sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

530 mil mulheres denunciaram violência em 2011, diz governo


Desde 2006, foram mais de 2 milhões de atendimentos, segundo secretaria.
Central telefônica passará a atender mulheres também no exterior.

Priscilla MendesDo G1, em Brasília
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A ministra da Secretaria de Política para Mulheres, Iriny Lopes (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)A ministra da Secretaria de Política para Mulheres,
Iriny Lopes (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)
De janeiro a outubro deste ano, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 recebeu 530.542 ligações de mulheres que sofrem situação de violência. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (25) pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, que anunciou a ampliação do serviço a brasileiras que estejam em Portugal, na Espanha e na Itália.
Segundo dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres, de abril de 2006 a outubro de 2011, a central de atendimento registrou mais de 2 milhões de atendimentos no país.
Até outubro deste ano, foram 530.542 ligações. A maior parte tem entre 20 e 40 anos e convive com o agressor por dez anos ou mais – 74% dos crimes são cometidos por homens com quem a vítimas possuem vínculos afetivos e sexuais. Além disso, 66% dos filhos presenciam a violência e 20% sofrem violência junto com a mãe.
Em números absolutos, o estado de São Paulo é o líder no ranking nacional de atendimentos em 2011, com um terço das ligações, seguido pela Bahia (53.850) e pelo Rio de Janeiro (44.345).
Quando levada em consideração a população feminina por estado a cada 100 mil mulheres, o Distrito Federal ocupa o primeiro lugar no ranking, com 792 atendimentos a cada 100 mil mulheres. Em segundo lugar está o Pará (767), seguido pela Bahia (754).
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 será ampliada para mulheres em situação de risco na Espanha, em Portugal e na Itália. A ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, lançou o serviço nesta sexta-feira, Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher.
A partir desta sexta-feira, brasileiras que estejam na Espanha, em Portugal e na Itália poderão ligar a cobrar de qualquer aparelho telefônico para o Ligue 180 internacional. O serviço é gratuito e funciona 24 horas, com atendimento em português.
A secretaria, com apoio dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores, vai distribuir folhetos informativos em aeroportos, consulados e embaixadas, postos da Polícia Federal e entidades da sociedade civil que atuam na área.
Para ligações feitas na Espanha, é preciso discar 900 990 055, escolher a opção 3 e digitar o número 61-3799.0180. Em Portugal, ligar 800 800 550, opção 3, número 61-3799.0180. Na Itália, discar 800 172 211, opção 3, número 61-3799.0180.
Com o tema "Quem ama ajuda", a campanha que será divulgada em cadeia de TV e rádio a partir desta sexta-feira
A ministra Iriny Lopes disse que a ampliação do serviço de atendimento será iniciado nesses três países porque são os locais onde há maior concentração de brasileiras residentes.
Ela afirmou que, fora do Brasil, as "mulheres se sentem mais desamparadas, longe de suas famílias, com as barreiras da língua, dos costumes e precisam que o Estado brasileiro lhes dê o atendimento necessário".
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que participou do lançamento, disse que o Estado "tem obrigação de estender proteção aos brasileiros que estão lá fora, que são cidadãos, são eleitores e devem contar com a assistência do governo".
Barreto disse que a Polícia Federal irá investigar todos os casos relatados, mas que o primeiro passo é retirar as mulheres da situação de risco em que se encontram. O secretário destacou que, mesmo mulheres que vão ao exterior para se prostituirem voluntariamente, "não deixam de ter direitos".
by G1
Brasil amplia atendimento às mulheres 
vítimas de violência no campo e nas fronteiras

29/11/2012 12:41 - Portal Brasil


Serão entregues 54 unidades móveis de atendimento para garantir assistência social, jurídica e psicológica às mulheres do campo e da floresta vítimas de violência

Durante o 2º Encontro de Parceria Global Pelo Fim da Violência Contra a Mulher, a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) apresentou ações que irão intensificar o atendimento às mulheres do campo, da floresta e nas fronteiras do País, vítimas de violência.


Para reverter o quadro, a secretaria está renovando o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, um acordo que envolve estados e municípios

De acordo com a ministra Eleonora Menicucci, o governo brasileiro vai abrir em 2013, mais três unidades dos Serviços de Atendimento Binacional que, em parceria com governos vizinhos, oferece assistência especializada às migrantes que sofrem violência. Essas unidades serão implantadas em Corumbá (MS), na fronteira com a Bolívia; em Santana do Livramento (RS), próximo ao Uruguai; e em Brasileia (AC), perto da Bolívia.

