Perfil em rede social que faz homenagem aos mortos foi criado antes dos corpos terem sido encontrados
Reprodução/Divulgação
"Família Pesseghini antes da tragédia"
Reprodução/Divulgação
"Família Pesseghini antes da tragédia"
Os avós paternos do menino Marcelo Pesseghini, acusado de matar a família e cometer suicídio, deverão entrar nesta segunda-feira, 14, com um pedido de reabertura das investigações para apurar a criação de uma página no Facebook em homenagem aos mortos. O perfil na rede social foi criado uma hora antes de os corpos serem encontrados, no dia 5 de agosto do ano passado.
Segundo a versão policial, o garoto assassinou os pais, ambos policiais militares, a avó materna e uma tia-avó e se matou em seguida. Os corpos foram encontrados por volta das 18h por um familiar e um amigo das vítimas. A página no Facebook, porém, foi criada às 16h48.
De acordo com a advogada dos avós paternos de Marcelo, Roselle Soglio, a página pode ter sido criada pelo suposto real autor do crime ou por uma testemunha. “É impossível o Marcelo ter sido o criador da página porque toda a investigação mostra que ele morreu muito antes: no máximo às 14h. Eu consultei o Facebook e especialistas na área de tecnologia e eles disseram que não se pode alterar o horário e data de criação de uma página”, diz ela.
Para a advogada, a descoberta mostra a fragilidade da investigação policial no caso. “Eu alertei o delegado e o promotor do caso sobre a existência dessa página e eles não deram importância. Como pode a polícia não ver isso? É mais fácil culpar uma criança que já está morta do que investigar a fundo”, afirma.
Com base no novo fato, a advogada vai pedir junto à Vara Especial da Infância e Juventude que o Ministério Público Estadual retome as investigações. “Queremos que o MPE solicite formalmente ao Facebook detalhes sobre o criador da página, onde ele estava e se criou algum outro perfil na internet”, diz ela.
O Ministério Público informou que o promotor Daniel Tosta de Freitas, responsável por pedir o arquivamento das investigações, não se pronunciaria sobre o pedido da advogada porque o caso já saiu da Vara do Júri, onde ele atua, e foi encaminhada para a Vara da Infância. A Polícia Civil informou apenas que "o inquérito policial já foi relatado, cabendo ao Poder Judiciário qualquer manifestação relativa ao caso".
by UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário