domingo, 27 de julho de 2014

O ebola segue sua expansão com a primeira vítima na capital de Serra Leoa

O vírus já deixou quase 700 vítimas na África Ocidental


JOSÉ NARANJO
 Dacar 27 JUL 2014 - 17:05 BRT
O doutor Brantly (esquerda) trata um paciente de ebola. / AP


Uma mulher infectada com ebola morreu na cidade de Freetown, Serra Leoa, tornando-se assim a primeira vítima deste vírus na capital do país africano. A vítima, Saudatu Koroma, de 32 anos, deu entrada no dia 23 de julho em um hospital depois de um resultado positivo para a doença, que já matou mais de 200 pessoas em Serra Leoa e quase 700 na África Ocidental.
O caso positivo de Koroma é considerado o primeiro confirmado de ebola em Freetown. A mulher escapou do hospital depois de saber que estava infectada, mas depois decidiu se entregar, após a transmissão de várias mensagens através das rádios locais em que se pedia ajuda para poder localizá-la.
Koroma morreu enquanto era transferida para o leste do país, onde estão localizados os centros médicos que tratam o vírus do ebola, que provocou a morte de mais de 660 pessoas na África Ocidental este ano. Os pais de Koroma foram internados em um destes centros, onde serão realizados exames para saber se estão infectados, segundo informou a emissora britânica BBC.
Na Libéria, onde morreram 127 pessoas, o trabalhador humanitário Kent Branley, que atua como diretor médico de um centro na Libéria da ONG norte-americana Samaritan’s Purse, teve exame positivo para o vírus do ebola, de acordo com comunicado da própria organização divulgado no sábado.
Um conhecido médico na luta contra o ebola morreu por causa deste vírus na Libéria, onde o surto foi classificado como “emergência nacional”, informou o Ministério da Saúde. “Esteve isolado em um centro de tratamento durante duas semanas antes de morrer no sábado. Com sua morte já são dois médicos que morreram por esta doença neste país”, explicou o vice-ministro liberiano de Saúde, Tolbert Nyesuah. O médico Samuel Brisbane trabalha no centro medico John F. Kennedy de Monróvia, um dos grandes centros de tratamento e isolamento para vítimas de ebola no país.
A luta contra o ebola está esgotando os recursos dos frágeis sistemas de saúde da região, a falta de informação e a desconfiança com o pessoal médico levaram muitas pessoas a rejeitar os tratamentos. Ainda que organizações médicas internacionais tenham enviado especialistas para combater o surto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a precária infraestrutura e a falta de recursos humanos limitam os esforços. Não existe cura ou vacina para o ebola, uma doença que causa diarreia, vômitos e hemorragias externas e internas. O vírus pode provocar a morte de até 90% das pessoas infectadas, ainda que a taxa de mortalidade do surto atual seja de 60%.

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