“Será priorizado o atendimento às mulheres vítimas de violência nas nossas fronteiras, principalmente nas secas. Por meio do serviço, há ações de prevenção e de capacitação das pessoas que trabalham nas delegacias locais para o apoio especializado a essas mulheres, e o repatriamento das vítimas”, enfatizou, Eleonora Menicucci.

O Brasil tem atualmente unidades semelhantes em Pacaraima (RR), na fronteira com a Venezuela; no Oiapoque (AP), próximo à Guiana Francesa; e em Foz do Iguaçu (PR), na tríplice fronteira, entre Paraguai, Argentina e Brasil.

Durante o evento, a ministra destacou, como parte das ações de proteção às brasileiras no exterior, o Ligue 180, que há um ano atende vítimas de violência na Espanha, em Portugal e na Itália.


Atendimento internacional do 180

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Levantamento da Secretaria de Políticas para as Mulheres indica que, de janeiro a outubro, o serviço recebeu 62 ligações procedentes, das quais 34% vindas da Espanha, 34% da Itália e 24% de Portugal. A maior parte dos atendimentos (35%) correspondia a relatos de violência, 4% a tráfico de pessoas e 2% a cárcere privado. De acordo com a ministra, foi identificado um alto percentual (22%) de pedidos de informação relacionado ao sequestro internacional de crianças.

Dados do Ministério da Justiça revelam que, em seis anos, quase 500 brasileiros e brasileiras foram vítimas do tráfico de pessoas. Do total, 337 casos, que representam mais de 70% dos registros feitos de 2005 a 2011, referem-se à exploração sexual. O diagnóstico aponta que o Suriname, que funciona como rota para a Holanda, é o país com maior número de ocorrências, com 133 casos, seguido da Suíça, com 127. Na Espanha, o número de vítimas brasileiras chegou a 104 e, na Holanda, a 71.


Vítimas do campo

Em março de 2013, serão entregues 54 unidades móveis de atendimento para garantir assistência social, jurídica e psicológica às mulheres do campo e da floresta vítimas de violência. A ideia, é que cada estado receba duas unidades.

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“Um dos nossos grandes desafios é garantir atendimento e informação às mulheres do campo e da floresta, que têm dificuldade de acesso aos serviços [da rede de enfrentamento à violência, como delegacias especializadas e centros de referência], geralmente localizados nos centros urbanos”, enfatizou a ministra.

De acordo com o Mapa da Violência, elaborado pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça, Espírito Santo, Alagoas e Paraná são os estados com as taxas mais elevadas de violência contra a mulher. O Brasil é o sétimo colocado no ranking de 84 países com o maior número de homicídios de mulheres. A cada ano, morrem cerca de 4,4 mil brasileiras, totalizando 43,7 mil vítimas na última década.

Para reverter o quadro, a secretaria está renovando o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, um acordo que envolve estados e municípios. Segundo a SPM, quatro estados já assinaram a repactuação – o Espírito Santo, a Paraíba, o Amazonas e o Distrito Federal -, para os quais foram repassados R$ 5 milhões. Os recursos devem ser investidos em melhorias das estruturas e dos serviços de atendimento às mulheres em situação de violência.

A secretaria também disponibiliza o Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher -, que funciona 24 horas por dia ao longo de todo o ano, para receber e encaminhar denúncias das vítimas. Desde a criação, em 2006, a central atendeu mais de 3 milhões de pessoas, em uma média diária de 2 mil ligações. Dos atendimentos feitos, 56,65% são denúncias de violência física e 27,21% de violência psicológica.

Rede de Enfretamento à Violência

O conceito de rede de enfrentamento à violência contra as mulheres diz respeito à atuação articulada entre as instituições/serviços governamentais, não-governamentais e a comunidade, visando ao desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção; e dePolíticas que garantam o empoderamento das mulheres e seus direitos humanos, a responsabilização dos agressores e a assistência qualificada às mulheres em situação de violência.


Fonte:
Agência Brasil
Secretaria de Políticas para as Mulheres

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