BRASÍLIA - O presidente do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), estima que a comissão encerrará o processo aberto nesta terça-feira, 8, contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) antes do recesso da casa, previsto para 17 de julho. Demóstenes é suspeito ter ligações com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Valadares reconheceu que a defesa de Demóstenes vai utilizar-se
de todos os meios para prorrogar esse processo, cabendo sobretudo ao relator,
Humberto Costa (PT-PE), munir-se de argumentos contra manobras
'procastinatórias', ou seja destinadas a adiar o encerramento do caso.
Na quinta-feira, Valadares volta a reunir o Conselho de Ética
para a deliberação de requerimentos, entre eles, um defendido por Humberto Costa
para que Cachoeira seja ouvido no próximo dia 17 de maio. Será decidido também
se o primeiro a depor dessa fase processual será Demóstenes Torres.
Valadares disse ao advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de
Almeida Castro, que lhe serão dados todos os meios jurídicos para defender seu
cliente. 'Todos os meios de prova serão aceitos: depoimentos, documentos,
testemunhas, perícias', explicou Valadares.
Castro disse que pleiteará o direito de trazer um perito
técnico para avaliar os áudios concernentes ao inquérito Cachoeira. Ele
apresentará também como testemunha o advogado goiano Ruy Cruvinel. Sobre a
tentativa de recorrer da abertura de processo do Conselho de Ética, ele informou
que ainda precisa consultar o cliente.
Ainda de acordo com Valadares, na hipótese de o conselho de
Ética entender que o acusado feriu o decoro parlamentar, o processo será enviado
ao exame da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Ali, explicou
ele, o exame será apenas do ponto de vista da constitucionalidade. De lá, o
processo seguirá para o plenário do Senado.
by Estadão
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