!?!

É tudo muito estranho, não concordam?!?!

Gostaria de fazer um apelo pra que repassem às pessoas que receberam esse texto assinado por mim, que recebam uma mensagem falando que não fui eu o autor!

Um grande abraço,

Silvio Malta Rangel Drummond
Mineiro de Belo Horizonte, analista de sistemas, Drummond não sabe como o nome dele foi parar numa mensagem tão polêmica e que já lhe trouxe alguns aborrecimentos.

A autoria da mensagem, surgida em maio de 2003, continua, portanto, indeterminada. Uma das versões circula dizendo que "o relato abaixo foi redigido por um militar que retornou da Amazônia faz poucas semanas". Em outra versão, a mensagem teria sido enviada por uma pessoa que mora há vários anos em Boa Vista, RR. Nenhuma dessas duas versões tem a autoria atribuída ao Sílvio.

Uma terceira versão diz: recebi este e-mail de uma amiga que viaja sempre pelo Brasil a dentro e achei mto interessante esse relato de uma de suas viajens.

Versão de abril de 2008 tem autoria atribuída a doutorando da Unicamp.

Origem indefinida, autor desconhecido, tema polêmico: é mais uma mensagem a ser incluída no rol das lendas? Sem dúvida.

Quanto ao conteúdo, há alguns comentários.

Primeiramente, uma opinião no mínimo preconceituosa. O autor diz que passou três dias em Boa Vista, capital do estado de Roraima, e procurou falar com várias pessoas:desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.

Na visão dele, pessoa com instrução é sinônimo de uma certa categoria profissional e vice versa, pessoas dessa categoria são pessoas bem instruídas. O resto tem "um mínimo de instrução" :((

Ele ou ela passou duas semanas em Manaus e três dias em Boa Vista fazendo a 'pesquisa' que resultou no relato apresentado. Quais as conclusões dele/dela?

Uma delas: Prá começar, o mais difícil de se encontrar por aqui é roraimense!


Vale a pena conhecer alguns dados populacionais de Roraima.

O Censo Demográfico realizado em 2000 pelo IBGEcontou 324.397 habitantes. Desse total, 83.765 pessoas eram pessoas não naturais de Roraima que tinham menos de 10 anos ininterruptos de residência. (V. , no saite do IBGE, a Tabela 4.4.1.2 - Pessoas não naturais da Unidade da Federação que tinham menos de 10 anos ininterruptos de residência na Unidade da Federação, por tempo ininterrupto de residência na Unidade da Federação, segundo as Mesorregiões, as Microrregiões e os Municípios - Roraima.)

Nos últimos dez anos, um percentual significativo de pessoas – cerca de um quarto da população – veio de outros estados brasileiros em busca de oportunidades de trabalho.

A população do estado passou de 92 mil habitantes em 1980 para 324 mil em 2000 como decorrência de migrações internas.

Isso não transforma os novos habitantes em estrangeiros.

Já em 2010, a população era 450.479 mil habitantes.
A propósito: apenas um dos três senadores de Roraima – Mozarildo Cavalcanti – nasceu nesse estado e apenas três dos oito deputados federais são roraimenses: Frankembergen Galvão, Rodolfo Pereira e Maria Suely Campos. Dos 24 deputados estaduais, seis nasceram em Roraima. Alguns dos não roraimenses chegaram ao estado ainda crianças, com suas famílias, e lá estudaram e fizeram carreira profissional. V. Relação dos Deputados Estaduais de Roraima.

Segundo o viajante, Não existe indústria de qualquer tipo.

Isso é um evidente exagero e não corresponde à realidade.

Certamente, os estados do Norte do país não ocupam os primeiros lugares em termos de industrialização, mas isso não significa que não existam indústrias em Roraima.
Em janeiro de 2005, houve um novo trânsito dessa história. Dessa vez foi o 'relato' de Juliana Moreira publicado no jornal O Democrata edição de 16 de outubro de 2004. A mensagem não diz em que cidade esse jornal é publicado.

Continuaríamos sem saber em qual cidade O Democrata é publicado não fosse a gentileza de Annabel. Diz ela: "Não sei porque a dificuldade de encontrarem o tal artigo... Encontrei de primeira:http://www.odemocrata.com.br/ 151004/ nas_ondas.asp"

Versão de janeiro de 2007 tem a autoria atribuída a doutorando da UNICAMP e apresenta o seguinte preâmbulo: Segue abaixo o relato de uma pessoa conhecida e séria, que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima. 

Logo em seguida, o autor afirma: Conversei com algumas pessoas nesses três dias.

Ora, se passou em concurso público e foi trabalhar em Roraima, como é que lá esteve apenas durante três dias? Desistiu do emprego? Ou é um desses empregos que permite longas ausências ao serviço?

Essa mesma versão é publicada no saite Tem Notícia e é intitulada Amazônia invadida. A PRÓXIMA GUERRA.

Brasão de Roraima
O brasão das armas, instituído por lei, depois de concurso público, é de autoria de Antônio Barbosa de Melo que assim o descreveu:
Arroz - simboliza nosso produto de exportação;
Arma Indígena - homenagem às diversas etnias indígenas existentes do Estado;
Garimpeiro - homenagem às nossas riquezas minerais;
Monte Roraima - serra que originou o nome do nosso Estado;
Garça - ave típica da região. 

Em abril de 2008, o general comandante do Exército na Amazônia, Augusto Heleno Ribeiro Pereira, afirmou:
- o Brasil está caminhando para perder parte de Roraima devido às demarcações de terras indígenas;

- Roraima está acabando, porque o território indígena é maior que o do estado;

- o comandante da Amazônia observou que um indício de que as ONGs estão por trás da questão indígena é que muitos índios não têm condições de formular reivindicações que fazem. “Há ONGs picaretas entre as 220 mil que atuam no Brasil.”
Segundo a mesma página, "O secretário de Comunicação do governo de Roraima, Rui Figueiredo, afirmou ao G1 que o governo do estado concorda com a posição do general. Figueiredo destacou que hoje as demarcações de terra indígenas correspondem a 46,31% do território do estado."

Veja só: enquanto o general diz que " território indígena é maior que o do estado", o secretário de Comunicação do governo de Roraima diz que "...as demarcações de terra indígenas correspondem a 46,31% do território do estado."

Quanto às ONG picaretas é fato que elas existem, são muitas as que recebem dinheiro do exterior com finalidades não muito claras ou com finalidades não convenientes para o Brasil.
Em 2007, senador do PFL/DEM propôs criação de CPI para investigar a atuação das ONG no Brasil. Parece que a preocupação maior do senador era a inexistente ONGSociedade dos Amigos de Plutão.

Mas não é por falta de CPI que nada se apura nem nada se conserta. Manchete da Folha On Line de 23/02/2001 diz: Senado abre CPI para investigar atuação de ONGs.

Seis anos depois, outra CPI é criada. Decisões e apurações da CPI de 2001 não são levadas em conta. Senadores gostam de brincar de CPI.

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