Enquete feita pelo Estado com os 32 titulares da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira mostra que será infrutífera a
tentativa de blindagem dos partidos aos governadores de Goiás, Marconi Perillo
(PSDB); Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); e Rio de Janeiro, Sérgio Cabral
(PMDB), e ao empresário Fernando Cavendish, da Delta Construções. A maioria
disse ser favorável à convocação imediata do quarteto.
Dos 32 integrantes da comissão, 7 senadores e 9 deputados
defendem essa posição, somando 16 votos. Como o presidente da CPI, senador Vital
do Rêgo (PMDB-PB), só vota para desempatar, ele não conseguiria mudar o
resultado de uma eventual convocação dos governadores e do empresário, mesmo que
optasse por dar seu voto. No máximo, empataria o placar. Vital disse ao Estado
que, por ser presidente da CPI, não revelaria seu voto.
O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), também é
cauteloso. Ao afirmar que não há tema proibido para as investigações, defende
que, antes da convocação dos governadores e do empresário, sejam analisados os
documentos das Operações Vegas e Monte Carlo. As duas ações da Polícia Federal
desvendaram o esquema de corrupção e tráfico de influência montado pelo
contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Seguem o raciocínio de Cunha mais quatro senadores e seis
deputados. 'Eu quero, sim, convocar governadores e o empresário Cavendish. Mas,
primeiro, quero olhar os documentos até para saber o que vou perguntar', disse o
senador Humberto Costa (PT-PE), também relator do processo de cassação do
mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética do
Senado. Demóstenes está sendo acusado de mentir no plenário do Senado por ter
negado qualquer ligação com Cachoeira. Mas cerca de 300 conversas entre os dois
constam das gravações feitas pela PF, e a situação do senador é a pior possível
ante seus pares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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