AFP
O primeiro-ministro israelense disse à CNN que as forças de seu país continuarão com suas operações para tentar desmantelar a rede de túneis que o Hamas construiu na fronteira e destruir seus depósitos de foguetes.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou neste domingo o movimento islamita palestino Hamas de violar o cessar-fogo que ele mesmo aceitou e afirmou que as operações israelenses em Gaza irão prosseguir, em uma entrevista à rede americana CNN.
"Eles estão violando seu próprio cessar-fogo. Sob estas circunstâncias, Israel vai fazer o que for necessário para defender seu povo", declarou Netanyahu.
Mais cedo, o Hamas havia aceitado um cessar-fogo a partir das 11h00 GMT (08h00 de Brasília) em resposta a uma iniciativa das Nações Unidas. Repórteres da AFP em Gaza, no entanto, disseram que ainda era possível ouvir explosões.
Anteriormente, Israel havia dado sua aprovação a um plano de cessar-fogo promovido pelo Egito que não havia sido aceito pelo Hamas, mas Netanyahu mostrou-se pouco entusiasmado sobre o último chamado a uma trégua proposto pela ONU neste domingo.
O primeiro-ministro israelense disse à CNN que as forças de seu país continuarão com suas operações para tentar desmantelar a rede de túneis que o Hamas construiu na fronteira e destruir seus depósitos de foguetes.
"Não vou falar sobre uma operação militar específica", disse.
"Israel está fazendo o que qualquer outro país faria e o que os Estados Unidos fariam se qualquer parte de seu país estivesse sob fogo e você tivesse 60 ou 90 segundos para chegar a um refúgio", acrescentou.
"Claro que queremos deixar de disparar foguetes. Queremos desmantelar o túnel, a rede de túneis terroristas que descobrimos. Não sei se teremos êxito total", admitiu.
"Nossos soldados estão nisso agora", disse.
Em outra entrevista, desta vez à rede NBC, Netanyahu mencionou os dois objetivos de um eventual acordo: a desmilitarização da Faixa de Gaza, ligada a um mecanismo de supervisão para a entrega de uma ajuda social e econômica aos seus habitantes, a fim de evitar que seja utilizada para construir túneis ou aumentar o arsenal do Hamas.
Já o chefe no exílio do Hamas, Khaled Mechaal, concedeu uma entrevista a partir do Catar ao jornalista Charlie Rose, da televisão pública americana PBS, cujos trechos foram divulgados neste domingo.
"É hora de levantar o bloqueio a Gaza", declarou Mechaal, segundo declarações traduzidas ao inglês por um intérprete. "O bloqueio deve ser levantado e devemos ter um aeroporto", disse.
"Não somos fanáticos, não somos fundamentalistas. Não lutamos contra os judeus porque são judeus", afirmou. "Queremos tolerância e coexistência", ressaltou.
"Não posso coexistir com o ocupante", acrescentou Mechaal, ao ser interrogado sobre uma eventual coexistência de um Estado palestino e um Estado judeu.
Mais de 1.050 palestinos morreram em Gaza, em sua grande maioria civis, desde o lançamento da operação "Barreira Protetora", segundo os serviços de urgência locais. Outros 6.000 ficaram feridos.
Dois civis israelenses e um agricultor tailandês também faleceram pelos foguetes palestinos. Com as últimas baixas chega a 43 o número total de soldados israelenses mortos nos últimos nove dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário