segunda-feira, 16 de junho de 2014

“Folha de S. Paulo” mata a pau discurso eleitoreiro de Dilma na TV


Dilma: discurso sobre a Copa teve óbvios fins eleitoreiros (Foto: reprodução TV)
Dilma: discurso sobre a Copa teve óbvios fins eleitoreiros (Foto: reprodução TV)
Belo trabalho fez hoje o jornal Folha de S. Paulo ao noticiar o pronunciamento feito ontem por rede nacional de rádio e TV pela presidente Dilma Rousseff para defender a realização da Copa do Mundo no Brasil nos moldes em que foi feita e para atacar a oposição, que não citou nominalmente mas classificou de “os pessimistas”.
O discurso foi obviamente parte da campanha da presidente para reverter sua queda nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de outubro. Eleitoreiro, pois. E é claro que a Justiça Eleitoral não vai tomar providência alguma, porque o pretexto de dirigir-se ao país às vésperas da Copa é suficiente para defender a atitude de Dilma.
Ao reproduzir trechos do pronunciamento um tanto distantes da verdade, a Folha colocou no seu devido lugar, em pequenas notas sob os títulos “Faltou dizer” e “Não é bem assim”, declarações da presidente.
Vejam só:
Diz o texto, a certa altura:
“A presidente defendeu o ‘legado’ da Copa ao reafirmar que ‘fizemos isso para os brasileiros’ e que essas intervenções ‘não voltarão na mala dos turistas’”.
Para o jornal, “faltou dizer” o seguinte: “Faltando dez dias para a Copa, só metade das obras estavam prontas, segundo balanço da Folha“.
Um pouco adiante, continua o texto:
“… e criticou aqueles ‘que chegaram ao ridículo de prever uma epidemia de dengue na Copa em pleno inverno no Brasil’”.
Para o jornal, “faltou dizer” o seguinte: “Campinas (SP), onde ficam concentrados Portugal e Nigéria, passa por uma epidemia de dengue”. AFolha poderia ter acrescentado que, mesmo em pleno inverno, têm surgido no país três tipos de dengue conhecidos, assim identificados por hospitais públicos.
Um pouco mais para a frente, registra o texto:
“Dilma se referiu a obras de mobilidade como ganhos. Citou avenidas, viadutos, pontes, metrôs, vias de trânsito rápido e ‘avançados sistemas de transporte público’”.
Para a Folha, “não é bem assim”. E informa: “Todos os 5 projetos de transporte sobre trilhos foram excluídos do plano. Corredores de ônibus (BRTs) estão sendo entregues incompletos”.
Finalmente, o jornal registra outro trecho da fala presidencial: “Em educação e saúde, afirmou a presidente, as esferas federal, estadual e municipal ‘investiram’, desde 2010, cerca de R$ 1,7 trilhão”.
E mostra que “não é bem assim”,  refrescando a memória dos leitores: “Só se chega à cifra de R% 1,7 trilhão se contabilizados, além dos investimentos, gastos com custeio e pessoal”.
Que tal?
by Ricardo Setti

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