BRASÍLIA - A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, se disse convicta de que a presidente Dilma Rousseff vetará alguns pontos do texto do novo Código Florestal, aprovado no mês passado pela Câmara dos Deputados.
De acordo as declarações feitas nesta terça-feira, 8, pela
ministra, sabe-se que Dilma não manterá no texto artigos que concedam anistia a
desmatadores e que causem prejuízos a pequenos agricultores. 'Está consagrado.
São duas questões que a presidente já havia sinalizado claramente que não
admitira no Código Florestal', disse a ministra após se reunir no Senado com
líderes governistas.
'Tenho a convicção de que alguns artigos com certeza serão
vetados e portanto a tramitação de um projeto que possa suprir essas lacunas
oriundas dos vetos seria bastante positivo', disse a ministra.
Dilma Rousseff, que tem até o dia 25 de maio para anunciar sua
decisão ainda não definiu a extensão do veto. A presidente pode vetar o Código
parcial ou integralmente. No segundo caso, seria necessária a negociação de
novas regras para a proteção do meio ambiente nas propriedades privadas no País,
depois de mais debates no Congresso, onde o projeto tramitou por 13 anos.
Alternativa
Ideli disse também que o governo considera positiva a proposta
alternativa dos senadores Luiz Henrique (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC),
apresentada no último dia 25. O projeto trata da consolidação de áreas de
preservação permanente (APPs) às margens de rios, próximos a encostas e a topos
de morro, além da reserva legal - parte de mata nativa em propriedades que devem
ser preservadas (o tamanho varia conforme o bioma).
'O governo vê essa proposta com bons olhos, até porque o
governo estava torcendo, apoiando e fazendo um apelo para que a Câmara aprovasse
o texto que foi fruto de um acordo muito positivo entre ambientalistas e
ruralistas que foi obtido aqui no Senado. Como a Câmara acabou apoiando mais a
posição dos ruralistas, a presidente deverá tomar como decisão, nos próximos
dias, o veto', explicou a ministra.
A Câmara aprovou o Código Florestal no fim de abril. A
aprovação do projeto, com o apoio da bancada ruralista, desagradou ao palácio do
Planalto, a ambientalistas e aos movimentos ligados ao campo. A Presidência
ainda não recebeu o texto aprovado. De acordo com informações da Mesa Diretora
da Câmara, a proposta ainda aguarda assinaturas de integrantes da Secretaria
para ser encaminhada
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